Papa Francisco e a economia mortífera
Sou agnóstico, opção, a meu ver, não impeditiva de manifestar apoio e concordância a posições políticas de religiosos – o Papa Francisco, no caso.
Nada me estorva, pois, na adesão às ideias de contestação do doloroso e injusto mundo em que vivemos, independentemente do credo ou doutrinas de quem as defende. Distancio-me de opiniões em outras matérias ditas ‘fracturantes’ – aborto, por exemplo – embora reconheça haver progressos em relação a antecessores.
Subscrevo, na íntegra, as críticas do Papa, expressas aqui, ao modelo económico universalmente dominante; críticas essas sintetizadas no 1.º parágrafo de notícia no ‘Público’:
História do Presente: (quase) sem palavras
Para quem gosta de Política, Economia e Inteligência Económica em Música e em Vídeo
Os Bancos, o Esquema de Ponzi mundial, os Resgates e o regresso da Geopolítica
FMI, o centro astrológico de Lagarde & Cia.
O ‘Público’ divulgou a notícia ‘Zona euro aumenta pessimismo do FMI para a economia mundial’. Discordo. O título deveria ser ‘A predição do FMI é de pessimismo para a economia mundial e Zona Euro’.
A nuance de sintaxe não é irrelevante. No primeiro caso, está subjacente o princípio, errado, de que o FMI faz previsões rigorosas, a despeito de modificadas de semanas após semanas. A metodologia é obviamente falsa!
O organismo comandado por Lagarde, transformado em centro de astrologia, o que faz é anunciar mutáveis e inconsequentes predições, coisa bem diferente de previsões sustentadas em modelos matemáticos consistentes – os erros sistemáticos, denunciados pelas próprias chefias do citado FMI, constituem prova eloquente da falta de credibilidade de prever da instituição.
O que distingue a previsão da predição? A primeira corresponde a um estudo sério que permite antever resultados, dentro de desvios aceitáveis. A predição é um acto de astrólogos. Tem a pretensão de adivinhação por feitiço – faz-me lembrar as ciganas feiticeiras que, há anos, vagueavam pelo Parque Eduardo VII, aqui em Lisboa, a ler a sina, conjecturando venturas e desventuras desenhadas na palma da mão.
Tomemos, pois, em consideração quais são as principais predições da Madame Christine Lagarde e sua equipa para a economia mundial e Zona Euro:
- A economia mundial registará um crescimento de 3,1% em vez dos 3,3% da predição de há três meses (Abril/2013).
- Para a Zona Euro, a recessão será de – 0,6% em vez de -0,4% vaticinados antes.
- A Espanha registará em 2013 uma contracção de 1,7%, passando ao estado de estagnação em 2014 que contrasta com a profecia anterior de crescimento de + 0,7% do PIB.
- Os países emergentes, Brasil, China e Rússia, não escapam à queda em 2013, bem como a novas reduções em 2014.
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