Sócrates inspirou-se em Sarkozy

 

A resposta de José Sócrates sobre a sua fonte de rendimentos atual, é obviamente inspirada na resposta de Sarkozy ao jornalista Pujadas da France 2 aquando do debate das primárias da direita francesa. Sócrates assistiu ao debate e replicou-a. Ambos, em vez de clarificar os espetadores, decidem atacar o jornalista. Ambos se apoiam na suposta “indignidade” da pergunta para disferir o ataque. O que é dramático nisto tudo é que a fonte de inspiração não poderia ser mais infeliz. Tal como Sócrates, Sarkozy está envolvido num processo cuja narrativa de inocência é tão credível como um conto do Peter Pan.

Comments

  1. Lidia Sousa says:

    OS JORNALISTAS PORTUGUESES SÃO INDIGNOS, e quando sair a celebre lista secreta dos panama papetr é vê-los a saltar como sapos. um já saiu do curral um tal Esteves que descobriu a palavra que inspirou a acusação, a escrever o relatório para inglês ver. EUREKA , fizeram aquilo como um puzzle, mas não conseguiam encaixar, veio de la o inspector contabilista e disse, EUREKA ,metemos aqui no meio o SALGADO ,em vez dum odiado arranjamos dois. afinal vale mais um contabilístico que os formados no centro judicial. uma miséria, mas segundo está aqui a dizer um colega o juiz de instrução não frequentou o curso do centro judiciário, por isso nunca pode subir à relação…

  2. Rui Naldinho says:

    Concordo com o texto do Rui Curado Silva.
    O Rui faz jus ao pensamento Descartiano, “penso, logo existo”, coisa simples para um mortal, mas que muita gente prefere ignorar, fruto da cegueira ideológica.
    Mas o “Je” aproveita a deixa, e vai acrescentar mais alguma coisita.
    Uma das coisas que mais me tem deliciado nos últimas semanas, foi numa primeira fase, os elogios fúnebres e os hosanas cantados a Passos Coelho, pela generalidade da comunicação social. Do DN ao Observador, fiquei com a sensação de que um novo “Cristo” salvífico tinha sido, não crucificado, mas imolado pelo fogo eleitoral dos pagãos, não resistindo às queimaduras nalgumas zonas do corpo, em especial Lisboa e Porto.
    “Ingratos, boçais que sois, povo meu!”

    Na pretérita semana tivemos a acusação a Sócrates. Algum dia haveria de chegar!!
    Também me deliciei com os comentários sobre as certezas de nada, de uma série de analistas, quanto à Dedução de Acusação do Ministério Público, daí chamar-se “dedução”, aos 28 acusados, incluindo Sócrates. Tanto os detractores, e são muitos, com aquela falsa moral que lhes é habitual, não tivéssemos nós falido, também por causa dos seus bancos, off shores, financiamentos a fundo perdido de toda a porcaria, “até aeródromos”, etc, tal como os defensores de Sócrates têm esgrimido argumentos a roçar o irracional, como se tudo aquilo que está na Acusação da Operação Marquês fosse uma maquinação, e, nem mesmo as chamadas telefónicas gravadas, com a voz inconfundível dos protagonistas visados, fosse verdadeira. Esquecem-se por exemplo, que o ex primeiro ministro já assumiu que vivia da sua reforma de deputado e das ajudas do amigo. Ajudas que eram gordas. Todas elas fora do comum. Que ele parecia o patrão e o outro o empregado, apesar de supostamente o dinheiro ser de Santos Silva. Enfim, há coisas irrefutáveis.
    De uma forma acéfala recusam-se a admitir, que alguma coisa não bate certo. Que houve pelo menos erros de ética, na sua conduta, como ex primeiro ministro. Não, Sócrates é um homem imaculado. Os outros e que são vesgos.
    Nem sequer são capazes de afirmar que aquilo que está em causa não é a factualidade das ocorrências, porque elas estão lá, existiram na verdade, mas a sua interligação. Isso é que importa para a Justiça. Se quiserem, uma relação causa efeito. E essa prova é que se torna difícil, e pode ou deve ser discutida. E pode ou não ser suficiente e convincente, para o condenar. Cabe à defesa fazer o seu papel, e à Justiça avaliar da sua credibilidade.
    Para mim, é um dado adquirido que Sócrates papou umas valentes coroas a alguém. Disso eu já não tenho dúvidas. Nem me interessa se foi ao Carlos Santos Silva, ou ao Ricardo Salgado, ou ao Hélder Bataglia. Cada um faz o que quer ao seu dinheiro, e ninguém tem nada a ver com isso.
    Interessa-me é saber se aquilo foi a troco de alguma coisa, e se essa coisa ou essa prática, se enquadra num acto de corrupção pura.

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