Onde estava Moniz em 2019? No Vietname?

Stop aos trans: os grisalhos estão subitamente interessados

Ouvi dizer que há pessoas preocupadas porque o Miguel Sousa Tavares disse não-sei-quê sobre não-sei-quem que é transexual e que venceu não-sei-qual prémio de beleza.

Dizia o Miguel que não-sei-quem que é trans não merecia ter vencido não-sei-qual prémio de beleza porque aquele prémio estava a premiar um não-sei-quê de operações e não um não-sei-quê com mamas e vulva. É uma opinião. E para mim não levanta qualquer celeuma. O Miguel, um espanto de homem, do alto da sua beleza arrebatadora, carão de escroto suado, não gosta de operações plásticas. Pronto. Qual é o mal? E não casaria com não-sei-quem que é trans por essa razão, porque não gosta de operações. E qual é o mal? Não casaria com não-sei-quem que é trans, como de certeza não casaria com Megan Fox, Cindy Crawford ou Nichole Kidman. Pela mesma razão, obviamente. O Miguel é um gajo coerente, quero acreditar.

Não é a opinião do Miguel que me causa estranheza. Com a opinião do filho de Sophia de Mello Breyner posso eu bem. O que me causou realmente estranheza foi aferir o ódio, a raiva e repulsa com que alguns, maioritariamente homens 50+, se manifestaram tão a favor da opinião do Miguel, quando o Miguel foi mais brincalhão, jocoso e, digamos, pacóvio, do que propriamente odioso e raivoso. Afinal, o Miguel foi casado com a Teresa Caeiro que, sabemos, não sendo um poço de beleza, não fez, certamente, nenhuma operação. Nem sequer para retirar um quisto! Pelo que, dito isto, sabe o Miguel do que fala. Mas saberão do que falam os odiosos e raivosos idosos que, desde que o Miguel expressou a sua opinião sobre cirurgias estéticas, tão solenemente se apresentaram como a guarda pretoriana da opinião do Miguel? Sabem, pois. [Read more…]

Rui Rio: o banho de ética segue dentro de momentos

Continuo a suspeitar que Rui Rio foi alvo de buscas por motivos algo nebulosos. E subscrevo a sua insistência na urgência de reformar a justiça, combater a violação do segredo de justiça e acabar com o terceiro-mundismo das televisões que chegam a locais de buscas antes mesmo das autoridades. Sob pena de ser entendida mais uma passadeira vermelha à extrema-direita.

Nada disso mudou.

Acontece que o Observador, o OCS mais insuspeito de fazer fretes à esquerda, sobretudo ao PS, noticiou hoje que, afinal, Rio demorou 3 horas a abrir as portas aos inspectores. E que, afinal, as televisões só aparentemente chegaram lá antes das autoridades. O que aconteceu, alega o Observador, foi que o próprio Rui Rio só abriu a porta quando a TVI lá chegou. [Read more…]

A morte de Luís Aleluia e o clickbait: TVI na senda da TV7Dias

Depois da abominação que foi a publicação de um vídeo do corpo do Luís Aleluia a ser retirado da garagem onde faleceu, a TVI decidiu descer ao lamaçal da TV7dias para fazer clickbait com o drama do actor, sem respeito pela dor da família, para expor algo sem o mínimo de interesse ou valor informativo. Horrível, degradante, desumano.

Isto foi a TVI a usar a polémica em torno de Maria Botelho Moniz para vender produtos de emagrecimento, não foi?

Eis a transição perfeita: Manuel Luís Goucha leva Maria Botelho Moniz ao seu programa, onde o prato principal foi, sem surpresas, o polémico e cavernícola artigo de Alexandre Pais, e mal termina a entrevista, a emissão muda imediatamente para um momento televendas onde o produto em destaque é o Emagreslim.

Não conhece?

Foi assim que MLG o introduziu:

A Primavera já aí está, o Verão também não tarda, já há pessoas na praia, portanto querem estar em forma. Mas, mais importante ainda, a sua auto-estima! Muitas vezes tem uns quilos a mais e não ser sente bem. Já sabe que a Viva Melhor tem a resposta eficaz: Emagreslim.

E daí se o timing for bom para vender uns produtos de emagrecimento?
Qual é o mal?

(badum tss)

 

Por falar no Santander…

O virtuosismo frugal que não assiste ao povo de nababos que somos, oportunamente assinalado pelo CEO do Santander Portugal, – um homem com “um apelido muito forte na banca” – trouxe-me à memória alguns casos, mais ou menos recentes, envolvendo a divisão portuguesa do banco espanhol.

O primeiro destes casos remonta a 2015. O Banif estava em colapso iminente e uma notícia bombástica da TVI levou à queda abrupta do seu valor em bolsa, acelerando a morte do banco insular. O Banif acabaria na carteira de activos do Santander, pela módica quantia de 150 milhões de euros, com o alto patrocínio dos contribuintes portugueses, que lá decidiram aplicar 2,4 mil milhões dos seus impostos a fundo perdido.

À data, a TVI era propriedade do grupo Prisa que, imagine o caro leitor, tinha o Santander como accionista da referência. Parece conveniente, mas, na verdade, não passou de uma triste coincidência, rapidamente aproveitada por essa gente que só protesta contra a banca porque é invejosa. [Read more…]

Fernando Medina e Sérgio Figueiredo: um banquete para a extrema-direita

Quando Sérgio Figueiredo era director de informação da TVI, Fernando Medina, então presidente da CML, era comentador residente. Comentava a actualidade, comentava política interna, comentava eleições. Comentava tudo. E ganhava uns trocos, que a vida em Lisboa está é para os camones.

Agora, que Fernando Medina é ministro das Finanças, e Sérgio Figueiredo enveredou pela consultoria, os papeis inverteram-se. E o antigo director da TVI foi agora contratado pelo antigo presidente da CML, por ajuste directo, para prestar serviços de “consultoria estratégica especializada”, pela módica quantia de 4767€/mês, valor que se equipara ao auferido pelo próprio Medina.

Isto corrói a democracia mais do que qualquer venturice. Porque é exactamente disto que se alimentam as venturices. De portas rotatativas que tresandam a compadrio e outras coisas que vocês sabem. Na falta de emigrantes, muçulmanos e elevada criminalidade, melhor combustível não há.

O primeiro astronauta arguido

 

Enquanto está a decorrer o processo de seleção de astronautas da ESA através do qual Portugal poderá ter finalmente @ primeir@ astronauta, Mário Ferreira (imagem Blue Origin), igual a si próprio, está a tentar antecipar-se ao processo e pagar um bilhete num voo parabólico da Blue Origin para rapinar para ele o título de primeiro astronauta português. Uma coisa é certa poderá ter o fantástico título de primeiro “astronauta” arguido, esse será garantido. Quanto ao resto não me representa, nem como português, nem como astronauta (um espertalhaço num voo parabólico de 10 min. não tem nada de astronauta). Ele que leve uma bandeirinha de Malta e um crachá da International Trade Winds, a empresa offshore que ajudou a criar.
#espaco #fraude

PS- os humanos que voaram acima da linha de Kármán (que se convencionou ser a altitude a partir da qual é espaço) recebiam da Federal Aviation Administration (FAA) as Asas de Astronauta Comercial. A partir de 2022 esse critério foi abandonado pela FAA que exige que um astronauta realize atividades mais consentâneas com um verdadeiro astronauta do que alguém que faz um mero voo parabólico de 10 min. a bordo da Blue Origin ou de outra companhia que promova voos parabólicos turísticos.

A história de Sérgio: o Sousa Pinto

Sérgio Sousa Pinto é um senhor que encontramos sempre no café da rua, de há uns 20 anos para cá. É quase mobília. Está lá sempre, nunca falha, a compor a sala.

Antigamente, quando era mais jovem, o senhor Sérgio era um homem activo, dinamizador, pungente. Falava com toda a gente, ajudava a servir às mesas, deixava as maiores gorjetas e ainda era capaz de fazer o fecho – só na carolice.

Agora? Agora não. Não sei se foi da vida, não sei se lhe aconteceu alguma coisa, mas o velho Sérgio hoje não fala com ninguém a não ser com um puto de gravata, chamado Sebastião, que lá aparece e que pede sempre um copo de leite morninho (o Sérgio que só se sentava connosco, a malta do lúpulo, do tinto e da aguardente!). Sentam-se os dois, velho e adolescente, todos os dias no canto direito da sala – lugar taciturno, lúgubre e húmido. O Sérgio, hoje já sem a genica de outros tempos, lá vai resmungando umas coisas imperceptíveis. Imperceptíveis para nós que conhecemos o Sérgio há mais de 20 anos… mas o jovem que com ele se senta ri-se de tudo o que o Sérgio diz. Não admira que seja o Sérgio a pagar os copos de leite ao miúdo.

Quando era jovem, antes de se ir embora, o Sérgio dizia sempre:

  • Tenham um resto de bom dia, camaradas!

Hoje em dia, a única coisa que conseguimos perceber vinda dos lábios do Sérgio é, também, a despedida. Só que a memória não é mesma e as palavras já não saem iguais. Agora, antes de sair, o Sérgio grita sempre:

  • Eu sou afilhado do Mário Soares!

Não sei se é a ânsia de não se esquecer, não sei se é para nos relembrar, mas a verdade é que parece ser a única de que se orgulha na vida, pois é a única coisa que sai perfeita da sua boca. Não é bonito de relembrar, mas percebe-se a dicção.

E depois lá vão eles, o Sérgio agarrado à bengala a murmurar desalentos (bengala que diz, com orgulho, ter sido feita pelo mesmo madeireiro que fez a cadeira ao Botas) e o jovem Sebastião (que foi quem lhe ofereceu a bengala) ao lado a rir muito de tudo o que o Sérgio diz e não se percebe.

No outro dia, surpreendentemente, o Sérgio berrou a toda a gente no café uma frase que se ouviu inteira:

  • Eu sou um social-democrata!

E responde-lhe o Oliveira, um social-democrata:

  • Então eu sou um anarquista!

O Sérgio e o Sebastião nunca mais lá apareceram.

Como assim, o Big Brother deu merda?

Como assim, o Big Brother é um degredo que não tem razão de ser sem polémica e violência?

Como assim, o Bruno Carvalho é tóxico e conflituoso, e foi precisamente por isso que foi escolhido para o programa?

Como assim, o modelo de negócio da TVI assenta no sensacionalismo, no escândalo e na exploração de emoções primárias?

Como assim, a Cristina Ferreira indigna-se e denuncia de casos de violência doméstica na sua revista e no programa da tarde, para depois pactuar com eles enquanto membro do Conselho de Administração da TVI, Directora de Entretenimento e apresentadora do Big Brother? Querem ver que a self made woman da Malveira é uma hipócrita?

Fui apanhado de surpresa, confesso. Não estava nada à espera destas informações dramáticas. Serão verdadeiras?

Paulo Portas mentiu

Na sua homilia de Domingo à noite, Paulo Portas mentiu. É mentira que o cordão sanitário que mantém a AfD fora do sistema político alemão se aplique também ao Die Linke. O Die Link tem coligações regionais e locais com SPD e Verdes. E foi Merkel quem vetou a tentativa de acordo que incluía o seu partido e a AfD, na Turingia, permitindo ao Die Linke governar, com o SPD e Verdes como parceiros minoritários. Não foi só a equivalência absurda entre Lula e Bolsonaro. Lula tem as suas falhas mas não é comparável a Bolsonaro e tem tanto de extremista como o Irrevogável. Porém, no caso alemão, Paulo Portas mentiu. E fê-lo deliberadamente, porque Portas pode ter muitos defeitos, mas ser ignorante não é um deles.

Hugo Miguel, Pedro Pinho e o Futebol Português entraram num bar…

Ontem, no final do jogo de futebol entre o Moreirense e o FC Porto, um repórter de imagem da TVI foi agredido pelo empresário Pedro Pinho. Sobre este empresário existem várias histórias, algumas lendas e não menos narrativas. Nunca se sabe o que é a verdade ou o que não passa de mera lenda.

Entretanto, segundo a imprensa, tornou-se empresário de futebol (sócio ou antigo sócio de Alexandre Pinto da Costa?) e foi representante de Bruno Fernandes (hoje jogador do Manchester United) e, ontem, alegadamente, agrediu um repórter de imagem da TVI.

Entre agressões a jornalistas (atire a primeira pedra o adepto de um dos três grandes…), cenas de pancadaria entre claques (atire a primeira pedra…), assassinatos de adeptos, intimidações a quem discorda, a jogadores, a treinadores ou a árbitros e dirigentes (venha de lá o calhau), o futebol português é pasto de toda a impunidade. E se uns atiram com o apito dourado, outros atiram com uma porta, a 18, um banco (o BES/BPN) e, quanto a escutas, existem para todos os gostos e feitios. E a impunidade é total. Absoluta.

E depois, depois temos o Hugo Miguel. Tanto na qualidade (sobretudo na falta dela) de árbitro ou de VAR. Depois de todos os mails que foram publicados na internet, depois dos casos denunciados por, entre outros, Rui Pinto, aconteceu alguma coisa? Alguém foi erradicado do futebol? Nada. “No pasa nada”. Citando o nosso Fernando Nabais, “a Federação não faz nada?”. Nada. Nem a federação, nem a liga, nem a justiça, nem os diferentes responsáveis políticos. Nada. “São coisas do futebol”, dizem eles. São, são. Vamos todos acreditar que é isso.

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Perfeito anormal

A anatomia de um perfeito anormal, em directo, na TVI.

«’Tá vendo esta mansão sensacional?
Comprei com o dinheiro desviado do hospital.
Ah e o meu cofre, cheio de dólar?
É o dinheiro que seria p’ra fazer mais uma escola!
Precisa ver minha fazenda!
Comprei só com o dinheiro da merenda!
E o meu filhão? Um milhão só de mesada.
E tudo com o dinheiro das crianças abandonadas…
E a minha esposa?
Não me leva à falência porque eu tapo esse buraco
com o rombo da previdência!
Vossa excelência, ‘cê não viu meu avião?
Comprei com uma verba que era p’ra construir prisão!
E a superlotação? Problema do povão!
Não temos imunidade? P’ra nós não pega, não!
(…)
“Todos os que me conhecem sabem muito bem que eu não admito…
O enriquecimento do pobre e o empobrecimento do rico!”»
Mas há quem esteja há dez anos a tentar criminalizar o enriquecimento injustificado. Hoje, é tarde demais. Mas, “apesar de você, amanhã há-de ser outro dia“. Não deixemos para ontem.

Suzana Garcia e o buraco sem fundo onde Rui Rio enfiou o PSD

Se dúvidas restassem sobre a enrascada em que Rui Rio enfiou o seu partido, no dia em que decidiu romper o cordão sanitário nos Açores – quando nem sequer precisava de o fazer para governar, bastando-lhe ter sido suficientemente estratégico para deixar a batata quente nas mãos de Ventura, obrigando-o a escolher entre a coligação de direita e o PS – a escolha da concelhia do PSD Amadora para o combate autárquico que se avizinha, nada mais, nada menos que Suzana Garcia, é reveladora da condição de refém de Rio e do PSD face ao storytelling da extrema-direita.

Suzana Garcia não é apenas uma comentadora histriónica que apareceu em cena como artista de variedades populistas no programa de Manuel Luís Goucha, conhecido por dar palco aos mais variados entertainers da autocracia, como o neo-nazi Mário Machado ou o próprio André Ventura. É alguém que, com uma agenda política, que agora fica evidente, aposta tudo numa retórica populista e demagoga, repleta de tiradas racistas, xenófobas e extremistas, características da narrativa de ódio, divisionismo e ressentimento que encontramos na cartilha do Chega. O próprio André Ventura aproveitou a deixa para humilhar Rui Rio, uma vez mais, na rede social Twitter:

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Citações: Para o que der e vier temos o Lobo Xavier…

Antes da citação, a pergunta: o Douto Jurista Lobo Xavier e/ou os tais clientes a que se refere, fizeram queixa às entidades competentes? E tendo-o feito, as ditas fizeram alguma coisa? E sobre a sua Opus Dei os clientes do douto jurista nada declararam? Nestas coisas não se pode ser selectivo. Não se deve, pelo menos. Isso e se não sabe se é verdade então não acredita nos seus clientes, é isso?

Eu nunca a vi nem sei que forma ela toma, mas eu tenho clientes que me dizem que são vítimas de extorsão por serem ameaçados, fazendo isto entregando dinheiro e quantias e assumindo comportamentos, senão são perseguidos por uma rede maçónica que vai desde a política até às magistraturas”, denuncia António Lobo Xavier.

Logo de seguida, Lobo Xavier sublinha não saber “se isso é verdade”, mas diz que tem “desconfianças”.”Eu tenho desconfianças, leio livros sobre a maçonaria, conheço a história da maçonaria. Que haverá maçons existem. O problema é que eu não sei quem eles são, nem eles se declaram, tirando uma ou duas figuras em Portugal que assumem isso publicamente”, sustenta.

Debates Presidenciais 2021: Marcelo toma um chá com Marisa, Ventura arrasta Ferreira para o lamaçal

Dois debates, de escassos 30 minutos.

No primeiro, onde reinou a educação e a cordialidade, Marcelo foi um elegante cavalheiro. Elogiou a adversária, tendo mesmo ido buscar a questão da luta pelo estatuto do cuidador informal – Marcelo, o hábil analista, fez, como se esperava, um bom trabalho de casa – elogiou o Bloco e até pediu ao moderador para deixar Marisa Matias concluir, quando Carlos Daniel queria passar a palavra ao presidente em funções. Gostava, sinceramente, de ver um Marcelo que não fosse a jogo com a eleição ganha. Assim é só chato. E, no meio do aborrecimento, onde ambos estiveram bem, parece-me, Marisa soube mostrar as garras, mas a teia de Marcelo ocupava já todo o estúdio.

No segundo, a antítese. À primeira pergunta, dirigida a João Ferreira por uma moderadora incapaz de segurar um André Ventura full-Trump mode, o líder do Chega demorou poucos segundos para começar a interromper ininterruptamente o adversário, com piadolas, risos histéricos e chavões. A escola CMTV de discussão futebolística hardcore. Foi um debate penoso. Ventura falava na sua vez e na vez de Ferreira, repetia a táctica Venezuela-URSS-Coreia do Norte (alguém o avise do bromance entre o seu ayatollah Trump e o seu amor norte-coreano, Kim) à exaustão, e tanto se esforçou que lá conseguiu, mais para o final, arrastar João Ferreira para o seu território: a lama. E conseguiu o que quis: caos e histeria. E a moderadora terminou o debate como começou: ausente. Um péssimo debate, excelente para perceber o manipulador populista que André Ventura é.

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Negacionismo assim vale a pena

Quinta-feira, pelas 21h15, a TVI apresentou-nos uma reportagem, mas não foi uma qualquer. Pudemos assistir a um chorrilho de chalupices negacionistas em horário nobre. Isto parece uma crítica, mas não, é um agradecimento. Sou apologista de que não se deve calar os estúpidos, porque assim sabemos onde eles andam. Seria muito mais fácil evitar assaltos, se em vez de dizerem que são da contagem da luz, dissessem logo que são gatunos. Facilita.

Só o termo “negacionista” diz que algo está mal. Quando se intitula algo como negacionista, é porque há demasiadas evidências que isso existe. E o Covid-19 é uma dessas evidências. É que estes chalup… negacionistas nem amigos deles mesmos são. Podiam tentar falar de características que geram dúvida, mas concentram-se nas evidências que já foram provadas mais do que uma vez.

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A transferência de Cristina Ferreira e o capitalismo subsídio-dependente

CFe

Foto: Expresso

A Plural Entertainment, empresa de produção audiovisual detida pela Media Capital, dona da TVI e da Rádio Comercial, entrou em lay-off em Abril, situação que se prolongou por dois meses. Escusado será dizer que, durante esse período de tempo, foram os contribuintes portugueses quem garantiu os salários dos trabalhadores da Plural – que perderam, em média, 30% dos seus rendimentos – a que acrescem 3,3 milhões de euros do pacote de 15 milhões que o governo destinou para apoiar a comunicação social com compra antecipada de publicidade. [Read more…]

Sobre o insulto gratuito da TVI ao Norte de Portugal

TVI

Sobre o insulto gratuito da TVI ao Norte de Portugal, é preciso, antes de mais, clarificar um aspecto muito importante sobre este caso: não são os lisboetas, ou sulistas, ou whatthefuckever que se acham coisa nenhuma. A TVI não representa o Sul, nem Lisboa, nem porra nenhuma abaixo do Rio Douro. Representa-se a si mesma, com o jornalismo sensacionalista que pratica, com o entretenimento medíocre que transmite. Por vezes, representa também a voz do dono, como quando, no final de 2015, lançou o pânico sobre o hipotético encerramento do Banif, levando imediatamente a uma queda abrupta do seu valor em bolsa, precipitando uma corrida aos depósitos e permitindo ao Santander adquirir a posição do Estado no banco a preço de saldos. O facto do banco Santander ser accionista de referência do grupo Prisa, que, por sua vez, era e (penso eu) continua a ser dona da TVI, não teve nada a ver com o assunto. Se é para conspirar, vamos conspirar sobre coisas sérias, tipo mortes por Covid-19 em massa no SNS, que o governo está a ocultar numa vala comum nas Berlengas, com ajuda do silêncio cúmplice de todos os partidos, OCS’s e dos familiares dos defuntos, todos pagos para se calarem. [Read more…]

Os factores da TVI e o distrito do Porto

I’m not asking you to believe anything you can’t prove. I’m just asking you to prove it.
Will Graham

***

O pedido de desculpas da TVI levou-me a ver um bocadinho do Jornal das 8 de ontem e a encontrar mais uma prova quer da utilidade grafémica das letras consonânticas cê e pê, quer da concomitante inutilidade do Acordo Ortográfico de 1990. O direto, fixado por alguém na moldura daquele oráculo informativo, borra a pintura. Contudo, como sabemos, ‘factores’ são uma prova de que há esperança.

Há muitos anos, no Manhunter, houve um diálogo extremamente interessante entre o Hannibal Lecktor (exactamente, Lecktor e não Lecter) e o Will Graham. No mais recente Hannibal, tivemos o Will a fazer de Lecktor e a Beverly Katz a fazer de Will.

O Will perguntava:
Do you have the file with you?

A Beverly respondia:
Yes.

O Will retorquia:
And pictures?

E a Beverly repetia:
Yes.

É verdade: felizmente, há imagens.

***

Nótula: Por uma questão de clareza quanto ao número de pessoas infectadas com COVID-19 em Portugal, talvez fosse bom que o Ministério da Saúde e a comunicação social portuguesa deixassem de tratar os casos do distrito do Porto dentro da região NORTE DE PORTUGAL (assim, com maiúsculas, como nos oráculos sensacionalistas da TVI).

Neste caso concreto das pessoas infectadas com COVID-19, o distrito do Porto deve ser analisado à parte.

O NORTE DE PORTUGAL é identificado no mapa do Ministério da Saúde como a região que, para quem vem de Barcarena, começa nos concelhos de Espinho [Read more…]

E se o grupo Cofina pagasse o que nos deve?

O grupo Cofina, dono do Correio da Manhã, CMTV, revista Sábado, Jornal de Negócios e Record, entre outros títulos, prepara-se para comprar a TVI, num negócio que rondará os 181 milhões de euros e do qual resultará o maior grupo de comunicação social do país.

O mesmo grupo Cofina deve 13,5 milhões de euros às Finanças e à Segurança Social, isto após um perdão de 5,7 milhões do anterior governo, e pediu, já este ano, um plano de recuperação, por não conseguir fazer face a essa dívida. [Read more…]

Edir Macedo: impunidade e vigarice, livre de encargos fiscais

EM

Na foto, o elevador do bólide de Edir Macedo, no seu luxuoso apartamento em Miami, pago com donativos dos fiéis da IURD em Portugal

Estive ontem a ver a reportagem que passou na TVI sobre a IURD, da jornalista Alexandra Borges, que aconselho vivamente. E devo dizer, apesar de não ter ficado minimamente surpreendido com o conteúdo, que as façanhas do terrorista social Edir Macedo nunca desiludem nem cessam de elevar a fasquia do que de mais reles e desprezível existe no ser humano. Macedo é absolutamente repugnante. Um nojo sem igual. Não admira que tente impedir o seu rebanho de ver notícias, ler jornais, ouvir rádio ou consultar as redes sociais durante estes dias. Quem deve, teme. [Read more…]

Mário Machado, Manuel Luís Goucha e outros perigos, como o politicamente correcto

Já aqui se falou dessa grande maleita que é o politicamente correcto, que, ao que tudo indica, está a destruir a sociedade ocidental, e cuja solução, verdadeiramente mágica, passa pela introdução de mecanismos de repressão e censura, operados pela sempre abnegada extrema-direita.

Quem também teme essa tal de ditadura do politicamente correcto é Manuel Luís Goucha, que em tempos não gostou de ser alvo do humor do 5 Para a Meia Noite e processou o programa. É por aqui que começa a valente sova retórica que Daniel Oliveira aplicou naqueles que, ao longo dos últimos dias, procuraram contribuir para a normalização do branqueamento de uma personagem sinistra, que participou em crimes horrendos, e que, independentemente de ter cumprido anos de prisão por esses crimes, continua a representar uma ameaça à sociedade e à democracia portuguesa. [Read more…]

Com que então, é um problema de “politicamente correcto”

Imagem: TVI, 03/01/2019

Com que então, o que há a dizer é que esteve preso por ter escrito “um texto na internet”. Zero referências no destaque quanto à pena de prisão por envolvimento na morte de Alcino Monteiro. E à extorsão, sequestro e posse ilegal de arma.

Mário Machado foi condenado, em 1997, a uma pena de prisão de quatro anos e três meses por envolvimento na morte de Alcino Monteiro. O crime remonta a 1995, quando um grupo de cabeças-rapadas que comemorava o Dia de Camões, 10 de Junho, pelas ruas do Bairro Alto, espancou até à morte Alcino Monteiro, um cabo-verdiano de 27 anos. Dezassete cabeças-rapadas foram levados à barra do Tribunal do Monsanto. [CM, 20/07/2006]

E o que diz um dos envolvidos neste branqueamento da extrema-direita?

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Rui Pedro (vermelho) Brás (ou será Braz?)

rpb

Em muitas páginas de facebook e nalguns blogues ligados ao meu clube, o FC Porto, são muitos os que atacam o jornalista/paineleiro Rui Pedro Brás (ou será Braz?). Estão a ser injustos. Passo a explicar:

O Sr. Rui Pedro Brás (ou será Braz?) é um conhecido benfiquista. Daqueles ferrenhos como o nosso Nabais. Bem, o nosso Nabais não merece, antes pelo contrário, que o insulte com semelhante comparação. Desculpa.

Continuando, o paineleiro/jornalista em causa anda pela TVI a oferecer as suas doutas opiniões. A opinião de quem, em 2013, escreveu o seguinte comentário nas redes sociais: “Mas o que eu quero mesmo é que o Benfica ganhe! Sempre! Com ou sem Aimar!” – 16 janeiro de 2013. A opinião de quem foi secretário técnico do futsal do Benfica durante dois anos. Ou seja, o que o distingue, por exemplo, de um Pedro Guerra? Nada. Só se for o tamanho da cintura.

Ora, atacar a personagem é injusto. Todos sabem que é um benfiquista. Quem deve ser o alvo do ataque é a TVI. Sim, a TVI. Por o ter como paineleiro? Nem pensar. Por estar a vender gato por lebre. É a TVI que passa (ou deixa passar) a imagem que o senhor é um paineleiro/comentador independente. É a TVI que dá tempo de antena a um suposto especialista em futebol que ontem, em directo e a cores, explica que o braço de Danilo (jogador do FC Porto) coloca em jogo o Éder (jogador do Lokomotiv) e por isso o golo não deveria ter sido invalidado. Upss, a lei do fora de jogo, no seu artigo 11, explica que, “As mãos/braços de todos os jogadores não são considerados para a marcação de um fora de jogo”. Ou seja, a culpa não é do rapaz, é de quem o escolheu, de quem lhe dá tempo de antena e de quem o vende como “independente”…

 

Tensão no Prolongamento

José Pina chamou-lhe animal, Pedro Guerra levantou-se da cadeira e foi pedir explicações ao sportinguista, o ambiente ficou ainda mais tenso e o país ficou em suspenso, perante a possibilidade de uma cena de pancadaria em directo. Pobre Sousa Martins, espero que lhe paguem muito bem para aturar este circo. Mas, como dizia o outro “é disto que o meu povo gosta”!

Porque é que a repórter da TVI mentiu escandalosamente em directo?

Fotomontagem via Os truques da imprensa portuguesa

O caso já tem alguns dias e remonta à tomada de posse dos novos ministros e secretários de Estado do executivo Costa. Em tempos não muito longínquos, teria passado por entre os pingos da chuva, pelo menos para significativa parte da opinião pública. Felizmente, existem hoje uns tipos perigosíssimos, que dão vida a um projecto chamado Os truques da imprensa portuguesa, que teimam em não dar descanso ao embuste jornalístico, o que é refrescante no seio de uma sociedade que se depara diariamente com factos alternativos, criados com objectivos tão distintos como gerar receitas ou manipular a opinião pública para benefício de certos e determinados indivíduos e sectores.  [Read more…]

Banif, TVI e Altice

Fotografia: Vítor Rios/Global Imagens@DN

Não passou muito tempo desde o estranho caso da estação televisiva que criou artificialmente o pânico sobre uma instituição bancária, que atravessava um momento de particular vulnerabilidade. Dita estação, curiosamente, era propriedade de uma empresa que tinha como accionista de referência uma outra instituição bancária, maior e mais poderosa, interessada em engolir o pequeno e fragilizado concorrente.

Como seria de esperar, porque estamos em Portugal, paraíso à beira-mar plantado onde vale quase tudo, o truque funcionou, seguindo-se uma avalanche de levantamentos e fecho de contas, fragilizando ainda mais a pequena instituição que acabaria por ser adquirida, por meia dúzia de patacos, pelo predador proprietário da TV incendiária, que aguardava calmamente na penumbra. [Read more…]

Para quê criar um novo banco quando podem usar a TVI para destruir um já existente e comprá-lo a preço de saldo?

Em 2015, o grupo Altice passou pela quermesse de Passos Coelho e levou a PT, por um simpático valor que rumou, na sua quase totalidade, para o Brasil. Para isso e para pagar dívidas que a meritocracia capitalista – leia-se boys & girls do regime – nos deixou de herança, como forma de agradecimentos pelos milhões em bónus que lhes pagamos ao longo dos anos. Maravilhas da boa nova liberal.

Dois anos volvidos, a Altice adquiriu hoje uma posição maioritária na Media Capital, acumulando assim o controle da MEO com o da TVI, o canal português que se encontra no patamar de sensacionalismo e parolice imediatamente anterior ao do Correio da Manha. [Read more…]

Crónicas do Rochedo XVIII – Incêndios, uma tragédia portuguesa

1142031

No dia em que Portugal assistiu a uma das suas maiores tragédias colectivas escrevi, na minha página no facebook: “Nesta hora triste da nossa história colectiva aqueles que, como eu, não são “especialistas” devem remeter-se ao silêncio. E deixar quem sabe fazer o seu trabalho. É a melhor forma de respeitar quem está no terreno a trabalhar e quem está a ser vítima desta calamidade nacional“.

Já passou o tempo suficiente para o silêncio. Agora, mais a frio, vamos procurar uma análise política. Melhor dito, ao comportamento político dos agentes da dita.

Deve a Ministra demitir-se? O Governo de António Costa é culpado? De quem é, politicamente, a culpa?

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