Património histórico vai a leilão


“Neste país” – é assim que hoje em dia, os portugueses chamam à sua pátria -, existe sempre uma verba qualquer para comprar porcarias de sucata a prazo como um Mercedes ou BMW, destinado a uma qualquer irrisória excelência. No entanto, adquirir belas obras que enriquecem o nosso património e garantem um hipotético renascer da nossa auto-estima, é coisa difícil. Na Sotheby’s de Nova Iorque, vai a leilão este belíssimo quadro que retrata um grande português do Oriente. A base de licitação está fixada entre os 80.000 – 100.000 Dólares (EUA). Não haverá por aí um mecenas capaz de oferecer a Portugal esta prenda de Ano Novo?

O que andamos a fazer em Lisboa?


A Fundação oriente esforça-se, mas isso não basta. Existem comunidades luso-descendentes espalhadas por toda a Ásia, do Ceilão a Goa, Damão, Diu, Cochim, Malaca, Bangkok. Numa área do mundo onde surgem oportunidades de desenvolvimento económico e cultural, possuímos um precioso legado histórico que se encontra ao abandono. Temos o principal: a gente que lá ficou e teima em educar os seus filhos na tradição portuguesa. Do que estamos à espera?