Fartos de queixumes…
Não sou adepto do partido no poder em Angola, mas ainda me revejo menos no discurso truculento de algumas figuras da oposição. No entanto, enquanto cidadão estrangeiro, entendo não me dever imiscuir nos assuntos internos do país que me acolhe bem, onde conheci pessoas de quem me tornei amigo. Foi com tristeza que ouvi o discurso do Presidente de Angola. Mas compreendo a sua posição. Quando me desloco em férias a Portugal, constato que muitos pensam que enriqueci. Outros olham para mim de soslaio como se fosse um corrupto. Existe muita incompreensão e má vontade para com esta antiga colónia, outrora a jóia da coroa do império colonial. [Read more…]
RDP e Angola – Relvas silencia vozes corajosas
O João José Cardoso já denunciou, aqui e aqui, a decisão do governo português, através do Torquemada de Tomar, Miguel Relvas, de silenciar vozes incómodas para negócios entre Portugal e Angola – o desassombro de Raquel Freire e Pedro Rosa Mendes custou-lhes o afastamento da RDP.
Conheço Angola. Sem nunca ter sido residente, obrigações profissionais levaram-me àquele país mais de uma dezena de vezes por ano. Durante duas décadas. Tenho longas histórias dos meandros dos negócios locais, grandes e pequenos, assim como de homens do poder.
Estabeleci também relações de amizade com angolanos honestos que, hoje como ontem, não puderam ou quiseram enveredar por negócios espúrios, geradores de fortunas tão céleres quanto ilegítimas. Esses amigos, no fundo, são gente sensível à pobreza extrema de milhares e milhares de compatriotas – crianças, mulheres, idosos e jovens estropiados da guerra. Uma multidão de vítimas ainda submetidas a vidas bem duras em ‘musseques’, lá para os lados de Viana e de outras zonas afastadas da ‘sala de visitas’ que é a renovada baixa luandense.
O jornalista Rafael Marques, citado por Pedro Rosa Mendes, é este homem. Em finais do último ano, teve a coragem de fazer uma queixa-crime contra diversos generais angolanos: o poderoso ‘Kopelika’, Vaal da Silva, Armando Cruz Neto, Adriano Mckenzie e os reservistas João Matos, Luís Faceira e António Faceira. França Ndalu (além do mais, representante da De Beers em Angola) também foi citado. O processo inclui crimes de assassinato e mutilações.
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