Olha, em Portugal há manipulação política…

De repente parte do país descobriu que havia (há) manipulação política nas redes sociais e em órgãos de comunicação social. Um facto extraordinário. Em Portugal? Sim, em Portugal, esse país até agora imune a algo que acontece no resto do mundo.

Uns reagiram como virgens ofendidas inocentes, fazendo de conta que não sabiam de nada. Outros, inocentes, não sabiam mesmo de nada. Não sei qual destes estatutos seria o melhor. Se tivesse de optar, teria preferido ficar no leque dos últimos. Pelo menos eram inocentes puros, até alguém lhes roubar o chupa-chupa.

Esse alguém foi Fernando Moreira de Sá, que, por sinal, é meu amigo. Ao contar à Visão a sua perspectiva de um período agitado da política lusa, colocou a nu a forma como se faz política. Não apenas em Portugal. Não apenas neste momento. Em todo o mundo e desde sempre. O que mudou foram os meios.

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Fernando Moreira de Sá foi sincero. E corajoso. Contou a história e deu nome às personagens. Com os dados de quem esteve por dentro. De muitas outras personagens e de outras histórias não sabemos e provavelmente nunca saberemos. Falta-lhes coluna vertebral.

Claro que Moreira de Sá não é um desses inocentes. Mas terá sido ingénuo. Primeiro, ao acreditar que aqueles a quem servia nas acções de manipulação eram pessoas de confiança. Hoje a orelha já deve ter sangrado de tanto a torcer. Segundo, ao não prevenir e antever as repercussões que esta entrevista teria. Muitas almas não estão preparadas para ficarem sem o tapete que as impede de ver o abismo.

Regresso ao início. De repente parte do país descobriu que há manipulação política. A outra parte não quer saber. Está demasiado ocupada com a subsistência do dia a dia.

Comments

  1. sinaizdefumo says:

    De algumas postagens que li do sr. Sá ficou-me a ideia que ele é um homem ‘de direita’ e um homem ‘ás direitas’ o que, em simultâneo, não é muito comum. Ler a entrevista fica para amanhã.

  2. Ingénuo o Fernando Moreira de Sá ? O José Freitas é que parece um enorme ingénuo. O FMS é apenas um mafiosozito ressabiado sem tacho

  3. São os mesmos que nem vêm a capa da revista…..a Arte roubada pelos nazis….isso não os incomoda porque é “banal”O que a canalha espanta é que alguém lhes diga o óbvio o que neste caso a vida é feita de muita filha da putiçe…e se por acaso alguém mete a boca no trombone é logo posto na prateleira.Ui credo!!!!Eu que vomito e ejaculo há tanto tempo no blogue Aventar ao lado do Moreira……vao-se foder…..

  4. Bom destaque que se pode aproveitar para mais uma vez alertar para quem usa a internet e pode sentir-se tentado a acreditar em tudo o que lê (algumas com “estudos” cientificos) e depois á primeira desilusão clama por controle da net. Aqui os riscos t~em que ser assumidos pelos proprios sem rede de segurança. Se der de caraz com uma cobra venenosa não grite pela mãezinha, corra o mais que puder para longe.

  5. O que ficou em causa com esta entrevista não foi o Fernando Moreira de Sá, mas sim a empresa onde trabalha – NEXTPOWER e o grupo a que esta pertence LPM!
    Em 2009, Aguiar-Branco põe a NEXTPOWER como assessora de comunicação do grupo parlamentar do PSD. Refere FMS, que essa empresa, entra na campanha do PSD a favor do Pedro Passos Coelho e mais tarde está nas campanhas legislativas.
    Vejamos agora a NEXTPOWER, pertence a Rodrigo Moita de Deus (10%) e à BOSTON MEDIA que agora se chama NEWSENGAGE. A NEXTPOWER detém a Think 2.0 Comunicação e a Fonte II – Comunicação e Imagem. A BOSTON, agora NEWSENGAGE, além da NEXTPOWER detém a ENZIMA AMARELA (Briefing, Advocatus, Fibra, etc.). A FLAT MARKETING detém a NORTECAST Comunicação e Marketing em conjunto com FERNANDO MOREIRA DE SÁ. Denominador comum em todas a LPM Comunicação S.A, que detém ainda a INFORFI e MEDIATICA II.
    Agora quanto é que estas empresas( NEXTPOWER, BOSTON, NORTECAST, FONTE II, THINK 2.0, LPM, INFORFI e MEDIATICA II) receberam em ajustes directos desde 2009?!
    Não haverá “especialistas” em criar perfis falsos e colocar likes no facebook, oriundos dessas empresas a fazer esses trabalhos no MDN e recebendo como tal, ou seja, como especialistas? Não haverá ajustes directos do MDN a essas empresas, para cobrir qualquer outro tipo de custo menos apresentável ou justificável?
    Porque razão a Gaianima faz ajuste directo no mesmo dia à empresa mãe e filha (Boston e Nextpower)?
    Quanto é que essas empresas receberam só com a Câmara de Cascais e suas “participadas”?
    Quem fez a campanha do Carreiras em Cascais?

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  1. […] ao Valada, que não conheço, e aos meus amigos Ricardo, João José Cardoso e José Freitas, nos textos dedicados ao Fernando Moreira de Sá. Um abraço, Fernando. Carlos Fonseca (Blogue […]

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