Pedro Passos Coelho entrou na campanha da pior maneira.
No Algarve, região do país que, de forma literal, não sobrevive economicamente sem os imigrantes que chegam ao país, o antigo primeiro-ministro escolheu a demagogia, associando a imigração ao aumento da insegurança em Portugal, sem um único dado ou facto que sustente a sua insinuação.
E, de uma assentada, o discurso de Passos Coelho teve 3 efeitos imediatos:
- Revelou a permeabilidade do espaço político da AD a uma das mais perigosas ideias populistas defendidas pelo partido de André Ventura, o que nos dá indicações preocupantes sobre o futuro.
- Demonstrou que o PSD está disponível para combater o CH no lamaçal da demagogia. Um erro já tentado noutros países, sempre com o mesmo resultado: com a derrota da direita moderada.
- Fez mais pela mobilização do eleitorado à esquerda que qualquer aprendiz de fascista. Um erro táctico.
Dir-me-ão que Passos estava só de passagem. Mas eu sou céptico e não acredito em coincidências na política. E elas começam a ser muitas.
Como a proposta de Paulo Núncio para referendar o direito ao aborto.
Caminhamos sobre gelo fino.
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