O cheiro a Venezuela logo pela manhã

Andaram décadas a embargar a economia venezuelana, pediram aos “parceiros” europeus que fizessem o mesmo (e Portugal acedeu a tudo, se bem se lembram, era Augusto Santos Silva – hoje presidente da Assembleia da República – Ministro dos Negócios Estrangeiros), condenaram um povo à miséria e à fome, com a conivência da comandita de Maduro, que com isso aumentava a sua política de opressão das massas, tentaram, mais do que uma vez, um Golpe de Estado à lá Operação Condor. E tudo isto sem que a Venezuela tivesse invadido alguém.

Em Portugal, andaram José Sócrates, Pedro Passos Coelho ou Paulo Portas a apertar a mão aos sanguinários políticos venezuelanos, na Venezuela, quando os interesses falavam mais alto; mas, quando voltavam a Portugal, lá vinham os da ‘team’ mocassim e os da ‘team’ ‘portas giratórias’ (dos Mesquitas Nunes aos Chernes) dizer cobras e lagartos do “socialismo” venezuelano… e depois lá iam, outra vez, à Venezuela fechar um qualquer acordo com aqueles sobre quem, em Portugal, diziam “nunca mais!”.

Agora, como virgens arrependidas e inocentes pedintes de mão estendida, querem o petróleo da Venezuela, porque o aliado Putin se virou contra eles, e querem-no a qualquer preço, tanto que, para esses patetas, é um escândalo que seja a Venezuela a impor as suas regras na venda do seu petróleo.

Para quem se acha dono do mundo, dos Putins europeus aos norte-americanos desde sempre putinistas, deve ser um forte revés no ego construído ao longo do último século, ter de implorar de joelhos ao regime venezuelano pela subsistência dos povos norte-americano e europeu. E, confesso, dentro da tragédia, até tem a sua piada. É o inferno de Dante para essa gente.

É bem feita!