Europa Salazar

Na semana passada, Federação Russa levou a cabo exercícios militares com mísseis balísticos Iskander, no enclave de Kaliningrado, o posto avançado do Kremlin no nordeste da União.

Segundo o Ministério da Defesa russo, o exercício consistiu numa série ataques contra posições que simulavam sistemas de lançamento de mísseis, infra-estruturas estratégicas e outras alvos militares. O exercício simulou também operações em contexto de radiação e contaminação química.

Moscovo está em alerta nuclear desde o início da invasão. Para evitar o envolvimento directo dos EUA e garantir que o espectro do medo continua a assombrar a Europa.

Existem inclusive relatos que dão conta de uma tentativa de normalização do uso de armas nucleares, através da imprensa russa, toda ela controlada pelo Kremlin.

Este clima de intimidação permanente não é tolerável. E por muito que a NATO tenha provocado a Federação Russa – e isso não é apenas factual, é uma constante, desde a desintegração da URSS – existe uma diferença abismal entre os jogos de xadrez da NATO, que a Federação e os seus aliados também praticam, e a destruição em curso da Ucrânia, com a ameaça objectiva de um ataque nuclear.

Pagaremos cara, muito cara, a cobardia de não abdicar do conforto que o gás barato da oligarquia russa nos proporciona. Queremos armar a Ucrânia a todo o custo, mas somos incapazes de parar o fluxo de euros para as contas bancárias do Kremlin, que Putin usa para massacrar ucranianos. Esta Europa é como Salazar, a apoiar os Aliados e a vender volfrâmio aos nazis.

Comments

  1. Paulo Marques says:

    Os avisos de retaliação são reafirmar da doutrina nuclear mútua com décadas, a única que garante que serve para alguma coisa e que tem regras previsíveis.
    E os combustíveis, que o nosso novo grande líder demorou a 2 meses a desligar a parte dele, não têm substituto para milhares de productos, incluindo sim, energia, mas também fertilizantes e medicamentos, quase tudo em complexas cadeias de produção que não se mudam de um ano para o outro. Não que fosse mau, porque a maioria é aquela maravilha que cada vez comemos mais sem saber quanto e que efeitos terão que é o plástico.
    O resto é fantasia, e fantasia de continuar a cumprir os desígnios da oligarquia hegemónica em vias de se transformar em califado evangélico que decide não levar a sério enquanto salta de cabeça para mais uma grave crise económica bem a tempo de tornar o “regresso da sanidade” uma anedota.
    Faça amén quem quiser, mas a realidade tem muita força.

    • Paulo Marques says:

      Mas quanto ao espírito Salazar, as bases até oferecemos sem questionar nada, deixamo-nos espiar sem consequências, cumprimos as sanções que os outros desejam… quem é o bom cãozinho, quem é?

      • José Ferreira Barroca Monteiro says:

        Bem demonstrado com a Base das Lages após a revolução. Paga com 40 F-16, a garantir aqui o último reduto na defesa da civilização ocidental. A saber, em vêz de capital e fábricas locais, os F-16 agora reduzidos a uma dúzia pouco fácil de sustentar.
        Isto é, o triunfo da tara prevista pelo General Presidente Eisenhower no seu Farwell speach, do Complexo Militar Industrial.
        Excelentes tempos se adivinham para a economia USA:
        «As guerras têm sido geralmente boas para a economia dos EUA. Tradicionalmente levam ao aumento do produto…utilização capacidade industrial…acréscimo da atividade económica pela procura militar»-Economia, Paul Samuelson.
        «Cada espingarda que é produzida, cada barco de guerra que é lançado ao mar, cada granada que é disparada significa em última instância, um roubo a quem tem fome e não tem nada que comer»-Presidente Dwight Eisenhower, citado no Economia.
        Aleluia.

        • Paulo Marques says:

          Para a economia americana? Não, já vão bem a caminho de induzir uma recessão, não é um sector que muda isso. Felizmente a eurolândia desta vez não está para isso, já sabe o que lhe vai custar a conta. E gostam tanto da desunião que não querem arriscar o colapso.
          Para as famílias DDT? Já isso, sempre.

  2. JgMenos says:

    Analistas de finíssimo faro suportado em sólida cultura sobre factos históricos e de política internacional!!!!

    Uma coisa é certa, metendo o Salazar a coisa logo indicia uma alta perspicácia.

    • POIS! says:

      Pois, é lamentável!

      O João Mendes não conhece a história secreta de Salazar, principalmente o seu decisivo contributo para a derrota nazi.

      Realmente vendia volfrâmio aos alemães mas…

      Sabe-se agora que, nos laboratórios da PIDE, situados nos subterrâneos da PIDE, mesmo por baixo dos calabouços da PIDE, e das salas de interrogatório da PIDE, e da sala de convívio dos torturadores da PIDE, ode se organizavam os célebres Serões Dançantes da PIDE, foi desenvolvido, a pedido de Salazar, um produto totalmente revolucionário.

      Adicionado ao volfrâmio que vendíamos aos alemães, tornava-o com a consistência de um Pudim Abade de Priscos ao sol do meio-dia em Beja no pino do verão.

      Haviam de ver a cara dos alemães quando os tanques e as metralhadoras começavam a derreter, mesmo com temperaturas de 20 graus negativos.

      Isto enquanto os soldados ficavam tesos tipo carapauzinhos de escabeche!

      Foi assim que a guerra virou. Hitler ficou furioso e terá mesmo vociferado “Olivenbaum, Olivenbaum, weil du mich verlassen hast, mein Hurensohn”

      Essa formula, que ficou injustamente esquecida até aos nossos dias, foi recentemente descoberta nos subterrâneos dos arquivos da Torre do Tombo, depois de ter por lá andado aos tombos na torre.

      Chamava-se Permanganantónio Oliveiróxido Salazarácido.

      E só por preconceito ideológico não consta da Tabela Periódica! Indecente!

  3. Anti fascista says:

    Quando te cheira ao “botas” apareces logo. Que saudades que eu tinha de alguém que assume ser de direita.
    O que por aqui aparece são libericas, mais á direita que os adeptos do “botas” mas evidentemente clandestinos como mandam as regras

  4. Menos, barreiro e Quelhas - Separados à nascença says:

    Troll de finíssimo faro, este Menos, suportado em sólida cultura sobre factos históricos e de política internacional!!!!

  5. Amora de Bruegas says:

    A típica honestidade de democrata…., manipular os factos como convém! Acontece que o Estadista vendeu volfrãmioa a ingleses e alemães, afim de manter uma situação de equilíbrio, dentro de politicamente possível.

    • POIS! says:

      Ora pois!

      Mas teve o cuidado de impregnar o volfâmio destinado à alemanha com o célebre Permanganantónio Oliveiróxido Salazarácido, desenvolvido secretamente á socapa pelos laboratórios da PIDE, que transformava o metal, mesmo a baixas temperaturas, numa pasta tipo morcela da Beira acabada de fazer.

      E foi assim que o exército alemão foi feito em torresmos lá para os lados de Moscovo.

      Até Estaline aprendeu a lição e desistiu de declarar guerra a Salazar, como tinha intenção logo que acabasse com o Hitler. Aproveitava, porque estavam quentinhos. Mas teve medo.