Bielorrúsia: o mundo real é fodido, não é?

Minsk

Entretanto, em Minsk, a onda de terrorismo de Estado avança, imparável. Um tirano, violento e decadente, que governa a Bielorrússia como se fosse sua, ordenou às forças de segurança que reprimissem os manifestantes, tendo já encarcerado, sem os procedimentos legais normais no resto (ou na maioria) da Europa, mais de 6 mil jornalistas, líderes associativos e sindicais, activistas, opositores políticos e outros “agitadores”. Isto não é comunismo, nem fascismo, nem outro ismo qualquer. Isto é uma monarquia absoluta travestida de República. E a Europa deve deixar-se de politicamente correctos e retaliar. Sanções, boicote económico, corte de relações diplomáticas, não sei. O que os decisores políticos acharem mais adequado. Mas isso obrigaria a fazer o mesmo à China ou à Rússia, só para citar dois exemplos, e seria too much. Porque produtividade, crescimento económico e competitividade e tal. E as democracias ocidentais também têm as suas prioridades. Tal como o capitalismo selvagem, que não funciona sem as ditaduras que providenciam a mão-de-obra barata semi-escrava.

O mundo real é fodido, não é?

PSD, CDS-PP e PCP unem-se contra os direitos humanos em Angola

LB

Neste momento estão presos em Angola 17 cidadãos cujos crimes foram ler um livro, cantar música de intervenção e debater modelos de transição pacífica de uma ditadura para um regime democrático. E ao contrário do que se passa com outros regimes repressivos, o regime angolano é tratado como se democrático fosse. E ninguém pede um golpe de Estado. Se Lula da Silva fosse pedir emprego a José Eduardo dos Santos em vez de pedir a Dilma Roussef, safava-se bem e ainda arranjava um espaço de comentário político num jornal cá da terra. [Read more…]

Miguel Relvas “analisou” as motivações das esquerdas

e concluiu que as suas (das esquerdas) convicções são afinal fracotas e que «a bem de Portugal e dos portugueses» o “PS histórico” (designação muito oportuna) tem a obrigação de fazer prevalecer «a força da razão sobre a razão da força». Enunciado por quem teve responsabilidades no episódio de repressão policial indistinta sobre velhos e novos ocorrido em Novembro de 2012 em frente ao parlamento – momento decisivo que afirmou a determinação do Governo de que Relvas era membro em  governar pela força se necessário – o argumento não será também ele especialmente fracote (para além de escandalosamente demagógico)?

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[Público]

O momento do nosso embaixador João da Câmara

João Pacheco, jornalista

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Já deve ter passado ao lado do grande momento. Já deve ter passado ao lado daquele momento em que poderia ter feito a diferença, o nosso embaixador português em Luanda. Ao embaixador João da Câmara exigia-se coragem na representação da república portuguesa. Nada disso se viu até agora, mas o nosso embaixador ainda vai a tempo de tomar uma última atitude digna em Luanda, uma última atitude que o salve como homem e como diplomata.

O nosso embaixador João da Câmara visitou Luaty Beirão passados mais de trinta dias de greve de fome deste preso político luso-angolano. Consta que cá fora não quis falar. E já mais tarde, o respectivo ministério contou ao mundo o que o nosso embaixador português em Luanda teria a dizer de útil.
Parece que Luaty Beirão está a ter um bom acompanhamento médico, acha o nosso embaixador em Luanda.

E acompanhamento político? [Read more…]

Petição pela intervenção do Governo português na libertação de Luaty Beirão

Assinem. Não nos resta muito mais do que pressionar os cobardes que simulam governar o país.

Com indiferença, segurança e comprimidos?

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«Não sei como José Eduardo dos Santos dorme à noite. Não sei como Isabel dos Santos dorme à noite. Não sei como milhares de homens e mulheres de negócios dormem à noite. Não sei como o Governo português dorme à noite. E o PCP podia arranjar melhor companhia do que o governo português nesta matéria (…)».
[Alexandra Lucas Coelho no Público]

As notícias que não passam nas tevês portuguesas

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Bruxelas contra a “austeridade”, ontem.
[Reuters]

Faculdade de Direito de Coimbra: a origem da repressão política em Angola

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Aquele momento em que, perante um problema sério, somos abalroados por um rasgo da mais pura bovinidade. Gabriel Silva, do Blasfémias, chegou à brilhante conclusão de que a culpa pela prisão de 15 activistas angolanos sem acusação é da herança dos “eminentes juristas coimbrões, cuja cultura repressiva e abusiva  se espraiou por todos os  CPLP“.

Notável. O facto do país ser governado por uma ditadura com um longo historial de repressão e saque da sociedade civil angolana nada tem que ver com esta situação. A culpa é desses juristas coimbrões, essa corja terrorista que dissemina o mal, reprime a oposição, acumula fortunas descomunais, vive à custa dos negócios e recursos do Estado e alimenta toda uma oligarquia de altas patentes militares e respectivas famílias, que vivem entre Luanda e Lisboa para fazer as delícias das insígnias de luxo que povoam a Avenida da Liberdade. O clã Dos Santos é apenas um bode expiatório da esquerdalhada invejosa que vive mal com o sucesso dos liberais que sobem a pulso. Blasfemos!

Violência policial no Ocidente democrático

Ontem escrevi sobre o episódio de violência policial que culminou com a agressão desproporcionada de uma adolescente no estado do Texas, EUA, uma agressão levada a cabo por um troglodita com uniforme de agente da autoridade que naquele cenário, em que vários adolescentes são tratados arbitrariamente como delinquentes, se apresenta como um fanático totalitário a mostrar aos miúdos quem manda, se necessário de arma na mão. Com os exemplos de violência que vêm de cima neste país, não admira a frequência com que atentados com armas de fogo são levados a cabo por outros adolescentes nas suas escolas.

Estranhamente, pelo menos para mim, deparei-me com algumas reacções que pouco ou nada tinham que ver com o objectivo do texto: expor a parcialidade subjacente à forma como este tipo de episódios é analisado pela imprensa ocidental, dependendo se acontece num país “inimigo” ou num país “amigo”. Porque só alguém muito ingénuo acredita que uma situação como a que abre este texto teria leituras políticas iguais acontecendo na Rússia ou nos Estados Unidos, no Irão ou na Arábia Saudita, país onde todos os dias são cometidas atrocidades mas que está longe de ser pintado pelos nossos media como a ditadura sanguinária e repressiva que é.

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E se isto tivesse acontecido na Rússia, na Venezuela ou no Irão? (VII)

Se isto tivesse acontecido na Rússia, na Venezuela ou no Irão, os unicórnios moralistas, hipócritas e facciosos do costume teriam berrado a sua indignação e dissertado eloquentemente sobre o fim do mundo que se aproximava por não haver mão nessa esquerdalhada bárbara. Aprove-se mais um pacote de sanções, endureça-se o embargo, promova-se o isolamento e treinem-se mais uns terroristas para desgastar o inimigo.

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Islam Karimov

Um ditador que agrada a russos e americanos (logo a europeus também), apesar de se colocar acima da constituição uzbeque, manter entre 10 a 12 mil presos políticos e religiosos e ser considerado um dos lideres mais repressivos do mundo. São critérios.

Paris a arder

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© Laurent Troude

Manifestação pró-Palestina em Paris (19 de Julho de 2014). Esta tarde, e embora interditada pelo Ministro do Interior, preocupado com o anti-semitismo, deverá haver outra. O Novo Partido Anti-Capitalista apela à mobilização dos parisienses

A maré cidadã em Espanha

Ontem, o povo espanhol  protestou contra ‘o golpe de Estado financeiro’. Como estoutras imagens documentam, manifestou-se de forma pacífica e em número massivo, em defesa dos direitos de cidadania. Contra o desemprego, os ataques do governo ao Estado Social e uma política de austeridade, estritamente financeira com que a CE e os governos dos países atingidos torna insuportável a vida de milhões de cidadãos.

Na forma usual,  a resposta foi  o método de repressão que consistiu em utilizar a brutalidade policial que, infelizmente, se transformou em paradigma nos países mais fragilizados pelo crime da crise, cometidos pela banca, os anónimos mercados e investidores e a conivência de políticos.

Sancionados, portanto, pelo governo de Rajoy, os acontecimentos junto da estação de ‘Atocha’, de nefastas recordações, polícias espanhóis, uma vez mais, fardados, armados e capsulados por viseiras, escudos, pistolas e bastões, investiram ao estilo de animais selvagens. Puniram cobardemente quem contestou, sem ínfimo respeito pelos direitos de cidadania, os mais atingidos foram grupos de mais jovens. Infelizmente, aqueles que são as maiores vítimas da crise a quem um futuro de perspectivas vácuas reserva inteloráveis situações de pobreza ou mesmo de miséria que, na definição de Charles Chaplin, se transforma na mais dura forma de vida humana, porque se transforma em vício.

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A boa ordem

“Nos exércitos, marinhas, cidades, ou famílias, na própria natureza, nada relaxa mais a boa ordem do que a miséria”.

Disse-o Herman Melville, na sua novela mal-amada, Benito Cereno, aquela em que se conta a história de um navio negreiro amotinado.

Reforçam-se as grades, multiplicam-se as câmaras de vigilância, recompensam-se as forças de segurança, silencia-se ou compra-se a imprensa, intimidam-se as vozes ainda livres, rectificam-se as leis, agudizam-se as penas. Mas nada trava o caos porque a boa ordem vai-se relaxando na exacta medida em que a miséria alastra.

Por esta altura, seria de esperar que a lição já tivesse sido aprendida: é a justiça social, e não a repressão, a única força capaz de apaziguar a indignação de um povo.

Parafascismo e Paralelismos Abusivos

Em face das contingências a que estamos ancorados, não me parece justo nem mentalmente são apodar de fascista Pedro Passos Coelho, fascista a Troyka, fascista a Comissão Europeia, fascista o BCE, fascista o FMI. Não podemos nem devemos laborar na leviandade de esvaziar com paralelismos chocantes e abusivos a brutalidade e o datado de quaisquer fenómenos sócio-políticos mortos e enterrados. Palavras de indignação há muitas. Mesmo aquelas que os palermas empunham, na sua cegueira parcial, clubite partidária. As minhas Palavrossavras de angústia e revolta curiosamente vertem-se contra [e privilegiam] quantos, no passado recente, não zelaram por nós, não respeitaram o nosso direito a mais santa paz de espírito nem acautelaram o realismo das nossas vidas, comprometendo-as através de muitíssimas formas de sofreguidão e negligência, dolo e logro, impossíveis de caracterizar com eufemismos porque foram criminosas. [Read more…]

Pagam? eu bato

Alguma polícia, neste momento em directo a PSP, já de madrugada a GNR, agradece a Miguel Macedo o aumento de 10,8 por cento em 2013.

a PSP vai receber no próximo ano 796.9 milhões de euros, mais 13,2 por cento do que em 2012, a GNR 937.9 milhões de euros, mais 9,9 por cento.

É o que se chama a Corporação. Pagam? batemos. Mas nem todos se vendem, e ainda hoje me deu gozo ver um a fugir, só pelo olhar.

Já agora, quanto custa a tropa, Aguiar Branco?

O verniz está a estalar

Espanha a preparar lei que proibirá a difusão de imagens de polícias na Internet.

Os netos de Franco

Em Madrid, a polícia dispara sobre os mineiros. De borracha? por enquanto.


(mais imagens e vídeos, actualizado:)
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PSP prepara tolerância zero para as manifestações do 25 de Abril

Uma coisa importante é filmar tudo!

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A repressão policial nos Governos PSD


Fiz este filme há uns meses, para o 5 Dias, mas neste momento faz todo o sentido voltar a publicá-lo.
É extraordinário como os Governos do PSD têm uma apetência especial pela violência e pela repressão policial. 3 Ministros da Administração Interna – Silveira Godinho, Dias Loureiro e Miguel Macedo – e a mesma matriz identitária, convertida num bastão. Parece ser a matriz do PSD.

Lei Marcial no Chiado

Este vídeo podia ser ficção. Algumas empregadas domésticas pintam um cartaz no Chiado. Chega a autoridade e exige autorização do governo civil (sim, a autoridade não se actualiza, não sabe, não lê). Foi decretado o estado de sítio e não nos avisaram. Deve ter sido divulgado num comunicado do Governo Civil de Lisboa. A autoridade avisou, identificou, os elementos subversivos serão notificados e responderão no Tribunal Plenário de Lisboa. A António Maria Cardoso ali mesmo ao lado.

A verdade em primeira mão

O que aconteceu ontem no Chiado contado por quem lá esteve. E claro que não acredito na versão da polícia e me inclino para esta. O menino jesus é no natal.

Mais imagens do Portugal democrático

Primeiros vídeos do serviço policial de hoje. Enquanto a fotografia já corre mundo (agredir uma jornalista ao serviço de uma agência internacional e ser fotografado por outro, é obra) começam a chegar os vídeos. Para quem choraminga com a imagem do país no estrangeiro, não quer confusões com a Grécia e outras pieguices, em dia de greve geral foi um serviço bem feito. Obrigado PSP, compensas largamente o que vai falhando no outro lado.

Ver mais imagens depois do corte [Read more…]

A provocação

Nos finais do dia da Greve Geral houve uns incidentes em S. Bento. Nada do outro mundo: manifestação, escaramuças com a polícia, um pouco de sangue e emoção para a abertura dos telejornais. Mas com uma novidade nacional: nesta fotografia vemos dois manifestantes a furar o cordão policial, não vemos?

Não, não vemos. A PSP infiltrou agentes entre os manifestantes, o que parecendo que não dá jeito quando não acontece nada e fazem falta incidentes que ofusquem uma greve geral.

Não vou ter a ingenuidade de atribuir toda a confusão a estes senhores (sei o que é uma manif e como nos tempos que correm são inflamáveis). Mas alguém tinha de acender o fósforo. [Read more…]

Música grega de intervenção

Melhor dizendo, de resistência. A Grécia sempre teve grandes compositores e continua a ter na pessoa de Alkinos Ioannidis.

A letra original desta cantiga épica sobre a violência policial.pode ser encontrada aqui. A tradução automática para inglês funciona razoavelmente.

Hoje em Atenas luta-se nas ruas, em memória dos que caíram a 17 de Novembro de 1973 na luta contra a ditadura, agora que um homem da Goldman Sachs assumiu o governo helénico.

Por cá mais 1100 bastonadas vão ser contratadas e António Borges já está disponível. É a democracia moderna, estúpidos.

Brutalidade policial no Rossio

Vinte e cinco segundos de cacetada à moda antiga. Um aperitivo para os próximos tempos.

Também pode ver a reportagem completa: [Read more…]

A democracia quando nasce não é para todos

Terminou a campanha eleitoral: a polícia destruiu o acampamento no Rossio, espancou e efectou 3 detenções. Roubo de material de som e máquinas fotográficas. Presença da Polícia Municipal de António Costa.

O PS despede-se do poder assegurando à direita que sabe manter as ruas limpas de protestos, ou seja, evitar conflitos sociais. Deixem-nos ficar com uma pastazinha no governo, deixem… imploram a Passos Coelho.

Diz-se esta gente de esquerda.  Não passam de capachos da direita. António Costa, não passas de um Sócrates II. Ao mesmo baixo nível.

Tratado de Semiótica da Imagem

O que vê nesta fotografia?

 

Barcelona: se os filhosdaputa voassem não se veria mais o sol

O futebol como desculpa: evitar confrontos se o Barcelona ganhar a final da Liga dos Campeões. À bastonada e a tiro tentam desalojar os acampados em Barcelona, que resistem de mãos no ar.

A seguir deve aparecer uma ordem de despejo noutras cidades baseada no facto de tanto tempo ao ar livre prejudicar a saúde e provocar cancro de pele.

Como cantou o catalão Pi de la Serra, se os filhosdaputa voassem não se veria mais o sol.

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veja mais vídeos e fotos:

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1º de Maio regressa ao passado

Pingo Doce e Continente abertos. Violência policial em Setúbal. Como para o ano calha a uma terça-feira, já não deve ser feriado.

Manifestante baleado nos joelhos. Mais informações no Indymedia e no Spectrum. Na comunicação social do costume, umas linhas, confirmando 3 feridos, e é uma sorte.