Com ou sem Ronaldo, o futebol saudita continua uma merda. E nós as ovelhas do costume.

Sinto que estamos a misturar as coisas.

Sim, o dinheiro manchado de sangue do Kim saudita comprou meia dúzia de craques.

Já tinha comprado uns quantos clubes na Europa e sim, nós fizemos de conta que estava tudo bem, como fizemos de conta que estava tudo bem durante as duas décadas em que Putin era um dos nossos e o seu gás barato garantia os excedentes comerciais de países como a Alemanha.

E sim, o futebol é hoje a modalidade mais podre e em mais avançado estado de decomposição.

E nós parecemos moscas à volta dela, ignorando a corrupção, o sportswashing e os mortos e presos políticos que ficam escondidos atrás do dinheiro sujo que alegremente aceitamos dos ditadores que financiam o jogo no continente dos velhos virtuosos.

Mas vamos lá ter juízo, meus amigos: o futebol europeu continua e continuará a dominar a modalidade agora, amanhã e, no mínimo, durante muitas décadas.

Por muitas razões, mas sobretudo porque o espectáculo do futebol não existe sem liberdade que ainda temos.

E a Arábia Saudita não é nada à beira do futebol europeu.

Nada.

Zero.

E só um regime totalitário que investiu milhares de milhões em jogadores para explorar o quão néscios nos tornamos quando a bola rola no relvado.

Porque somos fáceis, até que nos digam para não o sermos.

Ou estaremos esquecidos que o Putin que envenenou o Litvinenko e o Skripal é o mesmo que patrocinou a Liga dos Campeões durante 10 anos?

A Arábia Saudita não saltou para o topo da tabela dos melhores campeonatos do mundo. Limitou-se a fazer o que qualquer marca faz: contratou os influencers certos para prender a audiência e iludi-la com a pose e o filtro que a faz salivar.

E funcionou.


 

Comments

  1. Luís Lavoura says:

    Não entendo o argumento do João Mendes. É que todas as ditaduras têm um futebol que é, necessariamente, “uma merda”? Somente nas democracias liberais é que se joga bom futebol? Os cidadãos de países ditatoriais não têm o direito de jogar futebol? Ou, caso o façam, nunca jogarão bem? Ou, mesmo que o façam, nós não devemos ver os jogos deles?
    Este argumento parece-me tão confuso e tão desprovido de sentido como o argumento contra o Campeonato do Mundo no Qatar. Como se um país, lá por ter o azar de ser uma ditadura, perdesse todos os direitos desportivos…

    • Paulo Marques says:

      No caso do Qatar não foram só atletas a escolher participar de livre vontade, os que só queriam representar o país eram obrigados a semi-apoiar o loca e as condições que quisessem ter, bem como os apoiantes.
      Já os países de bem limitam-se a dificultar a vida aos nativos e expulsar os pobres, como humanistas preocupados que são.

  2. Paulo Marques says:

    As ovelhas consomem productos de criminosos, os carneiros consomem productos de quem nivela os primeiros à bomba e não deixa alternativa aos seus trabalhadores.
    Dizem que é civilização há 2 ou 3 séculos, continuo por convencer.

  3. Anonimo says:

    O desmame da bola é quase total. Não será pelo competitivo e emocionante campeonato saudita que terei uma recaída.

    Quem gosta, consome.

    Há uma pequena falha nesse raciocínio; é de que cada vezmais há adeptos de jogadores, e não de clubes. E esses seguirão o CR, o Messi, o Mbappe, na Europa, na Arábia ou na gronelândia


    • Por acaso discordo.

      Sempre houve ídolos. Foram os ídolos que fizeram os clubes e não o contrário. Os clubes são as pessoas, dos funcionários aos jogadores, não são entidades abstractas.

      Antes de Bosman, os jogadores ficavam quase a carreira toda nos mesmos clubes, e quanto melhor eram mais vitórias conseguiam, e mais vitórias traziam mais adeptos. Era o ciclo normal de hegemonia de um clube. Veja-se o impacto mediático, desportivo e social de um Maradona no Nápoles comparado com um Maradona no Barcelona.
      A diferença principal é que hoje em dia o jogador tem muito maior capacidade de livre circulação, e a mudança devido a melhores contratos tornou-se banal. Os clubes perderam essa capacidade de pertença. Não me parece que haja mais adeptos de jogadores. Esse fenómeno sempre aconteceu.

      Quando os EUA foram buscar craques mundiais nos anos 1970 em fim de carreira trouxe alguma popularidade momentânea ao jogo naquele país, mas com o fim da fornada a popularidade caiu a pique. É o que vai acontecer na Arábia, que até pretende entrar na Liga dos Campeões Europeus e vai esbarrar com o fair-play financeiro, o que vai destruir o projecto deles. A não ser que a UEFA se venda.

  4. jose valeriano says:

    Sendo assim o Putin foi o grande financiador das belas vidas que há por esta Europa fora.
    Agora sem Putin como irão resolver o problema aqui nesta Europa podre.
    As noticias são bem claras os EUA continuam a comprar em grandes quantidades de uranio e a Europa faz o mesmo com o gaz noticias frescas de hoje.
    Então como ficamos?

    • Nortenho says:

      Ficamos que a industria de armamento yankee esta a ganhar milhões

    • Paulo Marques says:

      Primeiro é preciso definir qual é o problema… Para muita carreira, o Putin até é solução: ou é tudo culpa dele, ou, como a bola, serve para não se discutir muita coisa.

  5. JgMenos says:

    Noto alguma desactualização ideológica em parte das hostes esquerdalhas.
    Então nesta era de luta contra ‘o sistema de regras’ do imperialismo ocidental’ quando o mundo se dedica a construir multipolaridades sem ingerências externas, em que o Lula, esse grande lutador antifascista, vai admitir no seu Brics o ilustre Mohammad bin Salman bin Abdulaziz Al Saud, a par dos progressista islâmicos do Irão, ainda há quem venha com este tipo de discurso?!?!?!

    • Paulo Marques says:

      A NATO e UE são os únicos blocos (na verdade um, mas adiante) existentes que se definem pela ideologia que, de resto, nem cumprem, nem fazem cumprir.
      Se alguém, como o João, pretende que só se tenha trocas comerciais com países do bem espero que encontrem a sua jangada de pedra; mas isso nada tem a ver com o acordo comercial que é o BRICS. O SCO é outra coisa, mas também não será ideológico.

  6. Douriense says:

    “Noto alguma desactualização ideológica em parte das hostes esquerdalhas.”

    Velho Salazarento

    Nunca ouviste falar que o que é importante é definir o inimigo principal ?

    Se nunca ouviste falar disso na formação fascistoide que voces recebiam na Escola de 7 Rios, não admira que tenham perdido o poder em 74

    • JgMenos says:

      Sempre soube que a democracia é o vosso inimigo principal, o que parece é que alguns se distraem por causa destas merdas do futebol

      • Douriense says:

        “a democracia é o vosso inimigo principal,”

        Um nojento Salazarista a dizer isto que esta em cima .

        Tem vergonha velho nazi

        “a democracia é o vosso inimigo principal,” ?????

        bem, se tivesses vergonha não eras um salazarento requentado

        O que mais me faltara ler.?

        Um Salazarento assumido a defender a democracia

      • Douriense says:

        Não me digas que nunca andaste na escola da PIDE em Sete Rios

  7. whale project says:

    Democracia que nos meteu em casa como gado para nos obrigar a meter merda experimental no corpo e chamou de tudo a quem não foi feito carneirto aos centros de vacinação. Eu fui e lixei-me. Fui envenenada e se não ppsso ter a certeza, que policia não sou, que o Putin envenenou o Litvinenko, um traficante de armas que tinha muita gente a fazer-lhe a folha, e o Skripal, que não merecia tanto trabalho, tenhoa certeza que a Pfizer me meteu faro veneno no corpo que ainda ando ás voltas com swquelas. Na Alemanha quem não se queria vacinar foi proibido de trabalhar, ir ao supermercado, atestadr o carro, ir ao café, ao, cinema, utilizar transportes públicos.Voltara, os tempos da perseguição aos judeus. Houve gente comdenada a mais de uma década de cadeia por alegadamente ter pegado o bicho a vacinados, que morreram. Gente que continua na prisão. Há milhões de sequerlados e milhares de morrtos. Depois disto ainda tenho dser levar com salazarentos a enchera boca a dizer que somos democracias. Vão ver se o mar dá choco. E vão chamar negacionista ao raio que os parta. tenho uma bela dose de veneno no corpo e arrepia-me que andem agora a vender supostas novas vacinas para novas variantes. Espero que não me voltem a cortar a vida para ir dar aquela porcaria, mas se o fizerem, viverei com a vida cortada mas eles irão dar aquilo à senhora mal comportada que os pariu.Porque a democracia é só parao que nos interessa, quando é preciso mandamos logo a democracia às malvas e manifestantes acabam sem olhos, como os catalães ou os coletes amarelos. Gente como o Menos, tenha vergonha de uma vez e vá ver se o mar dá choco.

    • Paulo Marques says:

      Há muita coisa que foi mal feita; a vacina ter sequelas que não aparecem em maior número e gravidade com a doença, e não é na população vulnerável, é na população em gera não protegida, não foi, de todo, uma delas.
      Funciona extremamente bem e recomenda-se, não é é fácil explicar e demonstrar porquê, mas os estudos e números continuam a ser publicados e a demonstrá-lo. Mas sabe que mais? O resto da medicina também é pouco mais evoluído do que magia afinada pelo processo científico de medição e observação, por muito que, também o resto, tropece por razões políticas.

  8. JgMenos says:

    Douriense,
    Já te dei troco em demasia.
    Dá-me notícia de governos esquerdalhos democráticos, e pouca treta!
    Começa pela Nicarágua e vai até à Coreia do Norte.

    • Douriense says:

      Nazi Serôdio

      Fala antes tu do Governo ” democrático” do Peru e de outros onde os teus colegas da CIA meteram a unha

      Colegas ou ex colega, porque ja te deram reforma da PIDE ha 49 anos

      Mas nunca me respondeste em que anos andaste na Escola da PIDE em Sete Rios

    • Paulo Marques says:

      Dá-me exemplos de governos direitolos democráticos, segundo a tua, a cumprir o desígnio da prosperidade que seria automática.
      Já sei, as contas aldrabadas da Irlanda, e o crescimento dos países do leste, abaixo da inflação que o apaga.

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