Crónicas do Rochedo 46: A Pantera Cor de Rosa nunca me enganou….

A infantilização dos adultos não é coisa nova. Recordo como se fosse hoje quando, nos idos de 90 do século passado, fui a uma reunião na Associação de Estudantes de Engenharia do Porto (FEUP) e o bar da dita estava cheia como um ovo com os marmanjos, futuros engenheiros, em silêncio a ver o “Dragon Ball Z” na televisão. Os mesmos marmanjos que na noite anterior estavam no Ribeirinha e no Academia a emborcar vodkas limão como se não houvesse amanhã entremeadas com umas ganzas e, alguns, a aspirar umas coisas pelas narinas. Nunca percebi o fascínio meio infantil pelo Dragon qualquer coisa Z…

Isto a propósito de hoje, em pleno “telediário” da RTVE24, o canal de notícias 24 da televisão pública espanhola, estar em destaque, como uma das cinco principais notícias a desenvolver no dito, o novo episódio do Super Homem (Marvel) em que o dito se assume como bissexual. Sim, no principal “telejornal” isto é notícia. O Super Homem é bissexual ou, como se diz no meu Porto, “dá para os dois lados”. Eu quando era miúdo sempre desconfiei que o Tio Patinhas era gay não assumido, que a Pantera Cor de Rosa era lésbica e que o Sapo Cocas sofria de violência doméstica. Era tudo deixado à imaginação de cada um. Agora não. É tudo explícito e politicamente correcto. Para o bem das criancinhas. Das criancinhas adultas. Pois as verdadeiras estão-se a cagar para isso.

Valha-nos Deus que isto está infestado de chalupas. O mundo está mesmo a ficar perigoso…

Comments

  1. Paulo Marques says:

    O fascínio é que era uma coisa nova por cá, com alterações completamente estapafúrdias a acrescentar às patetices do Toriyama. Entre isso e o fascínio pouco depois pelo BB, ao menos toda a gente concordava sobre a parvalhice.
    Quando éramos miúdos também não havia relações amorosas, que isso não é coisa que se ensine. Antes exageros do que o assepticismo emocional.


  2. Assumindo a minha infantilização, Super Homem é DC concorrente da Marvel e quem assume a bissexualidade é o filho do Super-Homem.

  3. Silvia paiva says:

    Que raio interessa
    os gostos sexuais do super homem? F… já não se pode ver um filme, serie, etc, só pelas bombas e socos nas trombas???

    • Paulo Marques says:

      Essa agenda apolítica dos tempos de Dalton como Bond, isso é que era!

  4. Filipe Bastos says:

    Olha o Moreira de Sá. Há quanto tempo.

    O Dragon Ball Z foi daquelas manias inexplicáveis, uma epidemia de estupidez. E também de carneirismo – quantos viam aquela trampa intragável só porque ‘toda a gente’ via?

    Nunca pensei na Pantera Cor de Rosa, mas é conhecida a estranha família Disney: tudo tios e sobrinhos? Onde andam os pais? E o velho Patinhas vive sozinho numa caixa-forte? A sério? E o Donald e o Mickey mal vêem as namoradas? Muito suspeito.

    Quem vibra com as wokices são os Paulos Marques da vida: “antes exageros”, dizem. Só descansam quando o Batman for uma negra trans e o Bond um activista ‘não-binário’ a defender o mundo das micro-agressões de um super-vilão. Branco e ‘cis’, claro.

  5. francis says:

    bem, vou-me embora deste mundo antes que ser gayzola se torne obrigatório.

    • POIS! says:

      Pois já devia ter ido. Para o Além, ou para o Afeganistão.

      Os taligajos não admitem essas coisas. Ou melhor, até admitem. É proibido, mas nem por isso.

      Não entendeu? Então vá até lá. Eles explicam!


  6. Não discuto gostos, mas manter algumas características de criança à óptimo, têm o riso mais fácil, são mais inovadoras e menos presas a preconceitos, menos racistas, menos vingativas e rassabiadas (veja-se o caso da múmia Aníbal que deve ser o modelo de homem de muitos tugas)… ou para ser homem é preciso ser beirão, beber vinho, bater na mulher, só fazer piadas racistas e misóginas, ser homofóbico? Francamente, esta posta enoja-me como homem, claramente homofóbica. Comparada com algumas notícia do Correio da Merda e pasquins similares, a notícia é neutra, e ao contrário do major Alvega, o Super Homem é conhecido à escala mundial e evoluiu, prefiro o Batman por acaso. Ou não serei um homem por gostar de BD (mas não da maior parte de filmes de super heróis).