Mercenário bom, mercenário mau

No âmbito de uma das suas muitas cruzadas do bem contra o mal, os EUA treinaram e armaram mercenários afegãos, à época freedom fighters ungidos por Deus, Alá, Jesus e Maomé.

Entretanto, a operação no Afeganistão perdeu rentabilidade e os heróis da Marvel foram em busca de outro Thanos, abandonando Cabul da forma digna e airosa que todos pudemos constatar.

Os afegãos da S.H.I.E.L.D., coitados, ficaram sem trabalho. Mas o mercado, que nunca falha nestas coisas, tratou de corrigir a assimetria. Não é que o russo seja um império tão abastado como o americano. Mas se teve recursos para garantir a cumplicidade das democracias liberais durante 20 anos, em princípio também consegue pagar o salário destes jovens desempregados. Deixam é de ser freedom, e passam apenas a ser fighters. Não se pode ter tudo.

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    Claro. Estamos diante de uma cambada de FdP maus, que num passado não muito longínquo já foram bons.
    As guerras sempre foram um negócio, onde para além das armas vendidas, também se oferecem empregos para que uns liquidem outros, a troco de muita massa, de preferência vinda do petróleo que a Rússia vende à China, o qual, pasme-se(!!), é reexportado para a Europa com mais uns dólares em cima.
    Então não é tão bom brincarmos aos embargos e às sanções?

  2. JgMenos says:

    Pois claro!
    Isto de Ucrânia e Estado Islâmico é tudo a mesma coisa… desde que meta os EUA sabe-se sempre onde está o mal.

    • Paulo Marques says:

      Tanto como o auto-intitulado Estado Islâmico e os Talibã, e, já agora, os judeo-bolshevismo: é tudo a mesma coisa.

  3. Paulo Marques says:

    7 mil milhões de dólares roubados, e supreendem-se que empreendam.
    Isso e uma cambada de ajudantes, como os tradutores, abandonados longe da metrópole, devia servir de aviso que os americanos não têm aliados, têm parceiros comerciais temporários. A Alemanha que acorde.

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