Syriza a ver-se grego: as eleições na Grécia

Kyriakos Mitsotakis, dos conservadores do Nova Democracia, é re-eleito. Fotografia: Milos Bacanski/Getty Images

O Partido da Nova Democracia voltou a vencer as eleições na Grécia. Sem maioria, o que obrigará a uma segunda volta e, posteriormente, a uma ginástica parlamentar, mas volta a eleger um governo, depois dos anos em que o partido social-democrata, o Syriza de Aléxis Tsípras, galvanizou o eleitorado farto da crise e dos acordos com os FMIs da vida.

A surpresa é, lá está, o próprio Syriza, que atinge apenas os 20%. Mas, a meu ver, o Syriza não perde votos para a direita conservadora (por muito que, há uns tempos, a estratégica aliança com os conservadores populistas dos Gregos Independentes tenha sido um erro de palmatória – que levou, aliás, a que vários dos seus mais activos militantes saíssem do partido de Tsípras). Perde votos para os outros partidos de centro-esquerda e de esquerda, que crescem. Assistimos ao ressurgimento dos social-liberais do PASOK, que julgávamos já mortos e enterrados, e à subida dos comunistas do KKE. [Read more…]

Twilight zone bolsonarista IV

Mulheres. Querem. Golpe. Aposto. Que. Amanhã. Não. Vão. Trabalhar.

Os bolsominions estão cada vez mais parecidos com os talibans. E o meu coração está com aquele cão que aparece no colo da alucinada no final da fila. Pobre animal. Ninguém merece aturar gente tão absurda.

O Partido Republicano convertido em agremiação de extremistas

Joe Walsh é um ex-congressista do Partido Republicano. Que nos alerta para a tomada do partido por extremistas como Trump, DeSantis, Marjorie Taylor Green ou Kari Lake. Que nos alerta para os esquemas desta extrema-direita fundamentalista, que usa o seu poder para dificultar o voto em zonas predominantemente democratas, que vai armada para os locais de voto com o intuito de intimidar os seus adversários, que nunca aceita resultados eleitorais, excepto quando estes ditam a sua vitória e que defendem golpes de Estado e intervenções militares em caso de derrota.

Por algum motivo, para mim incompreensível, é nos exigido que tratemos esta gente como moderada. E ai de quem os trate com eles realmente são: uma extrema-direita fundamentalista, autoritária e anti-democrática. Porque o problema não é a segregação eleitoral, a violência armada, a rejeição da democracia ou o apelo ao golpe militar. O problema são as pessoas LGBT, os pronomes, o wokismo, os impostos e ciência. Não admira que celebrem Putin e rejeitem os valores da democracia liberal.

Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus

Marco Rubio, senador republicano reeleito na Florida, começou o discurso de vitória agradecendo a Deus por lhe permitir estar na América, afirmando, de seguida, que Deus se fez homem através de Jesus, caminhou pela Terra e voltará um dia, e por ele viveremos uma vida eterna.

Não me interessam as convicções religiosas de cada um. Não me dizem respeito. Não me interessa se rezam a Deus, Alá, Buda ou à Mãe Natureza. Interessa-me, isso sim, que a liberdade de culto seja plena. A democracia exige-o

Interessa-me também a laicidade, condição essencial para a existência de um sistema democrático. Ideologias e partidos vão e vêm. Perdem e ganham. Transformam-se e extinguem-se. Já o fundamentalismo religioso não ganha nem perde eleições. Não responde à razão. E, quando toma o poder, entranha-se, corrói e suprime a liberdade. Democracia e teocracia são incompatíveis. Sempre foram, sempre serão.

Segundo a narrativa dominante, Rubio tem um posicionamento ultraconservador. E o ultraconservadorismo tem direito ao seu lugar à mesa da democracia. Quer mais armas na rua, muros nas fronteiras – as mesmas que deixaram entrar a sua família vinda de Cuba – e não gosta de homossexuais. Outros, como é o meu caso, não são apreciam o faroeste, racistas e homófobicos. Não podemos gostar todos do mesmo. Cada um com as suas pancas.

Mas esta instrumentalização da religião, que de resto é prática comum no Brasil e em várias praças europeias, é uma perigosíssima ameaça à sobrevivência e à própria existência das democracias liberais. Com Orbán, Morawiecki e Meloni ainda se vai aguentando. Com a superpotência nuclear nas mãos de gente que professa o nacionalismo cristão e defende o Estado subjugado a religião, é capaz de ser mais complicado de lidar.

Isto, a meu ver, era mesmo como dizia Jesus: a César o que é de César, a Deus o que é de Deus. E a política é dos Césares, não dos sacerdotes. Tal como a democracia, que emana das leis que geram consenso alargado entre os Césares, não da ambiguidade da Bíblia, interpretada de diferentes formas, no tempo e no espaço, à medida das crenças e ambições de cada papa, inquisidor ou falso messias. A Deus o que é de Deus. E de Deus é a fé, a devoção e o culto. Os Césares que se ocupem de assuntos menores, como as leis e a política. Como de resto ensina o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos. De que adianta fazer política com a Bíblia na mão, se depois preferem ler o Bannon?

Twilight zone bolsonarista III

Sou do tempo em que esta malta se suicidava em grupo.

A Grande Chalupação

Um terço dos americanos acredita que os imigrantes que chegam aos EUA estão ao serviço do Partido Democrata, com a missão de substituir a população branca. Uma genial teoria da chalupiração, de seu nome A Grande Substituição, por cá subscrita por alguns cronistas de Observador e pela palermosfera da direita radical à extrema-direita.

Seria importante que alguém lhes explicasse, devagar e com desenhos, para que o Tico não entre em conflito com o Teco, que esses migrantes, nos EUA ou em Portugal, chegam para fazer o trabalho que os locais não querem fazer e que os patrões pagam mal e porcamente. E são, não raras vezes, recrutados por empresas de recursos humanos para empresas que procuram mão-de-obra barata no nível imediatamente acima da escravatura. Para não parecer tal mal.

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Twilight zone bolsonarista II

Hoje trago-vos um bolsonarista que nasceu para um dia presidir ao Ministry of Silly Walks. Ou à associação de utentes do Magalhães Lemos brasileiro. Numa das dias fará uma grande carreira.

Bolsonarismo cancela Deus

Jesus, Pátria e Família. Até na importação do lema salazarista podemos ver o carácter golpista dos talibãs de Bolsonaro: ficaram revoltados com a vontade de Deus, que deu a vitória ao Lula, cancelaram o Criador e colocaram o filho no seu lugar. É golpe e blasfémia, tudo no mesmo pacote, com carta da caixa de comunidade para ir directamente para o Inferno, sem passar pela casa partida e sem receber dois mil escudos.

Oremos.

Bolsonaro y sus delincuentes

Em Santa Catarina, agentes policiais destacados para manter a ordem cuspiram no distintivo e colocam-se ao lado dos golpistas que bloqueiam estradas, ameaçam adversários de morte e exigem um golpe de Estado militar. E organizaram os manifestantes para resistir. Não foi a única ocorrência do género. Que sejam exemplarmente punidos.

Já Bolsonaro mantém o silêncio, na esperança de um levantamento popular que não acontece, para lá dos grupos de delinquentes queimadores de pneus, que, em muitos casos, “caíram na real” e começaram a desmobilizar. Cada vez mais isolado, o ainda presidente deverá reagir a qualquer momento. Resta saber se, como Cersei Lannister, escolherá a violência. Boa sorte, Brasil 🇧🇷 🤞

Twilight zone bolsonarista I

No caption needed.

Caos e violência: talibãs de Bolsonaro pedem golpe de Estado

Estradas cortadas, pneus a arder, violência e ameaças. Eis o lixo autoritário que Bolsonaro produziu, a exigir que o exército avance para um golpe de Estado. Se dúvidas restassem, foram dissipadas: Bolsonaro é uma ameaça clara à democracia brasileira e, como qualquer autocrata, só aceita resultados que o favoreçam. E tem um exército de talibãs com ele.

Tchau, Bolsonazi

No Brasil, a democracia venceu e o autoritarismo foi derrotado. O autoritarismo, a extrema-direita, o ódio, a milícia, o lobby das armas, os parasitas que querem destruir a Amazónia, os Talibans evangélicos e restantes chalupas. Não sei quanto a vós, mas eu tenho vários motivos para festejar. A menos que a milícia tente um golpe à lá Trump. Fingers crossed.

Bolsonaro, o presidente dos criminosos armados

A cara da criança usada em campanha é sujeita ao processo de doutrinação em curso diz tudo.

Há poucos dias, um político próximo de Bolsonaro disparou sobre a Polícia Federal. Ontem, um apoiante do presidente assassinou um autarca do PT, o partido de Lula da Silva, com três tiros.

Durante a presidência de Bolsonaro, que facilitou o acesso às armas como nunca, as vendas dispararam 600%. E os incidentes envolvendo apoiantes e militantes do actual partido de Bolsonaro, acumulam-se a cada dia. É inclusive expectável que, caso perca as eleições, a extrema-direita brasileira siga o roteiro Trump e tente o golpe de Estado.

Há quem não perceba a diferença entre Lula e Bolsonaro. E quem, como eu, viu o deprimente debate de ontem, sabe a vergonha alheia em que a política brasileira se transformou. Mas é fácil, muito fácil, escolher entre um miliciano instigador do ódio, que doutrina crianças na violência, e qualquer outra alternativa, incluindo uma paralelo à deriva numa estrada. Bolsonaro é uma erva daninha, armada até aos dentes. É preciso arrancar pela raiz.

Bolsonaro gosta delas novinhas

Pintou um clima, disse Bolsonaro. Sorte a dele, logo saiu um puritano com a máxima “Deus acima de todos” tatuada na testa, ao lado da marca so gelado, para recordar que sexo com menininhas de 14 ou 15 anos não conta como pedofilia. Um alívio. Só de pensar que um homem de Deus se poderia envolver com menores… Oh, wait!

Bolsonaro subsídio-dependente

Na Segunda-feira, dia imediatamente a seguir à primeira volta das eleições brasileiras, o governo Bolsonaro anunciou a antecipação de prestações sociais.

A extrema-direita a antecipar prestações sociais para fazer campanha, precisamente aquilo de que acusa a esquerda de fazer.
A extrema-direita que demoniza prestações sociais, com o seu discurso moralizador e punitivo sobre aqueles “que não querem trabalhar” e preferem “mamar do Estado”.

A usar o Estado, que quer pequeno, para fazer campanha.

O Estado e os recursos do Estado.

Dinheiro dos impostos dos brasileiros.

Que Bolsonaro e os seus apoiantes dizem querer cada vez mais baixos.

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Como destruir a propaganda bolsonarista em 80 segundos

A jornalista brasileira Amanda Lima, mostra como se faz. Pega na notícia falsa, confronta-a com declarações oficiais e públicas que destroem por completo a mentira, e termina reduzindo o elemento bolsonarista a mero receptor/emissor de propaganda veiculada via WhatsApp, no questions asked. Isto sim, um conteúdo a considerar seriamente para o programa curricular de qualquer disciplina de Cidadania nas escolas. Pedagogia anti-fascista. Haja alguém que a faça.

É Lula

Se tivesse que escolher entre uma porta e um Bolsonaro para presidente do Brasil, escolheria a porta sem pestanejar. Escolher o Lula é fácil, mas escolher um liberal ou um conservador de direita que se opusesse à agenda do ódio, do fanatismo e da violência seria igualmente fácil.

Na pior das hipóteses existe sempre um mal menor. No caso, o mal menor é o antigo presidente que mais oportunidades criou para os mais desfavorecidos, que mais brasileiros tirou da miséria, que mais saúde, educação e esperança deu aos mais pobres entre os mais pobres. Uma porta, repito, seria melhor que Jair Bolsonaro. Lula da Silva, caso seja eleito, não será apenas melhor. Poderá muito bem ser a solução para apaziguar um Brasil dividido pelo extremismo bolsonarista.

Neste momento, Lula lidera por curta margem, cerca de 3%, mas a segunda volta parece inevitável. Estou fora, racho lenha, mas não tenho a mínima dúvida sobre qual é a minha trincheira: é Lula.

Salvini, Meloni e Luís Montenegro ocupam o mesmo espaço político. SIC Notícias dixit

Em Itália, sem grandes surpresas, a extrema-direita triunfou. A única surpresa foi ver órgãos de comunicação social portugueses, alegadamente sérios, a referir-se à falange de Meloni como “coligação de centro-direita”. Que é mais ou menos a mesma coisa que dizer que entre a Lega de Salvini, os Fratelli di Italia de Meloni e o PSD da São Caetano não existem diferenças. Bem sei que estes últimos se têm esforçado por normalizar a extrema-direita, mas ainda existe uma diferença considerável entre normalizar e ser.

Dito isto, recordo que vivemos num país onde, frequentemente, nos é dito que a imprensa bate continência à esquerda, em particular os OCS do Grupo Impresa. Curiosamente, foi a SIC Notícias quem ontem insistiu na ideia de que uma coligação entre Salvini, um fascista de créditos firmados, Berlusconi, um populista corrupto, e Meloni, uma admiradora de Mussolini com o slogan Deus, Pátria, Família representa o centro-direita. Em nome do rigor jornalístico, seria de bom tom que a SIC Notícias dissesse a verdade. E a verdade é esta: sempre que o centro-direita cede à extrema, é comido e desaparece. Foi isso que aconteceu em Itália, em França e na Hungria. Não aconteceu na Alemanha porque Merkel aprendeu as lições da história e soube gerir a situação, quando, por exemplo, preferiu entregar o poder ao Die Linke, na Turíngia, ao invés de governar a região com o apoio da AfD.

Contudo, é preciso ser claro: quando a extrema-direita destrói o centro-direita, a primeira não passa a ocupar lugar do segundo. O que acontece é que o segundo desaparece. A extrema-direita será sempre extrema, mesmo nas situações em que o espectro a tem apenas a ela.

Propagar, enforcar, ressuscitar

A contradição do costume voltou em força: em Democracia todos os fascistas votam. E, se nem todos os que votam em neo-fascistas (dos Fratelli ao Lega, em Itália, do CHEGA, em Portugal, ao Vox, em Espanha, do Fidesz, na Hungria, ao PiS, na Polónia, passando pelo SD, na Suécia) são neo-fascistas, a verdade é que a “moderna” extrema-direita europeia se soube re-inventar e aproveitar os fracassos dos partidos democráticos, sobretudo de esquerda, catapultando-se para o poder.

O aproveitamento populista de certos temas, o cultivo do ódio e do ressentimento pelos próximos e por quem é pobre e/ou diferente, a cultura do “contra tudo-contra todos” não são factores novos nem foram inventados pelos que, agora, se chamam “iliberais”; ao invés, são fotocópias ajustadas aos tempos de hoje, daquilo que foi a estratégia dos – outrora – fascistas dos anos 20 em diante para tomar o poder. E é sabido que quando a coisa aperta, o fascismo aperta também. O povo vai atrás, porque se revê na ideia do “Salvador”, na imagem do deus supremo que tudo resolverá e, também, porque os partidos democráticos lhes falharam e continuam a falhar.

Dizia Pepe Mujica, antigo presidente do Uruguai, que o Ser Humano é provável que seja o único animal que é capaz de tropeçar vinte vezes na mesma pedra sem aprender a desviar-se dela. A onda fascista que ameaça, de novo, a Europa é prova dessa mesma incapacidade de nos tornarmos sagazes.

A Itália propagou o fascismo, enforcou-o e agora ressuscita-o. As melhoras, Itália.

Ah, só mais uma coisa: hoje, Vladimir Putin também ganhou.

Giorgia Meloni. Fotografia: Getty

Tudo indica que Vladimir Putin vencerá as Legislativas

em Itália.

Lapso freudiano de Bolsonaro põe corrupção no seu governo a nu (c/video)

Palavras para quê? É o líder da máfia de fascistas milicianos e ser o que sempre foi: um corrupto.

Bolsonaro acusa polícia brasileira de incompetência

Mais um golpe de Estado em marcha.

A vida das pessoas não está melhor, mas os cofres do escritório de Luís Montenegro estão muito melhores

Parafraseei a célebre – a socialmente sensível – frase de Luís Montenegro, que foi aquilo que me ocorreu quando descobri que o Banco de Fomento fez um ajuste directo de 100 mil euros com o escritório Sousa, Pinheiro e Montenegro. É que o eterno candidato a líder do PSD passa a vida a queixar-se do socialismo do PS, que é na verdade a social-democracia a que Montenegro diz pertencer, mas esse socialismo parece bastante generoso com os negócios do antigo deputado.

Se este ajuste directo fosse feito a uma empresa detida por um alto oficial do BE ou PCP, estaríamos, sem sombra de dúvida, perante o pagamento de um favor. Ou perante a compra de silêncio ou vassalagem. Neste caso, tratando-se de gente impoluta de direita, será, seguramente, uma questão mérito.

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Partido Republicano nas mãos da jihad cristã

Um slogan que fala por si.

Na Pensilvânia, a nomeação dos republicanos para governador do Estado recaiu sobre Doug Mastriano, militar na reserva e actual senador estadual.

Apoiado por Donald Trump, Mastriano integra a ala mais radical do partido, sendo conhecida a sua proximidade ao movimento QAnon e outros grupos de extrema-direita.

Recentemente, desempenhou com mestria o papel de caixa de ressonância de Trump para a narrativa da fraude eleitoral, tendo financiado o transporte de centenas de delinquentes envolvidos na tentativa de golpe de Estado a 6 de Janeiro de 2021. Quando a violência tomou conta da ocorrência, porém, Mastriano fez o mesmo que Trump e outros cobardes no local: fugiu.

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A escolha fácil entre Macron e Marine Le Putin

A vitória de Macron era expectável, mas não estávamos livres de uma desagradável surpresa. Felizmente, a extrema-direita fez aquilo que sabe fazer melhor: não passar. E não passou.

Se Macron seria o meu candidato, fosse eu francês? Seguramente que não.
Se eu votaria nele na segunda volta?
Sem pestanejar.
Quando as escolhas são todas más, opta-se sempre pelo mal menor. E Macron, na pior das hipóteses, era o mal menor. Infinitamente menor que a emissária de Putin no centro da Europa.

No Kremlin, as garrafas de champanhe voltaram para o frigorífico. Havia esperança, proporcional ao medo do lado de cá, mas Putin acabou por ser o grande derrotado da noite. Putin, Salvini, Orbán, Farage, Gauland, Wilders, Abascal, o coiso e todos os novos fascistas que sonham com uma Europa dividida, à mercê do Kremlin. Como diria o grande Diego Armando Maradona, “que la chupen y sigan chupando”.

P.S: Para aqueles que continuam a normalizar o CH, a começar pelo PSD de Rui Rio, notem que Ventura e Putin estiveram no mesmo coro de apoio a Le Pen. Porque, no fundo, jogam todos na mesma equipa, diga o CH o que disser no Parlamento. Querem sentir o pulso à extrema-direita portuguesa? Ide ler a carta de amor de Maria Vieira ao regime russo.

Marine Le Pen e o terramoto que poderá virar o jogo a favor de Putin

Mentiria se dissesse que não estou preocupado. É claro que estou preocupado. Como deve estar preocupado qualquer um que acredita no nosso modo de vida, no projecto europeu e na democracia liberal. E na nossa segurança colectiva. A possibilidade de Marine Le Pen chegar ao Eliseu equivale a escancarar os corredores mais restritos da UE e da NATO a Vladimir Putin, altera a balança de poder no conselho de segurança da ONU e coloca um dos exércitos mais poderosos do mundo, com capacidade nuclear, sob tutela de alguém que moderou a linguagem para ganhar as eleições, mas que foi a mesma pessoa que, a propósito de Putin, afirmou o seguinte:

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Le Pen, uma bomba-relógio

A crónica de Daniel Oliveira na TSF é um excelente exercício que merece ser lido ou ouvido. Não estamos imunes a igual desfecho.

França: Macron lidera, à boca das urnas

A margem é curta, mas nem por isso insignificante. Le Pen volta a falhar no primeiro round do assalto ao Eliseu, apesar de seguir para a segunda volta, como de resto era expectável.

Mais curta ainda é a diferença entre Le Pen e Jean-Luc Mélenchon, que completa o pódio com 20,3%, e que terá uma palavra a dizer no realinhamento de forças para a segunda volta.

De notar ainda a consolidação do desaparecimento dos partidos tradicionais franceses, com Anne Hidalgo a registar uns desastrosos 2% para o PS, e Valérie Pécresse, do Les Republicans, herdeiro da UMP de Chirac, a não ir além dos 4,8%.

Daqui por duas semanas saberemos, se continuaremos a ter Paris. Putin estará atento.

E se não tivermos sempre Paris?

Marine Le Pen e o seu financiador, Vladimir Putin

A possibilidade real de Marine Le Pen ser a próxima presidente francesa é uma ameaça séria ao projecto europeu mas, sobretudo, uma enorme ameaça à segurança do mundo Ocidental. Ter esta mulher como líder da única potência nuclear da UE, cuja ascensão foi em larga medida patrocinada e financiada pelo Kremlin, mais ainda num momento como o que vivemos, devia fazer soar todos os alarmes. Ter uma emissária de Putin com poder em Bruxelas, na NATO e no próprio Conselho de Segurança da ONU, alterando a balança do poder em favor do eixo Moscovo-Pequim, pode ser o fim da história como a conhecemos. Não estarmos todos alarmados com esta possibilidade alarma-me ainda mais. Não sei se a Eurasia de Medvedev chegará algum dia de Vladivostok a Lisboa, mas está a aproximar-se perigosamente de Paris.

O vassalo de Putin infiltrado na UE e na NATO

Putin apressou-se a parabenizar Orbán pela vitória nas Legislativas de Domingo, sublinhando a importância dos laços que os unem, e que são sobretudo ideológicos.

Orbán é um dos líderes europeus que mais entraves tem colocado à estratégia da União Europeia para sancionar Moscovo, postura que já remonta à anexação da Crimeia. Nas últimas semanas, e só para dar alguns exemplos, opôs-se a sanções ao sector energético russo e à passagem de armamento oferecido à Ucrânia por outros estados-membros da União Europeia. E este Domingo, no discurso de vitória, deixou bem clara a sua posição:

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