Imagens do caos ortográfico

As consequências perniciosas do chamado acordo ortográfico (AO90) estão à vista: jornalistas transformam os habitantes do Egipto em “egícios”; num manual publicado pela Imprensa Nacional, surge a palavra, por assim dizer, “atidão”.

A relação dos portugueses com a ortografia era deficiente; com a chegada do AO90, passou a inclassificável.

Há imagens que valem mil palavrões, sobretudo para quem pensar que a correcção da escrita é um valor importante.

egícios

atidão

Imagem encontrada na página de facebook de Tradutores Contra o Acordo Ortográfico 

Comments

  1. A relação dos portugueses com a ortografia era deficiente; com a chegada do AO90, passou a inclassificável.

  2. Reblogged this on Escarro & mal-querer.

  3. É um fenómeno muito português: onde não havia qualquer problema – que não os esperados de um país ainda com analfabetos – há agora um caos.
    Somos dos melhores a piorar as coisas.

  4. sinaizdefumo says:

    “Quando olho prà videira dá-me vontade de rir; uns catchos já estão maduros, outros estão a felorir”. Neste caso há cachos que estão é verdes com’a cornos como se diz na minha terra. Ó Sr. Nabais então não houve sempre quem desse erros? E estes então “dão-me vontade de rir”… à gargalhada. Quanto aos egípcios do Egito realmente a coisa ficou mal resolvida mas a atidão é de atado, “num srá”? 🙂

    • António Fernando Nabais says:

      Ó caríssimo sinaiz, não me deite fumo para os olhos: sempre houve erros, o que admito no texto; depois do AO90, surgiram erros novos.

      • sinaizdefumo says:

        E eu lá ia esfumaçar pra cima do senhor!… Novas regras, novos erros, tudo normal.

  5. Uma pergunta: quantos artigos escreveu o douto articulista sobre os erros ortográficos ao abrigo da anterior ortografia. Confundir ignorância, iliteracia e, perdoem-me o termo, burrice, com ortografia, é alinhar no mesmo campo. Camilo Castelo Branco, Eça de Queiroz, Fernando pessoa, Teixeira de Pascoaes, Machado de Assis, e, pasme-se, mais uns quantos “ignorantes” da mesma cepa, alinhavam por outras ortografias e, no caso de Camilo, Pessoa e Pascoaes é conhecido o modo virulento como julgavam qualquer alteração ortográfica, designadamente aquela ortografia que agora o sapiente autor do artigo, exaltado paladino da correcção ortográfica, defende. Não sendo eu um defensor do proposto acordo por razões de outra ordem, confesso já não suportar tanta ignorância de, por exemplo, confundir língua com ortografia, erro com ortografia, iliteracia com ortografia, pseudo-jornalismo com qualidade jornalística. Haja Deus para tanto erro.

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