Cristiano Ronaldo e os desacatos em Torremolinos

De todos os escritos que li por estes dias, a propósito dos acontecimentos de Torremolinos, houve um texto que me marcou de forma muito particular. Publicado no jornal ECO, o artigo de Rui Calafate (RC) é simplesmente fabuloso. Partindo do óbvio – que o CR7 é o maior – RC regista, logo no primeiro parágrafo, que o capitão da selecção nunca foi a Torremolinos em viagem de finalistas. Daqui para a frente é toda uma injecção sobre as qualidades do craque, que nasceu e cresceu num meio desfavorecido, que lutou e trabalhou muito, mais do que a maioria, para chegar onde chegou, e que continua a superar-se todos os dias. Sim, Rui, já todos sabemos o que vale Cristiano, não é preciso tentar transformar o homem numa multinacional e uma multinacional num exemplo de ética e boas práticas.

Agora a parte parva. É claro que Ronaldo nunca foi a uma viagem de finalistas. Porque na idade em que os jovens estudantes vão para viagens de finalistas, Ronaldo já jogava no Sporting e estava-se nas tintas para as viagens de finalistas. E é claro que levar a cabo actos de vandalismo não é motivo de orgulho para ninguém. Mas destruir um hotel? Quem é que destruiu um hotel? Acaso caiu alguma parede do dito? Barbárie? Barbárie é um tipo com bombas atadas à cintura a explodir-se num mercado em Bagdad. E porque raio haverão estes jovens de ficar na história por este episódio? Não poderão eles vir a ser grandes escritores, empresários, médicos ou cientistas? Será que o destino deles ficou selado na semana passada? Não terá Cristiano Ronaldo cometido também os seus excessos, quando, por exemplo, foi apanhado e multado pela polícia espanhola por excesso de velocidade e condução perigosa? Terá por isso deixado de ser o melhor jogador de futebol da história do nosso país ou o exemplo de profissionalismo e dedicação que é? Reflectimos também sobre isto, já que a mortalidade rodoviária é um problema incomparavelmente mais grave do que os ocasionais actos de vandalismo em viagens de finalistas? Menos, Rui Calafate, muito menos.

Foto via Goal.com

Comments

  1. Vem aí o diabo! says:

    Robado do Blog ” O JUMENTO”

    Até o patriarcado?

    «A Diocese do Mindelo, Cabo Verde, não viu uma moeda de cêntimo dos 245.719 euros com que os católicos da Diocese de Lisboa contribuíram para a chamada Renúncia Quaresmal de 2011, um peditório anual que o então cardeal patriarca, José Policarpo, anunciara ter como destino “outras igrejas mais pobres”, em especial a do Mindelo. O destino dos donativos da Renúncia Quaresmal constitui um dos segredos das Finanças do Patriarcado de Lisboa, cujos responsáveis se recusaram a fornecer ao PÚBLICO quaisquer esclarecimentos sobre o assunto.

    Realizada anualmente em todas as igrejas do país durante a Quaresma (o período de 40 dias que antecede a Páscoa), a recolha dos fundos que os fiéis entregam aos párocos, habitualmente dentro de um envelope, no domingo anterior à Páscoa, tem sempre uma finalidade previamente anunciada pelo bispo local.» [Público]

    Parecer:

    Digamos que o dinheiro foi para outros pobres.

    Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

  2. Vem aí o diabo! says:

    ROUBADO


  3. E nem microfones da Correio da Manha TV a nadar num lago?
    Embora esse caso esteja mais perto da justiça pelas próprias mãos que do simples vandalismo.