Sinais

Neste corrupio de acontecimentos, desde as revelações do semanário “Sol”,  – revelações que o semanário aumentou o ritmo – passando pelas primeiras providências cautelares de censura prévia em mais de 30 anos de democracia, uma pequena nota não para o que se diz e para o que se escreve,ou para o que é lembrado, mas antes para o silêncio.

Neste momento ninguém, a não ser do núcleo duro do Governo e da direcção do PS, parece querer aproximar-se de José Sócrates. A dita ala Esquerda mantem-se quieta e dos “históricos” nem uma palavra. A consciência da gravidade do assunto, legalidades à parte, existe. Por mais que se queira esconder a situação por trás de elogios de levar às lágrimas.

À medida que o tempo for passando e a informação se for espalhando, infiltrando, estes silêncios terão cada vez mais peso, e ou são quebrados ou irão esmagar aqueles sobre os quais pairam.

Os sinais mais marcantes começam a ser, e serão cada vez mais, os silêncios, as omissões. Mais do que as palavras e as reacções. Porque neles se irá sustentar a desagregação do Governo.

Entretanto, o que se tem escrito, editado, revelado e contradito, são os piores sinais que se transmitem lá para fora, para os nossos credores, para os investidores que queremos cativar, para os analistas financeiros que queremos convencer acerca da nossa economia.