Dicionário do futebolês – permitiu a defesa do guarda-redes

Não marcar golos é uma das actividades mais praticadas no futebol, apesar da baliza enorme, dos vinte e dois jogadores, de um campo com um mínimo de noventa metros de comprimento e quarenta e cinco de largura e dos intermináveis noventa minutos de jogo, durante os quais, em princípio, seria possível que cada equipa marcasse entre trinta a quarenta golos. O guarda-redes é um dos maiores obstáculos para que isso aconteça, graças, por exemplo, àquele privilégio revoltante de poder usar as mãos dentro da grande área, com a vantagem adicional de ser um maricas dentro da pequena área, onde nem sequer pode sofrer uma carga pequenina que seja (a pequena área é, no fundo, uma zona onde ao guarda-redes se aplicam regras de basquetebol). Para além disso, a grande área é uma região extremamente populosa, habitada por gente tão intratável como os defesas e os médios defensivos, pessoas programadas para traumatizar, se necessário, pontas-de-lança, extremos, médios e outros mal-intencionados.

Ora, dizer que um determinado jogador “permitiu a defesa do guarda-redes” dá a impressão de que o marcador do golo que, afinal, não entrou resolveu ser simpático com o adversário, talvez indicando com antecedência para que lado ia rematar ou esperando, cavalheiro, que este se lançasse para um lado, endereçando-lhe a bola para as mãos. Para além disso, o guarda-redes fica reduzido a um jogador que vive dos favores alheios, um trapo sem méritos que se limita a defender porque lho permitiram.

Não se espera que um comentador de futebol seja frio, mas num jogo em que o golo é um metal raro, há que valorizar quem o descobre. Uma tal afirmação, por constituir uma ironia, deve ser usada com muita parcimónia, servindo para comentar um daqueles lances em fosse mesmo impossível falhar (mesmo sabendo que isso não existe) e não, como acontece frequentemente, em remates frouxos de fora da área ou em lances com mérito evidente dos guarda-redes. Vejam como Cardozo e Saleiro permitem a defesa dos guarda-redes, esses inúteis.

FUTAventar – no leão está tudo levezinho…

O Trofense fartou-se de jogar, com mais tempo de posse de bola e mais remates, mas quem marca ganha. É a Taça da Liga!

O Sporting apanhou-se a ganhar e fez o que lhe competia, segurar a bola, controlar o jogo. Com Liedson há golos e isso faz esquecer tudo e a equipa já vai na sétima vitória consecutiva, é obra.

Para além dos resultados o Sporting já ganhou, com Carvalhal, dois jogadores: Adrien e Saleiro que, com Paulo Bento, era muito raro jogarem. Falta ao Sporting, um grande defesa, que estabilize os processos defensivos e acalme o jovem guarda-redes e melhor os níveis dos restantes defesas.

Se o campeonato dura muito ainda lá vamos…já conseguimos ver um tom azul muito desmaiado à nossa frente…

Entretanto sempre se pode esperar pelo Benfica