Mais ainda do que a morte de Maradona, que sempre foi exímio a rebentar com a sua saúde, ou de Reinaldo Teles, apanhado nas malhas impiedosas da covid-19, encontrando-se em estado grave e ligado a um ventilador desde final de Outubro, choca-me a morte repentina do grande Vítor Oliveira, treinador que tanto deu ao futebol português, especialista na subida de equipas do segundo escalão para a Primeira Liga, e que passou pelo clube da minha terra, o CD Trofense. Hoje foi fazer a sua caminhada matinal, sentiu-se mal e já nada houve a fazer. Tinha apenas 67 anos e deixa um vazio no futebol português que não mais será preenchido, pelas características únicas de um jogador-treinador que passou por duas dezenas de clubes e que ficará para a história como o Rei das Subidas. Respeito pelo percurso inigualável e paz à sua alma.
Cruzava-me quase todos os dias com este homem nos passadiços de Perafita e Lavra, no concelho de Matosinhos. Ainda ontem, sexta feira, passou por mim, mais ou menos por volta do meio dia. Por acaso ia sem máscara, mas ali isso pouco interessa, dada a distância social que o percurso nos garante. Toma-se sempre a nossa direita, no percurso.
Percebia-se que fazia aquilo como rotina, tal qual eu, por razões que só ele e o seu médico saberiam.
Morreu um homem do futebol. Morreu um verdadeiro bombeiro, que ajudou a salvar muitas das pequenas equipas do nosso campeonato, garantindo assim o salário e emprego a jogadores menos estrelados.
O futebol dos pequenos clubes que tentam sobreviver a todo o custo nesta pandemia, ficou mais pobre.
Paz à sua alma.
O mafioso do Reinaldo Teles morreu? Nem sabia.
Ah, esquecia-me das regras: como morreu há pouco parece mal chamar-lhe nomes, né? Sobretudo os verdadeiros.
ora bolas, morreu o treinador que faria o Benfica regressar à super liga quando finalmente a justiça funcionasse em Portugal…