Optimismo revisto em baixa

Apesar do excedente orçamental que Montenegro vai herdar, o maior na história da democracia portuguesa, o discurso da máquina de propaganda da AD começou a mudar no dia a seguir as eleições. Já o cenário económico, nacional e internacional, continua o mesmo. Exactamente o mesmo.
Onde até dia 9 havia optimismo desmesurado, crescimento económico perto de 4% e soluções para os trabalhadores da Educação, da Saúde, da Justiça e da Administração Pública, em geral, a par de espaço para descidas significativas nos impostos, existe agora uma revisão em baixa das promessas eleitorais. Sem que nada, rigorosamente nada, tenha mudado.
Parece-me, por isso, uma questão de tempo até percebermos que pouco ou nada vai mudar. Talvez se satisfaçam as exigências dos polícias, mais para conter André Ventura do que para responder às necessidades dos agentes de autoridade, mas é possível que só a elite económica e os avençados do novo regime sintam os efeitos da almofada socialista. Resta-nos a ironia.

Comments

  1. camaradas says:

    mas a dívida pública não é a maior em democracia, ou na verdade a maior desde a fundação de Portugal?

    • POIS! says:

      Pois não é que parece…

      É mesmo! É o burreiro disfarçado, agindo “undercover”, perfeitamente camuflado!

      Não o reconheceram? Pudera! Está camuflado!

      Mas não perdeu o ensejo de, entre o assentamento de duas ripas de lamparquet aqui vir botar burreirice pastorinha.

      Pode passar lá pela sede da Irmandade. O Mathathá sai da montra para lhe dar um torrãozinho de açúcar, por ordem do Venturoso Pastorinho.

    • A maior não é, que o PS tem muitos defeitos, mas é competente na política única. Mas, e então? A solução é acelerar a destruição do estado para conseguir continuar a garantir o negócio privado; antes ou depois de lhe assumir explicitamente a dívida a acumulação não parece levar a grande coisa.
      Ou então, pronto, as amarras do patrão externo que já não correm bem para ninguém não têm nada a ver com o assunto, esse gráfico já não interessa para nada.

  2. Dizer que pouco ou nada vai mudar é menosprezar a capacidade de destruição criativa de gentinha que não esconde querer garantir o retorno do negócio privado, das ALs à TAP. A carta de conforto de quem vai estar novamente a privatizá-la fala por si. É a diferença de quem acha que vai mudar eventualmente num dia de nevoeiro quando fizer por o suficiente por isso, e quem acha que vai mudar quanto mais deixar que façam o que lhes apeteça. E que se lhes tratam da vidinha, os outros que tenham o mesmo mérito.

  3. jose valeriano says:

    O tal excedente orçamental de que tanto falaram de 3.2 MM ontem a Comunicação Social já falava num programa que afinal o excedente era só de cerca de 700M.
    Onde foi parar a diferença?

    • POIS! says:

      Pois desapareceu!

      Mas a polícia já está em campo. Anda atrás da diferença e da economia paralela de 90 mil milhões, conforme a vigorosa denúncia do Venturoso Pastorinho.

      Já estão ordenadas umas 1357 buscas domiciliárias, mais coisa, menos coisa. Em breve haverá notícias.

  4. O mais curioso é que o day after foi de que afinal as condições estão óptimas e devíamos todos celebrar a oportunidade oferecida ao grande estadista, antes de voltar ao discurso de que não há nada para ninguém a não ser aos do costume.

  5. Retirado de comentário:
    “O endividamento da economia (dívida total do Estado, das empresas e das famílias) registou em Janeiro um aumento homólogo de quase 10 mil milhões de euros, dos quais cerca de 70% do sector público”.
    “É só fazer a conta……”

  6. Helder says:

    E a novidade é?
    Isto vai só ser Passos Coelho 2.0
    Só os “distraídos” é que caíram na cantiga, e ha’muita gente distraída por aqui…
    “Não se passa nada, é seguir em frente…”

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