A PAC é um gigantesco esquema para permitir que os agricultores vendam os produtos a preço inferior ao de produção.
Tomemos a produção de arroz como exemplo. Antes da chegada dos subsídios da então CEE, o Ti Manel vendia o arroz a 80 escudos. Sem contar com a inflação, seriam 40 cêntimos de euro agora. Entretanto, vieram “ajudas” à produção para compensar a baixa no preço a que o agricultor vendia o cereal e chegámos a um ponto em que o quilo de arroz se vende, à saída dos campos, entre 18 e 21 cêntimos. Nas proximidades da Figueira da Foz, onde vive o Ti Manel, os industriais do descasque compram o arroz aos agricultores e vendem-no sob marca própria nas grandes superfícies. Antes dos subsídios, estes empresários compravam o arroz a 40 cêntimos, o dobro de actualmente, sem que o preço ao consumidor tenha substancialmente mudado.O caminho do dinheiro começa com os contribuintes a pagarem impostos recolhidos pelo Estado e, depois, encaminhados para diversas causas nobres – e também para alimentar o lobby dos apoios, esse eufemismo para subsídios. A PAC, que só é possível com aos impostos dos estados membros, é, ao nível da União Europeia, um gigantesco esquema para permitir que os agricultores vendam os produtos a preço inferior ao de produção, mas ainda assim conseguindo manter-se à tona da água graças aos subsídios. Como o Ti Manel, que vendia arroz a 80 escudos, para agora apenas conseguir 20 cêntimos. A diferença acaba por ser distribuída pela cadeia que vai desde o industrial, que compra arroz mais barato, até às cadeias de distribuição, que passam a ter acesso a um produto que podem vender com maior margem de lucro.
Ouve-se frequentemente que estes subsídios são apoios à agricultura, mas tal não corresponde à realidade. São uma transferência da riqueza de todos os cidadãos para uma pequena parte destes, que absorve os subsídios nas actividades de transformação e distribuição.
A PAC é um instrumento proteccionista da U.E., ao serviço de vários interesses, que não os contribuintes e cidadãos europeus…
Há três coisas que nunca vi: um homem a parir, um defunto a ressuscitar e uma política agrícola em qualquer parte do Mundo que não seja protecionista.
A PAC tem imensos problemas. Essencialmente decorrentes do seu sucesso. Não nos podemos esquecer que foi lançada, no início dos anos 60 do século passado, para obviar à insuficiente produção de alimentos e ao crescente êxodo rural. E resultou!
É necessária uma nova PAC. Entregar o mercado agrícola á “mão invisível” é muito perigoso. Não há é fórmulas mágicas!
Talvez considerar o preço a que os vietnamitas põem cá o seu arroz devesse ser considerado.
Já cá põem as amêijoas. Facto é, que alguns indígenas mais alinhados com o Bulhão Pato, por vezes se queixam de caganeira!
Tal como o Gambão Argentino, produzido na Índia.
“Talvez considerar o preço a que os vietnamitas põem cá o seu arroz devesse ser considerado.”
Talvez considerar a quem interessou levantar as barreiras alfandegárias devesse ser considerado.
Estou tentado a apoiar! Considero, aliás, que devia ser considerado que se tomasse em consideração o preço considerado, sem entrar em considerações que o desconsiderem.
Isto se considerarmos que so deveria considerar-se o referido preço desde que representasse uma quantia considerável, considerando-se ainda que seria desejável que viesse consideravelmente acompanhado de pato.
Interessava mais saber porque é que há tantos problemas digestivos, mas é só a maneira capitalista de evoluir os mais fortes.
Ao menos a França obteve qualquer coisa para assinar Maastricht… Outros contentam-se com uns tachos em Bruxelas e com uns fundos para o hotel da esquina.
Mas ainda há muito convencidos de que não só as regras têm lógica económica, como são muito sérias e só precisam de uns ajustezinhos que o Bundesbank lhes há de deixar fazer já já.