Acordo UE-Mercosul: Felizmente, ainda não foi desta

Mais uma vez, saiu gorada a data prevista e conjurada para a finalização do acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul. E ainda bem, dizem sindicatos e ONGs, tanto deste, como do outro lado do Atlântico.

Há já 23 anos que a União Europeia (nessa altura constituída por 15 estados) e o Mercosul (que inclui a Argentina, o Brasil, o Paraguai o Uruguai, e ao qual a Bolívia acaba de aderir) o preparam. Em 2019, durante o governo de Bolsonaro no Brasil, os dois blocos chegaram a um “acordo de princípio” sobre a parte comercial, não tendo, no entanto avançado, devido à vigorosa oposição de países como a França e a Áustria, que invocaram razões ambientais e climáticas.

Quando, em 2022, Lula voltou ao poder, a ânsia dos dois blocos em finalizar o acordo reavivou-se: foram múltiplas as declarações oficiais dos dois lados em favor da conclusão do acordo, frequentes as viagens de altos representantes e, nos últimos meses, o ritmo das negociações chegou a ser semanal. A Presidência rotativa do Mercosul pelo Brasil, e a da UE pela Espanha, – ambos fortes apoiantes do acordo – abria, até ao fim de 2023, uma “janela de oportunidade única”. Em Setembro, no seu discurso “State of Union 2023″, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reiterava que as negociações deveriam ser concluídas até ao final do ano. [Read more…]

A metamorfose Le Pen


O velho discurso da Frente Nacional varrido para baixo do tapete. O populismo seduz, oferecendo às pessoas a solução para todos os problemas sem grande esforços, deixando os partidos tradicionais encostados às cordas. Em França os socialistas radicalizam à esquerda, perdendo o centro e qualquer possibilidade de conquistar votos à direita numa eventual passagem à 2ª volta. O candidato do centro-direita enredado na costumeira teia da corrupção e compadrio. Marine Le Pen dá voz aos que não querem ver o problema que muitos franceses consideram ser a islamização de França, confundindo a maioria dos muçulmanos com alguns extremistas que têm praticado atentados terroristas. Promete endurecer penas de prisão para crimes graves, introduzir a pena de prisão perpétua, regressar ao Franco como moeda nacional e apresentar leis económicas proteccionistas, aliás o programa económico tem muitas semelhanças com as ideias do PCP ou BE, ou não fosse a extrema-direita semelhante ao marxismo…
Tenho para mim que, ou E. Macron atravessa sem escândalos este período e consegue o voto dos que acreditam na Liberdade e Democracia, ou veremos a França ser o próximo país a cair na intolerância e com ele muito provavelmente ruirá a Europa…