Isaltino Morais e a censura do bem

A Câmara Municipal de Oeiras, liderada por esse cidadão e político icónico e exemplar que é Isaltino Morais, decidiu censurar este cartaz, violando, assim, a liberdade de expressão de um grupo de cidadãos que se decidiu manifestar desta forma. Com a total legitimidade que o Estado de Direito lhes garante.

Estranhamente, nada ouvi ou li ainda sobre socialismo, Venezuelas ou estalinismos, o que não me pareceu estranho. Isaltino cometeu crimes, pagou por eles na prisão e agora está, como sabemos, reabilitado. Um cidadão exemplar, renascido e reeleito. De maneira que, em princípio, foi censura do bem.

Este acto de censura, contudo, foi uma das coisas mais palermas que vi desde o início das Jornadas Mundiais da Juventude. Porque ao invés de abafar a iniciativa, deu-lhe ainda mais visibilidade, garantindo-lhe a cobertura mediática que não tinha. Uma proeza, considerando que o jornalismo monotemático atingiu, por estes dias, o zénite.

E o que sucede?

Sucede que, terminado o chinfrim, e dado o destaque mediático a um caso que só o era no Twitter, em parte da bolha de Lisboa e pouco mais, a CM de Oeiras restituiu o cartaz. O milagre da reposição da liberdade de expressão. Jesus no comando é isto.

Comments

  1. JgMenos says:

    Liberdade e balda, os sinónimos da cambada!

  2. Fernando Manuel Rodrigues says:
    • Paulo Marques says:

      É, além de alhos e bugalhos, como se uma minoria mandasse nos interesses comerciais de alguém, assim só por acaso já se retractaram do Index Librorum Prohibitorum para o Raposozinho se dar ar de moral? É que proibição e queima de livros é mais com os evangélicos, devem ser de esquerda. Ao menos o beto e os trogloditas cancelados com colunas semanais que alcancem o papa, já era qualquer coisa, mas é como a bíblia, ler e seguir dá trabalho e não paga renda.

      • Fernando Manuel Rodrigues says:

        A sério? Isso é o melhor que consegue? Uma lista de mil quinhentos e troca-o-passo, abolida em 1966?

        Você fez-me lembrar aqueles que passam a vida a falar do tráfico de escravos, como se isso justificasse todos os crimes que agora cometem.

        • Paulo Marques says:

          Não, o melhor que consigo é a censura de quase 5000 crianças violadas, o genocídios dos nativos em que participou no Canadá, os abusos que continuam a ser descobertos na Irlanda, e por aí fora só nos últimos anos.
          O troglodita é que se lembrou de queixar sobre o mea culpa que alegadamente os outros não fazem, como se fossem um grupo unido, quando a sua querida instituição não só não o fez em 60 anos, como ainda o chefinho anterior a exaltava.
          Você faz-me lembrar aqueles que dizem que os nossos crimes é que são bons, porque são morais. Minto, não faz, é.

    • Paulo Marques says:

      Isso e sobre o aproposito e o Bordalo, afinal parece que é semana de defenderem o controlo político do discurso que subsidiam; podiam ter dito em altura de salvar os jornais, tinha-se aproveitado para os esvaziar.

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