Carlos Costa, o super-herói do Banco de Portugal

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, declarou que fazia “figura de corpo presente” nas reuniões do conselho de crédito da Caixa Geral de Depósitos. Parece que só lá ia porque era preciso assegurar o número de administradores necessários para que as decisões fossem tomadas, a fazer lembrar o miúdo que era recrutado para um jogo de futebol porque faltava um para ficarmos iguais. Os que hesitavam, dizendo que jogavam pouco, acabavam por ficar à baliza, porque sempre era melhor, pelo menos atrapalhava.

Algumas pessoas ficaram escandalizadas com esta confissão, mas a verdade é que Carlos Costa não pode ser acusado de incoerência, porque continua a fazer a mesma figura como Governador de Banco de Portugal. Também aqui, ninguém poderá acusá-lo de ter tomado verdadeiramente alguma decisão.

Carlos Costa não só poderá continuar a exercer funções, perdoe-se-me a contradição, após a reforma como poderá fazê-lo depois da morte, tendo em conta as modernas técnicas de mumificação. Se houvesse necessidade de prova, as constantes intervenções de Cavaco Silva seriam suficientes. Carlos Costa, tendo em conta que os mortos não se cansam, poderá acumular vários cargos, já que, para efeitos práticos, fazer-se de morto ou estar morto é o mesmo.

Apesar de alegadamente vivo, Carlos Costa poderá, de qualquer modo, acumular a governação, por assim dizer, do Banco de Portugal com um lugar no Madame Tussauds. Um leitor mais ansioso poderá perguntar “Mas em que secção?” É evidente: na dos super-heróis. Carlos Costa será o Homem Visível, aquele que tem o superpoder de ser visto em reuniões, a que junta, ainda, a capacidade extra-sensorial da amnésia.

Entretanto, o departamento de merchandising do Banco de Portugal, já está a preparar uma novidade: os clientes poderão passar a comprar miniaturas de Carlos Costa, que passará a ser vendido como o primeiro boneco de inacção do planeta.

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    Sempre defendi que pessoas a ocupar lugares de responsabilidade no topo das hierarquias, com especial ênfase, nos órgãos de soberania, ou instituições como o “BdP e Reguladores” de interesses vários, devem ser bem pagas.
    Tomar decisões exigentes, muitas vezes em conflito com interesses privados, que por norma se munem nos gabinetes de advogados de uma série de “craques”, muitos deles lobistas, e uma comunicação social a preceito, para os defender e glorificar, não é fácil. Diria mesmo, que só para gente de grande estofo moral, ético e acima de qualquer as suspeita.
    O país de há muito está munido de uma elite acomodada, incompetente, não por ignorância, mas por laxismo, inércia e comodismo. Podem até estar no plano técnico e jurídico, bem preparados. Mas a sua recusa em enfrentar os problemas é gritante.Não enfrentam os obstáculos como lhes compete, limitando-se a contorná-los, como a melhor forma de saírem incólumes de qualquer contrariedade que os possa apoquentar.
    Vítor Constâncio e Carlos Costa são dois bons exemplos daquilo que acabei de afirmar.
    Mas se recuarmos no tempo, e noutras matérias que não o sistema financeiro, basta vasculharmos o caso Casa Pia, é bom sempre recordar, a memória dos povos é curta, para percebermos que todas aquelas denúncias de maus tratos e abusos sexuais, foram desvalorizadas e ignoradas anos a fio, por gente com responsabilidade política e técnica, nos destinos da Casa Pia, como por exemplo a Ex Secretária de Estado da Família, Teresa Costa Macedo, a Dr.ª Catalina Pestana ex quadro da Casa Pia, ainda antes de ter sido nomeada Provedora.
    No geral constata-se que esta gente não quer é ser chateada.
    Só quando rebenta a bomba, e a reboque dos acontecimentos, saem da letargia em que se encontram. Raros são os casos em que os estilhaços os apanham, pois, na maioria das vezes limitam-se a sacudir o pó dos casacos, como se tudo aquilo lhes fosse estranho, mesmo dormindo por cima dos problemas.
    As nossas elites são mesmo muito fracas, e com gente desta qualidade será muito difícil sairmos deste atoleiro.

    • Paulo Marques says:

      Isso é irrelevante nos casos de Costa (qualquer um) ou Constâncio, sendo bem ou mal pagos, são pagos para fazer exactamente aquilo que fizeram (e que mandam as regras. Como o nosso Menos.
      Daí que esperar aprendam alguma coisa é tempo perdido.

  2. JgMenos says:

    Tudo conversa para entreter num país de cretinos socialistas, que fazem dos bancos casas de penhores povoadas de burocratas e boys, a par da total irresponsabilização de gestores em toda a economia – pública e privada.

    Num país com uma quota elevada de chicos-espertos e vigaristas, basta atentar nas escassas falências fraudulentas, na multidão de falências em que o saldo é ‘perda total’ de capital e créditos, para saber que se trata de um sistema corrupto e resilientemente mantido como tal para tapar o lodo em que vai flutuando por entre brados de sucesso e progresso.

    • ZE LOPES says:

      Aconselho vivamente V. Exa. a dirigir-se imediatamente a um oftalmologista. O estado de vesguice política de V. Exa. agrava-se de dia para dia. Deve ser uma manifestação tardia do vírus “salazaróster”, que se aloja no cérebro durante dezenas de anos e ataca à traição.

      O melhor é dirigir-se imdeiatamente a um hospital, mas privado, que evita encontrar-se com a ralé geringoncista na sala de espera. Vá ao da CUF, por exemplo, que eles têm estacionamento reservado a unicórnios, com direito a assistência veterinária e tudo. Ao unicórnio, é claro!

      • ZE LOPES says:

        “imdeiatamente”? Será erro? Não! “Imedeitamente” como expressão de um imediato que terá de ser mediado por Medeia! Que deverá afastar a ralé geringoncista!Medeia era lixada, menino!

    • Paulo Marques says:

      Só falta dizer que a desregulação da banca é pura ideologia socialista.

  3. JgMenos says:

    Atentem que quando a manada é posta a pastar no orçamento, e se nota em demasia, logo vem a urgência de legislar para com isso validar a bandalheira.

    Quando milhares de milhões são derretidos para tapar buracos financeiros, não aparece uma única medida que acresça a responsabilidade dos intervenientes na bandalheira.

    • abaixoapadralhada says:

      Quando falas da manada, está a referir-te à tua família, não é, grande boi ?

    • Paulo Marques says:

      Vamos regular os bancos e controlar o capital, Menos?

      • ZE LOPES says:

        Respode Menos, “el contábilero”: ” Nem por isso”.

      • JgMenos says:

        Sempre a apontar ao lado!
        Os bancos são a fixação da esquerdalhada, mas quem decide sobre a economia são as empresas.
        E é às empresas que a esquerdalhada impõe as suas parvoeiras ideológicas a par de manter os seus gestores na plena liberdade de impunemente roubarem bancos e credores (que não directamente o Estado, naturalmente!).

        É nessa base de proclamações de defesa dos trabalhadores e de indiferença quanto a um sadio ‘ambiente de negócios’ que se constrói a idiotice abrilesca que em final nem defende trabalhadores nem tira a economia do marasmo da mediocridade.

        • Paulo Marques says:

          Não há maior buraco do que o da banca, nem quem mais roube a própria do que os donos. De que raio é que está a falar, e quantos CDOs é que comprou?

    • ZE LOPES says:

      A Suprema Coelha seja louvada! Há mãe!

      E siga a canção:

      !”Hey! Bandallera! En my cavaco allado! Na mano derecha el fado! Jugando sementes, en las Menos mentes!!!”

  4. Luis says:

    Com tanta amnésia não posso deixar de ficar surpreendido como ainda se conseguiam lembrar de ir à conta bancária saber se o auspicioso vencimento tinha sido depositado!

  5. Julio Rolo Santos says:

    Carlos Costa parece o Cardeal Cerejeira dos nossos tempos. Pachorrento qb, não sabe nem tem que saber, participa mas não vota. Enfim, homens destes, deviam estar em vias de extinção.