Luís Montenegro teve um momento de festejo precoce, indo colar-se ridiculamente à perda da maioria absoluta de uma aliança entre PSD e CDS na Madeira, tentando reclamar para si um golo que Miguel Albuquerque quase falhou.
Acontece, mesmo aos mais experientes: uma pessoa entusiasma-se, o ambiente aquece, a excitação descontrola-se e o clímax surge sem se contar. Que atire a primeira pedra aquele que nunca se descontrolou.
Entre as declarações de Luís Montenegro, no entanto, avulta a frase: «Não iremos fazer alianças com o Chega, porque não precisamos.»
Montenegro é um marxista da facção Groucho e poderia dizer «Estes são os meus princípios. Se não gostar deles… tenho outros.» Não será por uma questão de princípios que Montenegro não se aliará ao Chega – quando precisar, isso acontecerá, mesmo que tenha de recorrer a falsas equivalências. O que esperar do autor da frase «A vida das pessoas não está melhor mas o país está muito melhor.»?
A julgar pela palavra dada e não honrada de Miguel Albuquerque, há que desconfiar desta súbita declaração de interesses de Montenegro.
Desculpe, João Mendes, mas a história está mal contada. o Albuquerque queria dizer outra coisa, só que, maldosamente, não o deixaram acabar a frase.
Era assim: “Se não tiver maioria absoluta, obviamente demito-me…de pedir a demissão. Devem existir por aí uns bichinhos para alimentar, ou mesmo um senhor, que mostra ser de muito alimento. E mais não digo!”.