O Cristiano Ronaldo é o maior, mas…

deixemo-nos de nacional-parolismos: uma coisa é a marcação cerrada feita pelo entulho cor-de-rosa, que é capaz de dedicar páginas e páginas à cor das unhas da irmã, aos hipotéticos casos amorosos do craque ou à tensão virtual entre a dona Dolores e a Georgina Rodriguez. O entulho cor-de-rosa vive disto e os opinion makers da coscuvilhice têm contas para pagar.

Outra coisa é dar destaque de telejornal a não-acontecimentos. O Cristiano Ronaldo é o maior, já toda a gente sabe disso, mas marcar um golo num jogo-treino, contra a equipa sub-23, é uma não-notícia. E é parvo dar-lhe tanto destaque. Eu sei que estamos na silly season, e que a relação da imprensa com o Ronaldo é ela também bastante silly, mas era importante que essa malta percebesse que existe vida para além do Ronaldo. Que estão a acontecer coisas importantes no planeta Terra, que têm e terão impacto real nas nossas vidas, e que passam despercebidas porque a imprensa nacional prefere noticiar um golo fácil num jogo-treino que conta para coisa nenhuma.

Karma is a bitch

não é, Benfica?

Nova entrada no dicionário

Para a palavra génio?

Hoje acordei assim

Em modo golo, Quaresma e magia cigana – tenha o Paulo Fonseca juízo, vai correr bem.

Acredita BENFICA!

E, já agora, ganha o jogo, carago!

acreditalima

Uma pausa para as coisas importantes da vida

Falcão brilhante!

Este golo é tão belo como a Vénus de Milo

espero que haja mais gente a dar por isso. Esculpido por Hugo Viana, num jogo entre o Braga e o Portimonense.

Dicionário do futebolês – remate espontâneo

A expressão em análise é habitualmente utilizada para comentar a situação em que um jogador resolve rematar o mais rapidamente possível, com o objectivo de não permitir ou dificultar a reacção do oponente. É o que fez maravilhosamente Van Basten no vídeo que se exibe abaixo.

Ora, ser espontâneo implica suspender o raciocínio, o que transformaria o acto de rematar numa espécie de espasmo e não no resultado de uma deliberação que não deixa de o ser por ser rápida, como não deixamos de usar a razão ao responder prontamente a uma pergunta. Por muito repentino que possa ser, o acto de rematar não é algo que se possa fazer assim do pé para a mão e resulta, evidentemente, do treino e da repetição, o que quer dizer que é tanto mais rápido quanto mais treinado, ou seja, nada espontâneo. O próprio Fernando Pessoa, num momento de extrema parvoíce e rematado mau gosto, poderia ter criado uma quadra definitiva e definidora:

O futebolista é um rematador

Que remata tão de repente

Que chega a parecer um tremor

O remate que efectivamente

Não deixa, no entanto, de ser divertido imaginar o terreno de jogo povoado por futebolistas que não conseguissem controlar o que fazem as pernas. O marcador involuntário de um golo diria: “Não sei o que me aconteceu: eu estava ali quieto, a minha perna mexeu-se e rematou espontaneamente. Até hei-de pedir desculpa ao guarda-redes, que eu nem queria fazer aquilo.”

 

Golo de Elmano Santos pelo Benfica e contra a Académica

Num jogo marcado pelos protestos pela encerrada Linha da Lousã e adiamento eterno do metropolitano de superfície de Coimbra, o Benfica apresentou o seu velho reforço de inverno, Elmano Santos, que se estreou marcando este golo:

http://rd3.videos.sapo.pt/play?file=http://rd3.videos.sapo.pt/mpLgNv88vpwIPkzvbfmC/mov/1

O jogo continua, mas está tudo nos conformes: a Académica ainda tem 10 jogadores em campo.

Dicionário do futebolês – permitiu a defesa do guarda-redes

Não marcar golos é uma das actividades mais praticadas no futebol, apesar da baliza enorme, dos vinte e dois jogadores, de um campo com um mínimo de noventa metros de comprimento e quarenta e cinco de largura e dos intermináveis noventa minutos de jogo, durante os quais, em princípio, seria possível que cada equipa marcasse entre trinta a quarenta golos. O guarda-redes é um dos maiores obstáculos para que isso aconteça, graças, por exemplo, àquele privilégio revoltante de poder usar as mãos dentro da grande área, com a vantagem adicional de ser um maricas dentro da pequena área, onde nem sequer pode sofrer uma carga pequenina que seja (a pequena área é, no fundo, uma zona onde ao guarda-redes se aplicam regras de basquetebol). Para além disso, a grande área é uma região extremamente populosa, habitada por gente tão intratável como os defesas e os médios defensivos, pessoas programadas para traumatizar, se necessário, pontas-de-lança, extremos, médios e outros mal-intencionados.

Ora, dizer que um determinado jogador “permitiu a defesa do guarda-redes” dá a impressão de que o marcador do golo que, afinal, não entrou resolveu ser simpático com o adversário, talvez indicando com antecedência para que lado ia rematar ou esperando, cavalheiro, que este se lançasse para um lado, endereçando-lhe a bola para as mãos. Para além disso, o guarda-redes fica reduzido a um jogador que vive dos favores alheios, um trapo sem méritos que se limita a defender porque lho permitiram.

Não se espera que um comentador de futebol seja frio, mas num jogo em que o golo é um metal raro, há que valorizar quem o descobre. Uma tal afirmação, por constituir uma ironia, deve ser usada com muita parcimónia, servindo para comentar um daqueles lances em fosse mesmo impossível falhar (mesmo sabendo que isso não existe) e não, como acontece frequentemente, em remates frouxos de fora da área ou em lances com mérito evidente dos guarda-redes. Vejam como Cardozo e Saleiro permitem a defesa dos guarda-redes, esses inúteis.

Dicionário do Futebolês – saltar mais alto

Na maioria das vezes em que há um golo de cabeça, a explicação mais utilizada é “Fulano saltou mais alto”. Rui Veloso chega mesmo a cantar o voo de Jardel sobre os centrais.
A verdade é que se cabecear dependesse apenas ou sobretudo da capacidade de elevação, Javier Sottomayor teria sido ponta-de-lança. Se ser alto fosse suficiente para se ser um bom cabeceador, Shaquille O’Neal poderia ser um dos melhores. Se os atributos físicos fossem tão determinantes, um certo Martin Pringle que passou pelo Benfica teria sido um dos maiores cabeceadores de todos os tempos, em vez de ter sido uma dor de cabeça para os benfiquistas. No entanto, para se jogar bem de cabeça é fundamental saber usar a cabeça.

Golos asiáticos

http://rd3.videos.sapo.pt/play?file=http://rd3.videos.sapo.pt/LM1jB15kHI8N3NGTYZ1D/mov/1

O Sporting cumpriu calendário frente ao Mafra. Mas o jogo também serviu para este golo, e mais dois, de Zhang. Quem disse que os chineses não sabem jogar à bola?

FUTAventar – O Liz inundou Alvalade

O Sporting deu uma lição a todos aqueles que acham que uma grande equipa se faz sem grandes jogadores. Não faz! Sem omoletes…já dizia o Otto Glória.

Na verdade, o Leão está mal servido em vários lugares e não há nada que disfarce isso, nada mesmo, pode juntar-se mais os jogadores para não se perder tanto a bola, mas depois não se chega lá acima ao pé da baliza contrária.

A defesa, saindo o Tonel, começa a perder jogadas por alto, desta vez houve várias bolas perigosas, e o próprio golo foi um galo, o Rui Patrício à espera da bola em vez de a ir buscar, foi antecipado, claro.

E pronto, sem categoria para mais, o Sporting, ou deixa cescer o déficite e aumentar a dívida e vai às compras, ou não ganha nada.

FUTAventar – é complicado jogar com uma equipa com um nome destes…

Vá lá! Mesmo no fim, e por quem raramente acerta, o Sporting empatou. Com a bola pelo ar, contra estes calmeirões é muito dificil, embora a bola só ande pelo chão se houver talento.

 

O golo Holandês pareceu-me facilitado e depois as coisas complicaram-se. O Levezinho tambem falhou golos que não são habituais nele, e numa das poucas boas jogadas o Leão marcou. E a questão é mesmo essa, sem boas jogadas não se marcam golos, e deixemo-nos de desculpas.

 

Ficando em primeiro no grupo, tem uma série de vantagens que espero sejam aproveitadas, já não seja ganhar algum dinheiro para comprar um defesa- central de grande nível.