Por isso é que a sua utilidade é igual a zero

Promulgar não significa concordar

a utilidade das hierarquias e dos títulos

Dois factos apenas acordaram em mim este título para o presente ensaio.

Se falo de hierarquia, estou a falar de préstimo ou do que há de útil, de meritório ou de proveitoso em alguma pessoa ou coisa, vantagem; serventia, pessoa ou objecto útil. Esses dois factos que lembro, por ordem cronológica, advêm de ideias de divertimento, prestadas, sem saberem, por pessoas que se relacionaram comigo. Uma das pessoas estudava direito e, até  à obtenção da sua licenciatura, secretariava o ISCTE. Pessoa empenhada, tinha, em minha opinião, duas metades: se falava com um docente, nós, Doutores e de alta patente, em frente de pessoas da sua secretaria éramos, meu amigo. Na companhia de só um de nós tratava-nos por Senhor Doutor, mas em público, [Read more…]

à descoberta da verdade é uma grande gargalhada

grande gargalhada descoberta da verdade

Sobre a utilidade social da Antropologia.

Todos começaram a rir! Às gargalhadas! Éramos vários cientistas a vender o seu peixe aos caloiros. Não era na praça do mercado, antes fosse, facilitava o debate. Era dentro de um grande anfiteatro, com três académicos em cima de um estrado e mais de trezentos caloiros sentados na plateia do auditório. Os peixes cheiravam segundo a pronúncia e a voz de quem falava. No meu caso, era a mar de rosas que sempre cheirava: o meu sotaque pesado, especialmente, para os mais novos não habituados a ouvir a sua língua materna, falada de forma britânica, galega, castelhana ou afrancesada. Os vendedores de peixe (académicos), muito sérios, usavam palavras caras nas suas intervenções. Caras, pelo rigor do vocabulário e a dificuldade do conteúdo. Quando chegou a minha vez, perguntaram-me para que servia a Antropologia. Sintetizando, devido ao meu modo de falar, (denominado por alguns alunos pelo termo carinhoso de Iturrês) lentamente respondi: “Na Antropologia nunca perguntamos quantas pessoas vão à Missa aos Domingos, nem fazemos inquéritos a um número proporcional de crentes; interrogamo-nos sim, sobre as causas que ditaram o dia da semana para a consagração da Missa”. Com esta abordagem, começava as explicações para aquele universo de alunos que tinha à minha frente, que vivendo dentro de um país Fatimizado, nada sabia de catequese. A gargalhada foi geral pela raridade da resposta e por fatimizar o país,

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