O “sistema” em defesa de André Ventura: o caso de Miguel Relvas

Disse Miguel Relvas, a propósito da integração da extrema-direita num governo PSD:

A verdade é que  há um grande preconceito por parte da comunicação social e do país em relação ao discurso do CH e à imagem do CH.

Mas Relvas não partilha desse preconceito. Aliás, não lhe repugnaria ver o CH integrado num governo PSD. Se dúvidas restassem sobre a capacidade da elite capitalista em acolher a extrema-direita nos seus braços, Relvas foi claro e transparente a esse respeito. Coisa que Montenegro, entre uma dissimulação e outra, não conseguiu ainda ser, apesar de ser evidente, o caminho que pretende seguir.

P.S: Se André Ventura é tão “antissistema” como afirma ser, estou certo que rapidamente se afastará deste endorsement. Ou expõe ainda mais a sua hipocrisia e a falsidade da sua narrativa.

The Valongo-Panamá Connection: o regresso de Agostinho Branquinho (e de Marco António Costa)

Ao contrário daquilo que normalmente acontece no PS, onde qualquer militante da mais recôndita freguesia, quando em contacto com alguém que esteve em contacto com alguém que esteve em contacto com Sócrates, corre risco iminente de ser imediatamente infectado com o vírus da corrupção, no PPD-PSD a vida tende a ser mais tranquila. Ou, como um dia lhe chamou Paulo Portas, “O PPD é o Estado em movimento. É a versão carnal, física do Estado”. Em princípio é isto.

Veja-se o caso de Dias Loureiro, que, tal como José Sócrates, não foi ainda condenado por coisa nenhuma, mas que, ao contrário do antigo PM, faz a sua vidinha na descontra, sem que perigosa imprensa controlada pela esquerda e pelo PS ouse incomodar a paz de um dos banqueiros por trás desse grande sucesso de bilheteira que foi o BPN. Tirando um ou outro meme, inócuo, com o qual ocasionalmente nos cruzamos numa qualquer rede, já não me lembro de ouvir ou ler uma linha sobre Dias Loureiro. A última vez que me recordo ouvir falar nele, foi quando Pedro Passos Coelho, nos idos tempos de além-Troika, decidiu elogiá-lo e apresentá-lo ao país como um exemplo de sucesso.

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Sócrates e Relvas reeditados em Madrid

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Fotografia@El Boletin

Sócrates fez cadeiras ao Domingo, Relvas teve equivalências a várias cadeiras da Universidade da Vida, muito popular no Facebook, e Cristina Cifuentes, líder do governo regional de Madrid, obteve um mestrado com notas falsificadas, avança o El Diario, citado pelo Expresso.

A investigação do jornal espanhol revela que a classificação do trabalho final do mestrado, “Não apresentado”, foi alterada para “Muito bom”, dois anos após a conclusão dos estudos da conservadora, e acrescenta que Cifuentes raramente ia às aulas e terá feito exames em datas diferentes dos demais alunos.  [Read more…]

Miguel Relvas conclui doutoramento em Marketing Digital

E diz quem sabe que o Zuckerberg não descansa enquanto não o levar para Silicon Valley.

Estarão os passistas a orquestrar uma cabala contra Pedro Santana Lopes?

Fotografia: Pedro Correia/Global Imagens@JN

Primeiro foi Miguel Relvas, que em entrevista à SIC Notícias declarou o seu apoio à candidatura do provedor cessante da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, cargo a que chegou por indicação do governo Passos/Portas. De seguida foi a vez de André Ventura, a coqueluche dos dias do fim do passismo, que apesar de se ter mostrado disponível para a corrida, dias antes, vem agora apoiar Pedro Santana Lopes na disputa contra Rui Rio. Quem virá a seguir? Miguel Macedo? Maria Luís Albuquerque? Paula Teixeira da Cruz? Marco António Costa? Hugo Soares? [Read more…]

Logo no dia a seguir às eleições legislativas

Em 2015, logo no dia a seguir às eleições legislativas, o Estado vendeu o Banco Efisa, do universo BPN, à Pivot SGPS, aceitando a exigência de ficar com possíveis futuros encargos de dois processos judiciais então em curso.

Disseram-lhe para ele ir estudar e ele foi. Estudou um bom esquema. Ide ler o artigo da Visão mas atenção às dores de estômago. Ler aquilo resulta em valentes murros. 

Em defesa de Miguel Relvas

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No Facebook, Carlos Abreu Amorim (CAA) spinou uma interessante teoria, procurando transformar o caso da licenciatura de Miguel Relvas num exemplo de ética e boas práticas do anterior governo, por oposição aos dois recentes casos envolvendo um adjunto e Costa e um chefe de gabinete da secretaria de Estado do Desporto e Juventude. Relvas até podia ter um canudo na mão, mas não o terá feito, conforme refere CAA, “de acordo com as regras que a própria universidade aplicou“. A menos que as regras aplicadas tenham sido desenhadas à medida de Miguel Relvas, porque mais ninguém teve a oportunidade de fazer cadeiras com base na discussão oral de sete artigos da sua autoria, discussão essa que foi tida com o reitor da universidade e não com o respectivo docente. E se as regras foram efectivamente desenhadas à medida de Relvas, então estamos perante uma pouca-vergonha e um insulto ao ensino superior. [Read more…]

Fraudes académicas e outros embustes

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No espaço de poucos dias, surgiram dois novos casos de fraude académica, um clássico da vida política nacional. Primeiro foi Rui Roque, adjunto de António Costa, que apesar de não ter concluído o curso na FCTUC, não se alarmou ao ver uma nota curricular fraudulenta ser publicada no Diário da República. A cereja no topo do bolo foram as declarações prestadas ao Observador:

Os dados constantes na minha nota curricular de nomeação baseiam-se nas informações prestadas pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra datadas de outubro de 2009. Quando confrontado pelas vossas questões, eu próprio solicitei mais esclarecimentos da mesma instituição. Como ainda não obtive resposta, nada mais tenho a acrescentar.

Como diria Ricardo Araújo Pereira, isto é “mangar com a tropa”. Mas, honra lhe seja feita, teve a dignidade de apresentar a sua demissão, poucas horas após ter sido revelado o embuste. Miguel Relvas não teria feito melhor.  [Read more…]

Tirar um curso

Portugal ainda é, em grande parte, Coimbra e o resto é paisagem. Bastava alguém envergar uma capa e uma batina para passar a ser doutor. Uma pessoa podia andar matriculada anos a não estudar e isso seria suficiente para se ser doutor. Ainda assim, nesses tempos, a expressão “tirar um curso” significava ‘concluir uma licenciatura’.

A licenciatura é, ainda hoje, meio caminho para um orgasmo. Há pessoas que perdem força nas pernas e reviram os olhos, sempre que ouvem o nome antecedido de um “doutor”. Não me espantaria que existisse uma tara sexual qualquer que consistisse em alcançar o clímax por ouvir menções a títulos académicos. Aposto, até, que, nos prostíbulos, haverá quem o exija, do mesmo modo que há quem goste de ser insultado ou agredido fisicamente (conta-se mesmo que, no auge, mais de um cliente terá gritado eferreá em vez de chamar por algum ser superior).

E é natural que uma pessoa, de tanto pagar para ouvir, até possa convencer-se de que entrou numa casa para obter favores, sexuais ou outros, e tenha saído de lá licenciado. Ora, se há casas que são conhecidas pelo pagamento de favores, sexuais e outros, são as sedes e as delegações dos partidos políticos. [Read more…]

Relvas perde licenciatura

Deve agora tentar a sorte na exigente Universidade de Verão do PSD.

Grandes temas caídos em esquecimento

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Não, não vos vos falar dos Panama Papers. Esse, apesar de já pouco se falar sobre ele, ainda vai dando o ar da sua graça, entre misteriosos suspeitos e sacos azuis com políticos e jornalistas corruptos à mistura. Há suspense, intriga e tensão. Só não acontece nada mas também ninguém esperava que acontecesse. Ainda assim uma boa novela. [Read more…]

Só inquietação

Personalidades como José Sócrates, Armando Vara, Duarte Lima, José Penedos, Dias Loureiro, Paulo Portas, Miguel Relvas, Marco António Costa ou Manuel Godinho ainda não foram indiciados nos Panamá Papers?

Jesus Cristo e Miguel Relvas

JC

E, reza a história, não as fazia por equivalência.

via Jesus também

Passos e Relvas, uma história de amor

PPCMR

Não há maiores BFF’s na cena política portuguesa. A história de amor que une Pedro Passos Coelho e Miguel Relvas remonta aos tempos da JSD, com o segundo a suceder ao primeiro no cargo de secretário-geral, altura em que Passos assumiu a vice-presidência das camadas jovens do PSD. Desde então, nunca mais largaram as mãos.

Quando Relvas chegou a Secretário de Estado da Administração Local em 2002, já Passos Coelho espalhava charme nos corredores da Tecnoforma. Amigo do seu amigo, Miguel lá conseguiu que a esmagadora maioria dos fundos previstos pelo programa Foral fossem parar às acções de formação do Pedro, algumas das quais destinadas a funções que tão pouco existiam. [Read more…]

Miguel Relvas e o Banco Efisa: the plot thickens

Relvas

O PS apresentou um requerimento para chamar Miguel Relvas e a ex-secretária de Estado do Tesouro Isabel Castelo Branco ao Parlamento, de modo a obter esclarecimentos sobre o caso da venda do banco Efisa. Relvas será ouvido na qualidade de accionista da sociedade que adquiriu o banco ao passo que Isabel Castelo Branco será questionada sobre a recapitalização do banco com 90 milhões de euros que autorizou. Os socialistas ponderam, inclusive, a possibilidade de chamar também Pedro Passos Coelho.

A história do Banco Efisa cheira mal. Cheira mal pelo timing pré-eleitoral, cheira mal pelo preço a que foi vendido, uns módicos 38 milhões de euros, apesar da recapitalização, e cheira mal porque o historial de Relvas e Passos Coelho não inspira confiança. Terá sido esta a forma encontrada por Passos Coelho para agradecer os favores do passado? O Organismo Europeu de Luta Antifraude andava em cima deles. Será que os amigos de Bruxelas arquivaram a coisa?

Fotomontagem gentilmente cedida por Uma Página Numa Rede Social

Banco Efisa, Miguel Relvas e os “nossos” 90 milhões de euros

MRDL

O JPFigueiredo deu ontem conta do assunto mas o negócio opaco da venda do Banco Efisa já vem de trás. No final de Julho passado, com a campanha para as Legislativas a ocupar todo o espaço mediático, o Diário Económico dava conta da venda do Banco Efisa à Pivot SGPS, mas pouco ou nada se falou sobre o tema. Os momentos pré-eleitorais são sempre ideais para abafar este tipo de esquemas.

Agora as novidades: em primeiro lugar, ficamos a saber que o Estado português injectou cerca de 90 milhões de euros num banco que vendeu por 38 milhões. Dinheiro para aumentar o salário mínimo tem o condão de chocar a nossa moralíssima direita mas quando chega a hora de despejar 90 milhões de euros num descendente do BPN não se passa nada. Em segundo lugar Miguel Relvas, sempre no sítio certo, à hora certa. O ex-ministro e homem forte de Pedro Passos Coelho integra a Pivot SGPS e, coincidência das coincidências, o governo do qual fez parte não só lhe vendeu o Efisa por meia dúzia de tostões como ainda lá injectou mais do dobro daquilo que recebeu por ele. Um caso em que, bem vistas as coisas, acabamos por pagar 52 milhões de euros à Pivot SGPS para ficar com o banco, livre de encargos adicionais. Como é belo o liberalismo privatizador da direita nacional.

Foto: António Cotrim/Lusa@Esquerda.net

Marcelo Rebelo de Sousa – ontem, hoje e amanhã

PSD

Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho, Miguel Relvas e Marcelo Rebelo de Sousa. Ontem, hoje e amanhã, Marcelo é a direita, representa a direita e será mais um presidente da e para a direita. E não há mal nenhum nisso: é uma opção legítima que a democracia lhe permite. Mau seria se lhe descobríssemos um rabo-de-palha como os vários que têm os restantes convivas citados. Até ver só más companhias, fascistas e corruptas, mas ter familiares e amigos de fraca índole ainda não é crime. Nem, tanto quanto sabemos, prejudica o erário público. Ser amigo de Ricardo Salgado não é a mesma coisa que andar a fazer negócios suspeitos com os fraudulentos do BPN ou orientar amigos com fundos europeus numa Tecnoforma perto de si. Mas não nos venha o senhor vender paleio de saco pré-eleitoral. Não nos tente negar que representa a direita com palavras vazias e comícios na Voz do Operário. Marcelo é a direita, representa a direita e será mais um presidente da e para a direita. Ontem hoje e amanhã.

Miguel Relvas “analisou” as motivações das esquerdas

e concluiu que as suas (das esquerdas) convicções são afinal fracotas e que «a bem de Portugal e dos portugueses» o “PS histórico” (designação muito oportuna) tem a obrigação de fazer prevalecer «a força da razão sobre a razão da força». Enunciado por quem teve responsabilidades no episódio de repressão policial indistinta sobre velhos e novos ocorrido em Novembro de 2012 em frente ao parlamento – momento decisivo que afirmou a determinação do Governo de que Relvas era membro em  governar pela força se necessário – o argumento não será também ele especialmente fracote (para além de escandalosamente demagógico)?

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[Público]

Doutor por prescrição

Relvas, doutor por prescrição

Relvas diz que já passou o prazo para anular a sua licenciatura

 

“É muito difícil dizer não a um amigo”

Retrato_oficial_Miguel_RelvasOntem, Miguel Relvas lançou um livro que terá alegadamente escrito. O facto de ter o seu nome na capa fará com que, no mínimo, tenha equivalência a autor. De qualquer modo, para bem do sucesso da obra, espero que a capacidade argumentativa de Relvas tenha melhorado ou sido melhorada.

A peça do Público é absolutamente exemplar, ao permitir que a realidade se mostre a si mesma. Basta ver a quantidade de vezes que palavras como “amigo” ou “amizade” foram utilizadas pelos entrevistados para justificar o título do texto: “O outro lado da governação são os amigos”.

Numa assistência constituída sobretudo por políticos, todos negaram ou, no mínimo, omitiram essa qualidade, substituindo-a pela de “amigo”. Paula Teixeira da Cruz classificou mesmo a sua presença como “um acto pessoal, muito pessoal”, talvez por oposição a actos menos pessoais ou pouco pessoais e num contraponto às justificações dos assassinos mafiosos que pedem desculpa ao iminente assassinado dizendo-lhe: “Não é pessoal, é negócio.”

Face às afirmações de alguns dos presentes, ou seja, dos amigos, fico, no entanto, com a impressão de que há, por vezes, a confissão de que a sua presença implicou, aparentemente, alguns sacrifícios. [Read more…]

O alcarnache

Na lavoura, o alcarnache é sobejamente conhecido. Corta-se-lhe a rama mas basta um pedaço de raiz para a erva regressar com igual esplendor. Adapta-se aos herbicidas, torna-se forte com as adversidades e só desaparece quando tudo o resto secou.

Há personagens assim na política e a apresentação do livro de Miguel Relvas reuniu uma parte delas. A revista Sábado publicou esta semana um depoimento de Norberto Pires, ex-presidente da CCDR Centro, a denunciar como funcionam as pressões partidárias, no caso do PSD/CDS mas podia perfeitamente ser do PS, os partidos que têm passado pelo poder. É o mundo de Relvas, e de outros, como Marco António Costa, os homens do partido, que decidem lugares nas listas de deputados e nas nomeações. A corte esteve presente na apresentação do doutor por prescrição. [Read more…]

Miguel Relvas e a ambiguidade

Depois de ‘cabeça-de-lista‘ (conversa reservada para o momento da “discussão mais focada“), voltemos a Miguel Relvas e ao Acordo Ortográfico de 1990. Em recente entrevista ao Expresso, Relvas garante que

O acordo ortográfico também serve para esclarecer a ambiguidade de muitas palavras.

É esta a opinião do político que há cerca de dois anos assumiu o cargo de Alto Comissário da Casa Olímpica da Língua Portuguesa. Em breve, se tudo correr bem, teremos um amplo debate público sobre este tema e Relvas ficará a saber, por exemplo, que pára e para, coacção e coação ou corrector e corretor deixaram de se distinguir graficamente e são potenciais focos de ambiguidade. Ficará a saber igualmente que os ‘aspetos técnicos’ mencionados por Aznar no prefácio e a “perspetiva de chegar à liderança das secretas” da entrevista ao Expresso são factor de desunião.

Relvas terá também a oportunidade de se debruçar sobre aquilo que tem acontecido no Diário da República. Entretanto, convém lembrar que são necessárias 75 mil assinaturas para que este triste espectáculo acabe.

dre 3062015

Miguel Relvas, o cabeça-de-lista

To give you an example of the magnitude of the error, to believe that the world is less than 10,000 years old, when in fact we know the world is 4.6 billion years old, is equivalent to believing that the width of North America from New York to San Francisco is less than 10 yards.

Richard Dawkins

***

Através do Jornal de Negócios, fiquei a saber que

A EDP lançou a campanha “Um século de energia”, o único trabalho publicitário realizado por Manoel de Oliveira na sua carreira com oito décadas. Este foi o ponto de partida para a energética lançar um concurso cujo vencedor vai ser premiado com a oferta de 100 anos de energia – electricidade e gás natural.

A EDP, segundo o Público, apresenta a curta-metragem

como “uma obra inédita”, “o último trabalho realizado pelo mestre Manoel de Oliveira”, e que deu origem à “única campanha de publicidade” na carreira do realizador.

Vejamos, então, o contributo desta curta-metragem para a ortografia portuguesa: direção, diretor, projeções, Abril, electricista e hidroeléctrica.

energia

Quanto ao sítio do costume, hoje, não há grandes novidades.

contatar

 

Quem quiser novidades, pode encontrá-las no Diário de Notícias[Read more…]

O meu corrupto é melhor que o teu

CAA(fotografia@DN)

O fervoroso adepto portista Carlos Abreu Amorim (CAA) sentiu-se derrotado pela segunda vez no espaço de dois dias. Depois do desaire no reduto do F.C.Porto frente ao adversário da segunda circular, CAA ficou novamente em choque após ter conhecimento da visita de Pinto da Costa ao recluso nº44 do estabelecimento prisional de Évora, um infame “magrebino” que, para tornar as coisas ainda mais graves, é uma velha glória do partido adversário.

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Próximo…

miguel-relvas

A Tecnoforma também foi facilitação?

Facilitar um negócio seria ajudar a criar algo  novo. O resto são esquemas de amiguismo.

Mafiosos e ovelhas masoquistas

Ovelha

Sim, eu sei que não é uma imagem muito simpática, mas é esse o papel que acabamos por fazer, todos os dias, a cada novo roubo perpetrado pelo “sistema” que é a teia de interesses que envolve o bloco central. Entre Rendeiros e Gonçalves que vão escapando a modestas multas pela criminalidade que praticam de forma impune, ficamos ontem a saber que o “parlamento” do ditador madeirense chumbou, apenas com os votos da maioria social-democrata, o inquérito proposto pelo PS para averiguar as condições em que foi entregue, sem concurso, a exploração de energia fotovoltaica do arquipélago do Jardimstão à empresa Eneratlântica Energias SA, detida pela Nutroton Energias SA.

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O Carnaval dos hospitais

 José Xavier Ezequiel

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1 — Na primeira reunião do conselho nacional do PSD, após a recente eleição em congresso, o primus inter pares Miguel Relvas entrou mudo, sorriu para as câmaras e saiu calado. Não sem antes ter gerado, só pela sua presença pública, um carnavalesco incidente entre o sempiterno Zeca Mendonça e as canelas de um fotógrafo menos atento a golpes baixos.
No seu discuso de posse, Miguel Relvas terá declarado: “Os caminhos alternativos são cantos de sereia que levam à tragédia.”
Tendo em conta a densidade oratória e o fino recorte metafórico, suspeito que Miguel Relvas também recorra aos serviços do assessor de Assunção Esteves.

2 — Rui Machete, em lobby nas Nações Unidas, aproveitou aquele palco internacional para exortar a grande Rússia a não invadir a pequena Ucrânia. Vladimir Putin, finalmente, pôs-se em sentido.

3 — Passos Coelho é teimoso. Gosto de políticos teimosos. Porém, como ensina o Eclesiastes, há um tempo para tudo. Um tempo para teimar e um tempo para deixar de teimar. [Read more…]

Os fretes explicam-se

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Mesmo que a “Carta a Miguel Relvas“, publicada ontem no Expresso por Fátima Pinheiro, tenha mil palavras, esta foto diz muito mais. Isto num jornal que se diz de referência – mas como nos chapéus, referências há muitas.

Foto via “L´obéissance est morte

PIM-PAM-PUM — O legado político do último congresso do PPD/PSD

José Xavier Ezequiel

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(Ou de como o “milagre económico” pariu um ratus norvegicus)

PIM — Aproximam-se eleições. Passos Coelho tenta reposicionar-se um pouco mais à esquerda. ‘Descobriu’ que a social-democracia portuguesa nasceu na ala liberal do marcelismo. Nem josé hermano saraiva (a caixa baixa é propositada) seria tão bom revisionista. No entanto, Passos Coelho é outra coisa — é um artista de palco tão frustado, que nem o La Féria o quis para menino de coro. Passos Coelho é o verdadeiro artista transmontano exilado na porcalhota. Se vivesse em Nova Iorque, seria empregado de mesa para o resto a vida. Em Queens, na melhor das hipóteses. E o Segismundo nem sequer seria para aqui chamado.

PAM — Santana Lopes sonhou ter o sábado à noite no Coliseu (dos Recreios) só para ele. Marcelo, regressado à pressa das Ilhas Adjacentes, roeu-lhe a corda. Entreteve muito prazenteiramente os congressistas e acabou a soirée, apesar de Passos Coelho, candidato da social-democracia-marcelista à presidência da república das laranjas. Temos festa. Imagino uma campanha com telefonemas de valor acrescentado mais IVA. Quem ganhar terá o raro privilégio de lanchar pastéis-de-nata-e-chá-de-camomila com o comediante Marcelo Rebelo de Sousa. O “povo livre” vem-se. Em orgasmos múltiplos de “alegria cristã”.

PUM — Gabe-se a lealdade de Passos Coelho. Um amigo é um amigo (sobretudo se conhece todos os nossos rabos de palha). Propôs (perdão, impôs) Miguel Relvas como número um da ‘sua’ lista ao conselho nacional do Partido. Obteve a menor votação, de sempre, de um líder partidário em funções semelhantes. Um verdadeiro embaraço partidário. A acrescentar ao embaraço nacional pela incontornável existência da criatura. A ‘amizade’ é fodida (perdoe-se-me o mau ‘francês’).

PS (salvo seja) — Ontem, segunda à tarde, o assunto do fórum da SIC Notícias (para quem não se recorda, é liderada pelo militante número um do PPD/PSD, Francisco Pinto Balsemão) não foi, como seria de esperar, o congresso do Partido. Foi a derrota do Futebol Clube do Porto, em casa, com o moiríssimo Estoril-Praia. E, ainda por cima, através de um ‘pénalte’ marcado contra o Porto (sem espinhas) nos últimos minutos do jogo. Onde é que já se viu uma coisa assim? Definitivamente, “Portugal está muito melhor”. Por muito que os portugueses estejam pior.

Então e o PS propriamente dito? Isso, por enquanto, não interessa para nada. Nem sequer vem ao caso.