Banif, TVI e Altice

Fotografia: Vítor Rios/Global Imagens@DN

Não passou muito tempo desde o estranho caso da estação televisiva que criou artificialmente o pânico sobre uma instituição bancária, que atravessava um momento de particular vulnerabilidade. Dita estação, curiosamente, era propriedade de uma empresa que tinha como accionista de referência uma outra instituição bancária, maior e mais poderosa, interessada em engolir o pequeno e fragilizado concorrente.

Como seria de esperar, porque estamos em Portugal, paraíso à beira-mar plantado onde vale quase tudo, o truque funcionou, seguindo-se uma avalanche de levantamentos e fecho de contas, fragilizando ainda mais a pequena instituição que acabaria por ser adquirida, por meia dúzia de patacos, pelo predador proprietário da TV incendiária, que aguardava calmamente na penumbra.

Para quem ainda não percebeu de quem falamos, vamos lá chamar os bois pelos nomes. O elenco deste filme conta com a TVI no papel de estação televisiva que cria pânicos artificiais, com o Banif no papel da pequena instituição bancária absorvida pelo Santander, que interpreta o predador proprietário, e a empresa, essa, chama-se Media Capital, e prepara-se para vender a incendiária TVI ao grupo Altice, que desta forma poderá pôr de lado a ideia de criar um banco de raiz e considerar seriamente a hipótese de soltar a TVI sem açaime. Pode ser que resulte.

*****

P.S: tudo isto acontecerá com a bênção de Carlos Magno. Vale a pena ler o texto do Daniel Oliveira, no Expresso, que disseca o grande problema e maior perigo que este negócio envolve, e ficar atento, durante os próximos 10 anos, para ver onde irá parar o actual presidente da ERC.

Comments

  1. Um facilitador na senda de Relvas, Portas, e outros notáveis. Tuto normale in questa terra mafiosa.

  2. JgMenos says:

    Se bem percebi, o caso iria de muito mau a melhor?
    Ou a pior, porquê?

  3. Ana Moreno says:

    João, se bem percebi, a questão não é só para daqui a 10 anos, mas para bem breve a possibilidade de uma ainda maior anulação da comunicação social, o que, sabendo do nível de que partimos, é aterrador.

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