Os miúdos da rede não gostam de colchões. 

É a geração da rede, sempre ligada, no WhatsApp, Twitter, Facebook, Snapchat, com os seus feitos heróicos amplificados  com álcool e  views. Santinhos é em Fátima e colchões é oldskull, por isso, piscina com eles.

Dois tweets de um dos alunos envolvidos na tal viagem de finalistas – descaracterizados e sem link, dado o envolvido ser menor.

Não se pode tomar a parte pelo todo. Da mesma forma que não se pode enveredar por teses desculpabilizadoras quanto ao que se passou. Na televisão ouvi um responsável da CONFAP falar da necessidade de fazer alguma coisa e que, talvez até, fosse preciso mudar a lei. Uau. Outro que resolve problemas pela via legislativa. Há muitos assim.

Também ouvi teses sobre o (mau) serviço das escolas a preparem alunos, os quais, mal educados, acabam a fazer isto. É um paradoxo mas a educação começa em casa – não é na escola. E mesmo havendo casos complicados nas escolas, nunca chegam a esta loucura. Muito fazem os professores. Quando os alunos chegam à escolaridade obrigatória, já o sentido moral dos alunos está grandemente formado. São os valores familiares que prevalecem. E quando os pais insistem que os santinhos que têm em casa nunca poderão ser os diabretes que o director de turma alega serem, estão a desautorizar o último elo que poderia estabelecer os limites do aceitável. Escancara-se a porta para o descontrolo.

E as agências de viagens e hotéis envolvidos? Lucram com esta simbiose entre adolescentes endinheirados e ingénuos que julgam vir a ficar hospedados no Ritz pela módica quantia de 500 euros, viagem em autocarro incluída. Em Autopullman, claro. Naturalmente que o serviço contratado não foi pela qualidade mínima e lucro máximo. E para o ano mais virão, pelo que é bom que os dedos apontem para o hotel e nunca para os clientes.

Giro, giro, foi a explicação que ouvi por parte da mãe de um dos alunos. Não havia sopa às refeições. Todo este reboliço, afinal, por falta de uma panela de água com batatas e couves. E eu que pensava que a miudagem não ia em sopas.

Comments

  1. Konigvs says:

    Que rebeldes que nós somos…
    Um pau de marmeleiro bem arreado no lombo fazia maravilhas. E com a escola toda e nem foda-se sabem escrever direito.

  2. Ana A. says:

    Pode haver muita falta de educação, não tenho a mínima dúvida, mas com: “bares abertos”/substâncias que alteram o estado de consciência, não me parece que até o mais recatado adulto, não fizesse das suas…
    O “mal” mesmo, é a maior parte das pessoas pensarem que a diversão só acontece quando o estado de consciência se altera. E aí, nada a fazer….é só olharmos à nossa volta e vermos a “diversão” nos bares e discotecas que nos rodeiam!

  3. Pedro says:

    Ganda Manuel Cordeiro, já está a atrair a brigada toda do pau de marmeleiro no lombo da juventude extraviada a quem os paizinhos não dão educação. Há lá causa mais fácil do que essa?
    Vi agora no CM um vídeo, com o titulo “Sofás no corredor, estátuas fora do sítio e desordem no jardim.” Ópá! Coisa épica! Já não se via desde que há uma porrada de anos arribou ali um barco de vikings. Está já em curso um plano Marshal para ajudar na reconstrução do hotel.

  4. Rui Mateus says:

    Claro, que não havia sopa…pouca vergonha. As pretensas desculpas mais grotescas são das agências de viagem. Numa sociedade onde gere violência gratuita e facilitismo, ainda por cima falso, o que se espera da forma de comportamento destes jovens.


  5. Ah, bom!
    Se foi por não haver sopa, tudo bem………

  6. martinhopm says:

    A educação, as regras, o bom senso, o equilíbrio, a justa medida começam em casa. Se muitos dos pais se alheiam voluntaria ou involuntariamente das suas obrigações…então temos disto!


  7. Coitadinhos, por causa da Troika ficaram tão habituados à sopinha, que já não passam “bem” sem ela. Sugestão: fazer as viagens de final de curso no, não é ao, é no Douro durante as vindimas, e já agora a vindimar.

  8. carlota says:

    Coitados! A falta que uma sopa faz.:)

    http://videos.sapo.pt/AT3vB7rYkEbCC9ZErgkz

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  1. […] loucuras como praticar air guitar. E a diferença é mesmo essa. Não haver nenhum smartphone. Ou redes sociais para a miudagem se gabar do feito. Isso, os mortos, as facadas e os assaltos a supermercados (espero eu). É caso para dizer que já […]