Considera-se perfeitamente normal um quilo de alface que custa ao consumidor 1,8€ ter sido comprado ao produtor por 0,4€. São os custos de:
transporte, refrigeração, armazenamento, mais os salários das pessoas envolvidas, mais os custos do supermercado, rendas ou amortizações, salários dos funcionários, bem como provisões para as várias alfaces que vão se estragar e ter de ser deitadas fora, mais a quota parte dos salários dos empregados nos serviços centrais, mais a publicidade na TV, os folhetos e sabe-se lá que mais
O sabe-se lá que mais deve incluir o lucro, cuidadosamente escamoteado nesta descrição toda, feita por um Absolutista dito Liberal.
A alface não foi semeada, regada, adubada nem colhida e a terra (provavelmente a estufa) também não deve ter tido os seus custos a precisarem de amortização. O agricultor não correu o risco, durante semanas, de uma geada lhe destruir todas as alfaces. O agricultor trabalha generosa e graciosamente para a malta comer alfaces.
A lógica das cadeias de distribuição (que substituíram os velhos intermediários precisamente porque têm uma estrutura que lhes permite baixar os custos, e que têm feito mais pela destruiçãoo da agricultura portuguesa que a própria CE) não é nada idiota, nem é uma batata, é uma alface. Idiotas, nós é que somos.
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