Bielorrúsia: o mundo real é fodido, não é?

Minsk

Entretanto, em Minsk, a onda de terrorismo de Estado avança, imparável. Um tirano, violento e decadente, que governa a Bielorrússia como se fosse sua, ordenou às forças de segurança que reprimissem os manifestantes, tendo já encarcerado, sem os procedimentos legais normais no resto (ou na maioria) da Europa, mais de 6 mil jornalistas, líderes associativos e sindicais, activistas, opositores políticos e outros “agitadores”. Isto não é comunismo, nem fascismo, nem outro ismo qualquer. Isto é uma monarquia absoluta travestida de República. E a Europa deve deixar-se de politicamente correctos e retaliar. Sanções, boicote económico, corte de relações diplomáticas, não sei. O que os decisores políticos acharem mais adequado. Mas isso obrigaria a fazer o mesmo à China ou à Rússia, só para citar dois exemplos, e seria too much. Porque produtividade, crescimento económico e competitividade e tal. E as democracias ocidentais também têm as suas prioridades. Tal como o capitalismo selvagem, que não funciona sem as ditaduras que providenciam a mão-de-obra barata semi-escrava.

O mundo real é fodido, não é?

O infiltrado fascista

Petro Poroshenko

Fico sempre muito comovido quando assisto a declarações do milionário ucraniano que os EUA adquiriram para servir os seus interesses nos jogos de poder em curso fronteira russa, posteriormente convertido em presidente da república daquele triste país transformado em ringue de boxe por russos e ocidentais. Como se já não chegasse serem governados pela extrema-direita que, apesar de extremamente violenta e perigosa, não desperta a obsessão pelo uso dos termos “radical” e “extremista” por parte dos Josés Rodrigues dos Santos desta vida, os ucranianos têm também que aturar este mercenário alinhado com os neonazis no poder chamado Petro Poroshenko.

Depois do encontro em Minsk, e de Poroshenko ter imediatamente afirmado não acreditar que o cessar-fogo entre forças ucranianas e separatistas pró-russas fosse respeitado, a verdade é que, à excepção de pequenos incidentes que se verificaram durante o fim-de-semana, os beligerantes parecem estar empenhados em cumprir o acordo assinado na capital bielorrussa, o que poderá complicar os planos de imposição da tão pretendida lei marcial por parte dos fascistas ucranianos. A NATO vai ter que esperar.