Este é o nome dado a uma iniciativa do Bairro dos Livros que decorreu no passado dia 12 de Maio. Os livros “considerados sexy” tiveram desconto, segundo consta.
Os promotores da iniciativa, procurando captar leitores, juntaram o adjetivo «sexy» a uma ação que não dá prazer à maioria das pessoas…
Lembrei-me desta iniciativa a propósito da crónica de Manuel António Pina publicada ontem na revista Notícias Magazine. O escritor escreve a certa altura:
Ler é um acto de amor. Se o leitor não for um amante, se o escritor for um proxeneta, os livros entregar-se-ão sem paixão e sem ternura (…). Um dos piores crimes praticados contra os livros é obrigarmo-nos a lê-los. (…) devorar livros sem gostar de literatura nem de livros (…) imagino-os, pobres livros!, transidos e inseguros, desnudados sem pudor por mãos cobiçosas e incapazes de medo ou enternecimento diante do rumor das palavras).
Ler é um acto de amor mas escrever é mais, digo eu. É, pelo menos, uma entrega maior.
E se a iniciativa se intitulasse «Ler é amor»? O impacto seria o mesmo? Ou nem com «sexo» e «erotismo» se leva as pessoas a ler mais?
A leitura é algo desinteressado. Não uma imposição. Não um «rebuçado» que se oferece a alguém em troca de algo. A leitura é uma procura.
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