As joias sauditas de Michelle Bolsonaro

no valor de 3 milhões de euros, entraram no país de forma ilegal? Então o Bolsonaro não era o campeão da honestidade?

Cristiano Ronaldo, as ronaldettes e o regime saudita, igual ou pior que o russo

Descobri estes dias que tenho uma dívida para saldar com Cristiano Ronaldo. Como se não me chegasse o crédito à habitação e a dívida externa do país. Sorte a minha, é uma dívida de gratidão. Mas não deixa de ser uma dívida involuntária, na medida em que tenho que a aceitar, mesmo que me esteja nas tintas para o futebol jogado.

Quem não aceita a dívida sujeita-se ao homem do fraque. E, neste caso, o homem do fraque são as ronaldettes, que logo surgem, de tocha na mão, a exigir que se venere o melhor do mundo, garantindo que Ronaldo está acima da crítica e, por conseguinte, da liberdade de expressão e do estado de direito. O que é interessante, já que Ronaldo foi trabalhar precisamente para um país onde se cultiva a rejeição desses valores.

Eu disse cultiva? Queria dizer reprime. Com brutalidade medieval.

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José Manuel Ribeiro mete o dedo na ferida sobre a ida de Cristiano Ronaldo para a Arábia Saudita

Cristiano Ronaldo: uma lenda que parte, vergada aos petrodólares

Eu era um daqueles gajos que tinha a certeza absoluta que Cristiano Ronaldo acabava a carreira em Portugal. O dinheiro há muito que não é problema, o Sporting foi o clube que o formou e apresentou ao mundo do futebol, e Ronaldo, acreditava eu, seria o bigger man, aceitaria uma redução salarial e terminaria a carreira como herói aclamado de Alvalade. Talvez um dia dessem o seu nome ao estádio.

A verdade é que não sei se o Sporting estaria interessado em receber Ronaldo, mais ainda numa fase em que as polémicas ultrapassam claramente a magia dentro das quatro linhas. Mas custa-me a crer que o Sporting, ou clube algum em Portugal, incluindo o meu Porto, recusasse o melhor jogador português de todos os tempos.

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Se aparecer um catalão desmembrado num saco de plástico, já sabem…

Uma investigação do Citizen Lab, da Universidade de Toronto, garante que pelo menos 65 independentistas catalães foram monitorizados pelo spyware Pegasus, um sistema informático israelita usado para espiar “high profile individuals”, que saltou para a ribalta por ter sido usado por Mohammed Bin Salman para vigiar e controlar todos os passos do jornalista Jamal Khashoggi, até ao brutal assassinato ordenado pelo príncipe-carniceiro de Riade, nosso estimado parceiro e destacado fornecedor de petróleo.

O software israelita tem sido um forte aliado de vários autocratas, da Arábia Saudita ao Qatar, passando pelos Emirados Árabes Unidos e Cazaquistão, existindo fortes suspeitas da sua utilização por governos europeus, como o polaco, com o mesmo propósito das monarquias absolutas do Golfo: monitorizar, perseguir e intimidar opositores políticos.

A utilização do Pegasus, contudo, parece não ser um exclusivo de monarcas totalitários e autocratas de extrema-direita. Em Espanha, onde o governo em funções é de esquerda, o software está a ser usado para espiar independentistas catalães. Quando chegamos ao patamar em que uma democracia consolidada recorre a ferramentas de espionagem dignas de um Vladimir Putin – que também o deve estar a usar – percebemos o grau de perigosidade dos tempos que vivemos.

Putin, Bin Salman e a direita que não legitima ditadores, tirando aqueles que legitima

Mohammed Bin Salman, o Kim Jong-un da Arábia Saudita, famoso por fatiar jornalistas incómodos em embaixadas estrangeiras e nem por isso deixar o ter o seu ass licked pelos capitalism freedom fighters da direita ocidental, que adoram a democracia mas gostam ainda mais de petro-dólares, pinguem o sangue que pinguem, reafirmou o compromisso da OPEP com o tirano que invadiu a Ucrânia. É sempre bom saber quem está ao lado estão os nossos fiáveis parceiros do Golfo. Após a abstenção dos EAU no condenação de Putin no Conselho de Segurança, ficamos todos muito mais tranquilos.

Se fosse o PCP, a frente conservadora-liberal-fascista que se organizou para derrubar os comunistas já estaria aos berros no meio da rua, porque democracia, liberdade e pardais ao ninho. Acontece que a direita não cospe em mãos invisíveis, e o homem até faz boas compras de armamento aos EUA, e de imobiliário na Europa, e de software de detecção de jornalistas para fatiar em Israel, pelo que convém ficar caladinho, não vá o capitalismo ver vedado o acesso ao dinheiro totalitário do bem.

Venezuela, uma ditadura sui generis

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Fotografia via SIC Notícias

A Venezuela é uma ditadura sui generis. Permite que milhares saiam à rua para protestar contra ela, algo raro em ditadura, para não dizer inédito, e que o líder da oposição, financiada pelos países que embargaram e ajudaram a destruir a economia venezuelana, discurse numa universidade publica contra o ditador. [Read more…]

A Venezuela e o ultimato europeu

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Com a Rússia e a China na rectaguarda, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela esteve ontem na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, muito seguro de si, e tinha uma mensagem muito particular para os Estados europeus:

A Europa dá-nos oito dias de quê? De onde tiraram a ideia que nos podem fazer ultimatos?

A intenção até podia ser boa, mas, numa próxima ocasião, caros Estados europeus, fica a sugestão: e que tal demonstrar o mesmo músculo com, sei lá, uma Arábia Saudita, daquelas mesmo totalitárias, que encomendam esquartejamentos de jornalistas em embaixadas de outros países? Começavam por não lhes vender mais armamento, seguido de um embargozito, e depois, quando os supermercados estivessem mesmo vazios, a população revoltada e um potencial líder da oposição posicionado, exigiam-lhes eleições livres, coisa que de resto nunca acontece por essas bandas. Assim, quando quisessem fazer ultimatos às Venezuelas desta vida, sempre tinham outro arcaboiço moral para o fazer.

Dois ditadores entram numa cimeira do G20

 

Na cimeira do G20, dois ditadores cumprimentam-se com aquele entusiamo de quem faz do presidente da superpotência mundial a sua bitch. Diz quem esteve por lá que trocaram ideias sobre como eliminar opositores e jornalistas, à bruta e sem consequências, sem prejudicar os seus investimentos na Europa dos Direitos Humanos. E que o dia terminou com a visualização da pee tape de Donald Trump.

O silêncio cúmplice e cobarde de um Ocidente sem espinha dorsal

Nos últimos, dias fomos confrontados com notícias do desaparecimento do jornalista e crítico do violento regime saudita, Jamal Khashoggi. A imprensa internacional avança que Khashoggi terá sido assassinado e desmembrado no interior da embaixada saudita em Istambul. A confirmarem-se as suspeitas, estamos perante um crime hediondo que deveria ser intransigentemente condenado por qualquer democracia digna do nome. [Read more…]

Violência contra civis indefesos, aprovada por Paris, Londres e Washington

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Gasear civis inocentes é terrível. Oprimir um povo, seja de que maneira for, é inqualificável, inaceitável, horrível e deve ser combatido. Deve ser combatido de forma eficaz, sem meios termos. Deve gerar ruptura. Podem existir contactos diplomáticos, em nome do bem comum, mas se apontamos o dedo a uma ditadura, se a acusamos e condenamos com provas factuais, se nos juntamos aos nossos pares para a atacar, não raras vezes de forma ilegítima e sempre por procuração, então não podemos fazer negócios com tais facínoras. Não podemos ter os seus mealheiros nos nossos bancos, as suas empresas a patrocinar as nossas competições e clubes de futebol, as suas bandeiras hasteadas no centro das nossas praças financeiras. Ou podemos, e nesse caso temos que nos deixar de merdas. Or grow a pair. [Read more…]

Se o Kim Jong deixar as mulheres conduzir

e continuar a tratá-las como objectos sem direitos, o Ocidente também aplaude? Ou será que tal louvor se aplica apenas a ditadores produtores de petróleo?

A crise na Venezuela e os hipócritas do costume

A administração norte-americana anunciou hoje, em resposta ao desfecho daquela espécie de eleição que teve lugar na Venezuela, o congelamento de todos os bens de Nicolás Maduro nos EUA. Mas antes de entrar na hipocrisia americana, importa fazer aqui uma nota sobre a venezuelana: então os Estados Unidos são o demónio capitalista, o centro do absolutismo neoliberal, e o grande revolucionário Maduro tem bens em território imperial? Propriedade privada na Disneyland dos especuladores? Já não se fazem revolucionários como antigamente. Shame on you, Maduro. [Read more…]

A ideologia do dinheiro

Quando chegava a casa do trabalho, ouvi Trump na rádio a dizer que se preparava para colocar um ponto final no acordo assinado entre Obama e Raúl Castro. Mais uma grande jogada do player do momento. Segundo Trump, não há acordos com países que não respeitam a democracia. Excepto se for com um país com muito dinheiro e petróleo. Nesses casos, esquece-se a democracia e não se fala mais nisso. [Read more…]

Aquele estranho momento

em que Donald Trump decide brincar à diplomacia. O cofveve segue dentro de momentos.

Jihad Americana

A extrema-direita, seja a oficial, seja aquela que se infiltra disfarçada entre conservadores e liberais, atravessa hoje uma das fases mais complicadas da sua estranha existência. E a culpa, em larga medida, é de Donald Trump.

Reparem na contradição: enquanto se masturbam com a diarreia mental diária do presidente norte-americano, que num dia emite uma fatwa contra o mundo árabe e no outro se desloca a Riade para bater continência à casa-mãe do fundamentalismo islâmico, a quem de resto aproveitou para vender cerca de 110 mil milhões de dólares em armamento, estes tipos desenham teorias da conspiração, que mais parecem saídas de um bolinho da sorte chinês, acusando a esquerda, não se percebendo muito bem porquê, de ser uma espécie de suporte ideológico do terrorismo islâmico. [Read more…]

O eixo do mal

Não confundir com o (excelente) Eixo do Mal da SIC Notícias. Este é literalmente um eixo do mal. Até uma espécie de bola de cristal os gajos têm. Aposto que a seguir foram dar umas chicotadas juntos, para celebrar a assinatura de mais um contrato de armamento, desta feita no valor de 110 mil milhões de dólares. Os carniceiros não são todos iguais e alguns a malta vai tolerando. Pelo menos enquanto houver petróleo, e estes têm que se fartam.

America first, Saudi Arabia second. It’s gonna be huuuuuge.

O supra-sumo dos Ricardos Salgados

Najib-Razak

Lembra-se da prenda de 14 milhões euros que José Guilherme – aquele empresário que nos deve 121 milhões de euros via BES e que escapou à comissão de inquérito ao banco, alegando problemas de saúde que o impediam de viajar para Lisboa, excepto no caso de precisar de cortar o cabelo – deu a Ricardo Salgado, e que tanto trabalhou deu ao ex-ministro a prazo do PàF para explicar? Coisa de pobre. O primeiro-ministro da Malásia recebeu uma prenda de 681 milhões de dólares – sim, leu bem – do regime totalitário saudita mas, ao contrário do amigalhaço do recém-eleito presidente da República, não tentou esconder o motivo da oferenda: servia para ajudar Najib Razak a ganhar as eleições deste ano. Servia porque aparentemente foram devolvidos 620 milhões. Só não se sabe o que aconteceu aos restantes 61. Mas não se passa nada. O procurador-geral da Malásia, nomeado por Razak, já decidiu que não existe ali qualquer indício de criminalidade. Mais ou menos o que se passa por cá.

Charlie Hebdo, um ano depois

CH1

Deus, uma AK-47 e o olho que tudo vê. Religião, terror e medo. Quase um ano após o atentado, o mundo é um lugar ainda mais inseguro. Pena que alguns terroristas continuem a ser recebidos de braços abertos no Ocidente.

Carniceiros

Cameron Salman

Foto@Daily Mail

Por estes dias, a propósito dos ataques aéreos russos contra posições do Estado Islâmico – dizem eles claro – David Cameron acusava o Kremlin de dar cobertura ao carniceiro Al-Assad porque, alegadamente, apenas um em cada 20 ataques atingia os jihadistas enquanto os restantes faziam recuar os rebeldes opositores do regime, que apesar de empunharem armas de fabrico ocidental, têm sido terreno fértil de recrutamento para os fundamentalistas e responsáveis pela morte de civis inocentes e outros atropelos aos princípios mais elementares da dignidade da vida humana. Não admira que os sírios queiram dali fugir a todo o custo.

O mesmo David Cameron que, indignado, se insurgia contra o apoio russo ao regime sírio, é o líder do governo que terá alegadamente feito um acordo secreto com a Arábia Saudita para que ambos pudessem integrar o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDHNU). Há carniceiros e carniceiros e alguns deles têm muito petróleo pelo que devem ser acarinhados pelos moralistas ocidentais. A verdade é que o carniceiro Salman lá conseguiu um seu assento no CDHNU, apesar das execuções por bruxaria e dos bloggers chicoteados em praça pública perante a passividade dos falsos Charlies. [Read more…]

Bipolaridade saudita

Nuns dias financia terroristas, noutros prende-os. Nem os restantes fanáticos os compreendem.

Carniceiros sauditas cedem à pressão?

Raif Badawi poupado das 50 chicotadas que ontem o aguardavam. Até quando?

Ditaduras imunes a sanções

Raif

No país do wahhabismo e dos financiadores do terrorismo islâmico, o blogger Raif Badawi ficou ontem a saber que a pena de 1000 chicotadas e 10 anos de prisão por alegados “crimes” de insulto e renúncia ao Islão é mesmo para cumprir. Outra coisa não seria de esperar de uma nação governada por fundamentalistas sedentos de sangue que condenam cidadãos à morte por bruxaria.

Agora a ironia: no passado mês de Maio, a Arábia Saudita reiterou a sua intenção de presidir ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, poucos dias depois do regime ter colocado um anúncio para recrutamento de 8 novos carrascos para dar vazão ao crescente número de execuções e amputação de membros no país. Só nos primeiros 5 meses de 2015, as autoridades sauditas executaram 85 condenados, um crescimento assustador face aos 87 executados em todo o ano de 2014.

Com que moral queremos nós, ocidentais, continuar a apontar o dedo a russos ou norte-coreanos se nos continuamos a sentar a mesa com este tipo de “gente”? Um ditador é sempre um ditador, tenha o petróleo que tiver. Alguém tem por aí um pacote de sanções para estes animais?

Game of Thrones na Arábia Saudita

Rei Salman baralha e volta a dar. Preço do barril de crude reage com subida de 2,23%. Não se perspectiva qualquer impacto negativo no financiamento aos terroristas sunitas/wahhabitas.

O fanatismo wahhabita e o paradoxo saudita

Radical Islam

O fundamentalismo islâmico é-nos muitas vezes vendido como um fenómeno circunscrito a meia dúzia de organizações, das quais a Al-Qaeda e mais recentemente o Estado Islâmico parecem ser as principais embaixadas onde tudo começa e acaba. Por várias vezes, o João José Cardoso chamou neste espaço a atenção para diferença entre a generalização que se faz do radicalismo islâmico e o wahhabismo, a interpretação mais radical e opressiva do fanatismo religioso que tem na acção das organizações referidas a sua máxima expressão. O financiamento, esse, chega em quantidades industriais da Arábia Saudita, destacado parceiro comercial do Ocidente moralista repleto de Charlies que gostam de aparecer mas que na realidade se estão nas tintas para o alto patrocínio que o regime de Riade disponibiliza para os criminosos que erguem o Corão em nome da destruição arbitrária.

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Arábia Saudita: Razões para os ataques no Iémen.

unnamedHá duas noites que se iniciou mais uma intervenção militar externa contra a minoria houthi, no Iémen. Digo mais uma, já que a História demonstra que já houve várias, sendo que uma delas foi liderada pelo então Piloto da Força Aérea Egípcia, Muhammed Hosni Said Mubarak, a partir de 1962, quando a recém-criada República Árabe do Iémen (do Norte) pedira ajuda ao Egipto de Gamal Abdel Nasser para eliminar as tribos que se mantinham fiéis à Monarquia de Muhammed al-Badr, 3º Rei do Iémen.

Curiosamente, à época, a tensão não era entre sunitas e xiitas, mas sim entre repúblicas e monarquias. De tal forma, que o Reino da Arábia Saudita lutava ao lado dos monárquicos xiitas houthis, que hoje bombardeia! A proxy war que durou entre 1962 e 1970, foi entre o Egipto aliado à URSS e a Arábia Saudita aliada à Grã-Bretanha. [Read more…]

Iémen. Razões para o massacre.

O ponto de partida para uma melhor compreensão das dinâmicas actuais no Iémen, deve passar por uma leitura prévia do texto publicado a 23 de Janeiro, A Crise no Iémen.

As razões para o massacre da passada 6ª-feira em duas mesquitas xiitas de Sana’a (entre 137 e 142 mortos, as fontes contradizem-se), uma vez mais de forma quase telegráfica, sem no entanto ser simplista, são as seguintes:

1º É necessário clarificar, relativamente a um dos dados do referido texto, que a demissão do Presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi não foi irrevogável, continuando no cargo. Após a tomada de controlo da capital Sana’a pelos houthis, a Presidência, o Governo, as Embaixadas e demais instituições públicas, abandonaram a capital e rumaram até Áden, no sul, num movimento táctico, cujo objectivo principal foi o da procura da legitimação por parte da Comunidade Internacional, garantido de imediato e em simultâneo, já que as Embaixadas e respectivo pessoal, acompanharam institucionalmente o Governo legitimo do Iémen; [Read more…]

O jihadista de Telavive

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Foto: The Cagle Post

O extremista Benjamin Netanyahu – e aqui o termo “extremista” assume roupagens de verdadeiro radicalismo numa óptica de violência indiscriminada, não se tratando, portanto, do termo novilinguístico desenvolvido pelo regime e respectivos assessores, os oficiais e os residentes nas colunas de opinião e blogues da corda – foi por estes dias à capital do império visitar os seus pares republicanos num acto público de pré-campanha eleitoral. Para além de apelar ao voto e ao medo, registo habitual dos jihadistas de Telavive, Netanyahu, foi relembrar os senhores que se seguem na Casa Branca que o Irão quer produzir armas iguais às suas e que tal é inadmissível.

O ainda primeiro-ministro israelita aproveitou para apelar ao bom senso da extrema-direita republicana avisando-os do perigo que um acordo com Teerão representa. Até porque, convenhamos, tendo o Irão atacado zero países nos últimos anos, a ameaça é real e deve ser encarada com tal. Se é para celebrar acordos com gente com gosto pelo totalitarismo, os EUA já dispõem de um leque variado de amigos como Israel, China ou os novos oligarcas nazis da Ucrânia. Radicais que cheguem e que sobrem. Até no campo do extremismo religioso, os norte-americanos têm já o seu aliado de peso, a monarquia totalitária ultra-radical da Arábia Saudita, uma referência do financiamento terrorista e da repressão, que pune a liberdade de expressão com chicotadas e queima bruxas na fogueira. Mais aliados radicais e totalitários para quê?

Raif Badawi

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Teve o azar de nascer na Arábia Saudita.

Teve o azar de ser um homem de liberdade num país onde esse direito não existe.

Teve o azar de encontrar no seu caminho já espinhoso um juíz que, não se sabe por que motivo, o deve odiar e insiste em querer condená-lo à morte.

Teve a sorte de num primeiro julgamento o juíz não o poder julgar e condenar por apostasia (afastamento da religião, punível na Arábia Saudita com a morte por decapitação), mas entretanto teve o azar de os poderes dos tribunais terem sido alargados e esse mesmo juíz poder agora julgá-lo por esse crime tão hediondo.

Raif Badawi foi primeiramente condenado a 10 anos de prisão e a receber 1000 (mil) chicotadas, à ordem de 50 por semana. Recebeu apenas a primeira flagelação. O seu corpo não aguentou. Ficou doente. Desde então, não voltou a ser torturado com as chicotadas, e com tanta pressão internacional, havia a esperança de que ele pudesse ser libertado. Mas agora chegou a pior de todas as notícias: suspeita-se que Raif Badawi, um nosso colega, blogger como todos nesta casa, defensor das liberdades como todos nesta casa, vá ser julgado por apostasia.

A pressão de todos, o barulho, a luta, podem ser, neste caso, vitais para salvar a vida deste homem cuja família o espera no Canadá.

Portanto, meus caros leitores, peço que cada um faça a sua parte. Assinem a petição aqui e gritem no twitter e no Facebook (não se esqueçam de usar a etiqueta #FreeRaif) que querem este homem libertado.

Se é necessário que o mundo seja vigilante, é nestas coisas que tem que o ser. A liberdade de expressão é um direito de TODOS os povos.

O heliocentrismo negado pela aviação e pela estupidez

Fico sempre na dúvida se estes radicais islâmicos são apenas patetas ou se usam argumentos desta categoria para manter os seus correlegionários na infinita estupidez subjacente a qualquer radicalismo religioso. E, como de costume, os piores exemplos acabam sempre por chegar desse nosso estimado aliado que é a Arábia Saudita, a referência maior no financiamento do fundamentalismo islâmico.

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