Dame menos impuestos, yo necesito Gasolina!

 

Os socialistas são sempre capazes de nos surpreender pela negativa, mas desta vez tenho de lhes tirar o chapéu. Nunca pensei que me permitissem criar uma ligação entre a imortal música de Daddy Yankee e a política portuguesa. Ao contrário desta música que anima qualquer noite a partir das 2h30, as decisões do atual Governo já enjoam. Continuam a sobrecarregar os contribuintes nos bens que têm a garantia de que estes irão necessitar, num tique elitista de quem acredita que Portugal se resume a Lisboa, Porto e mais umas poucas cidades. É impossível a desculpa ser a redistribuição e todos aqueles chavões da esquerda para justificar este saque. Medidas como esta prejudicam exatamente os mais pobres e desfavorecidos, que se verão obrigados a pagar pelo que consomem e pelo que o Governo decide. Pior é a propaganda de que poderão devolver até alguns cêntimos, como se estivessem com o pão na mão a meter pobres felizes por discutirem migalhas.

Obviamente, a extrema-esquerda pela mão do Bloco veio com uma proposta a la Venezuela defendendo a limitação dos preços. Não basta todos os trabalhadores no processo estarem a ser prejudicados, que ainda querem aplicar uma medida que nunca beneficia a economia. O tabelamento de preços é meio caminho andado para a gasolina passar a ser um bem escasso em Portugal. Felizmente, também para o BE, a sua própria medida foi rejeitada… Mas também fico feliz de ver que esta gente que não descansa sem se meter na vida e nos negócios dos outros acaba por ser toda igual, à esquerda e à direita. Há uns meses, já o CHEGA tinha falado em limites de preços à gasolina. Chega a hora H e estatistas de todas as cores revelam a sua aversão à liberdade. Também se nota mais uma vez que a esquerda é contra monopólios, menos se este for do Estado. O que move a esquerda não são as pessoas, mas sim o ódio ao lucro dos outros. [Read more…]

Apêndices

O PCP tem o PEV, o PS tem o PAN.

A encenação, afinal, era à direita

O spin da direita funcionou e o alegado controle da comunicação social por parte da esquerda, sem surpresas, revelou-se mais um embuste bem sucedido da direita. Durante semanas, lemos e ouvimos deputados-cronistas, senadores de Domingo a noite e profissionais do spin, todos a insistir na mesma tecla: o OE22 seria aprovado, sem dúvida alguma, e as difíceis negociações em curso não passavam de uma encenação. PCP e BE estavam, literalmente, no bolso de António Costa. Um esquema bem montado que está aí para nos recordar que os radicais da direita trauliteira passista nunca foram embora. Rangel, como outros antes dele, é apenas a sua mais recente barriga de aluguer. Mas a crise política tem um e apenas um culpado. Chama-se António Costa. Foi ele que não quis aceitar os termos dos partidos de esquerda para garantir o seu apoio. A ver vamos, se a esquerda ainda vai a tempo de sacar um coelho da cartola até Quarta-feira.

Paulo Rangel, a crise política e a incompetência da direita

Apesar de situação delicada em que se encontra a esquerda e, em particular, o governo de António Costa, o PSD decidiu, uma vez mais, dar a mão ao regime vigente. Bem sei que Paulo Rangel tinha a coisa bem estudada, montou e pôs um prática um plano bem pensado e estruturado, e até contou com o contributo de altas personalidades do partido, que, de forma mais ou menos dissimulada, se prontificaram a apoiar o assalto ao castelo da São Caetano. Azar o deles, a política não é uma ciência exacta e as sondagens autárquicas não se confirmaram, oferecendo a Rui Rio um prémio de consolação que foi bem para lá do expectável e daquilo que está direcção do PSD podia aspirar. E que pôs em causa o plano de Paulo Rangel, que contava com um desaire nas Autárquicas para chegar, sem sobressaltos, ao topo da hierarquia do partido.

Sucede que já era tarde demais para Rangel recuar. E com o exército passista mobilizado à sua volta, com a perspectiva de regressar ao governo e de pôr as mãos na bazuca, colocar o plano em lume brando já não era opção. Vai daí, Rangel não teve outra opção que não fosse avançar. E Rio, com toda a legitimidade, decidiu defender a sua posição, depois de três anos e meio de travessia no deserto. É natural que não queira ser o António José Seguro de alguém que, ainda há meses, dizia estar de pedra e cal com o ainda líder do PSD. E com razão, diga-se. E escrevo isto com a certeza que Rangel está em melhores condições para derrotar Costa nas urnas.

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«Marcelo tão depressa diz que dissolve AR como que vai tentar ver se é possível viabilizar OE».

Há duas hipóteses: intervenção urgente, mas bem remunerada, de um professor de Português (e o OE2022 é viabilizado) ou dissolve-se a AR. Tertium non datur.

Foto: Reuters/Adriano Machado

Paulina Chiziane (Prémio Camões 2021)

Nótula: Os meus agradecimentos ao meu colega Euclides Antônio Lazzarotto, por, parafraseando Chiziane, me ter dado a descobrir mais uma das maravilhas que esta língua tem. E ao José Mário Teixeira, por achar (e bem) que o Aventar é um lugar indicado para alojar esta pérola.