Será que está preparado para uns milhares de toneladas de democracia?
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Há umas semanas, algures entre o Teams e o Zoom, o cronista apresentou, entre outros artigos, os New Methods for Second-language (L2) Speech Research, do Flege — e achou curiosa a serendipidade do próximo parágrafo que lhe caiu ao colo, o dos new methods do nosso querido Krugman. A serendipidade. Nada encontrareis igual àquilo. Nada. Garanto. […]
Como escreve Natalie B. Compton, “um urso fez uma pausa para uma extensa sessão fotográfica“. Onde? Em Boulder, CO, nos Estados Unidos da América.
N.B.:
Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
A actualidade em análise com as opiniões dos participantes no Aventar sobre a actualidade.
Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
As músicas escolhidas pelos participantes do Aventar com espaço para entrevistas e apresentação de novas bandas, tendências e sonoridades.
Aqui reinam as palavras. Em prosa ou poesia. A obra e os autores.
PRESUNÇÃO E DEMOCRACIA
Os nossos condicionalismos culturais, por vezes ignorância e mesmo desprezo pela forma de ser e estar dos outros, levam-nos a erradamente avaliarmos os outros e as suas culturas e sociedades pelo crivo das nossas. Esquecendo que essas sociedades e civilizações evoluíram de forma diferente à nossa e hoje têm uma visão do mundo distinta da nossa.
Não nos competindo impor modelos que não são os deles, nem estão – também, porque deveriam estar – preparados para os aceitar. Tal como acontece com o conceito de democracia. Não esquecendo que mesmo onde esta idéia nasceu, Grécia, a sua prática não abrangia a totalidade da população – destinava-se apenas aos homens livres.
Os resultados destes mal-entendidos já nós os conhecemos muito bem – Iraque, Líbia. O mesmo acontecendo com o Irão, antiga Pérsia, com a sua história e desenvolvimento, cujo percurso, em termos políticos e sociais, só aos próprios cabe definir.
Há uma clara arrogância no conceito de democracia da civilização ocidental.
E sobretudo esquecemos o longo caminho que a Europa percorreu para a ela chegar, ainda que hoje a democracia esteja completamente neo-liberalizada, não a associando à competente responsabilidade.
De facto, os “democratas” ocidentais, na sua arrogância, baniram a responsabilidade, prática sem a qual, como diz um conhecido palrador português, a democracia vale zero.
E não olhamos para dentro. Não olhamos para o tráfico de influências que esta democracia com pouca responsabilidade criou e que gerou tribos: a tribo dos políticos, a tribo dos jogadores, a tribo dos juristas, a tribo dos legisladores, a tribo dos banqueiros, a tribo dos inimputáveis,…
Ora aqui está o nome mágico – tribo.
Nesses países onde o conceito de democracia – como nós a praticamos – não existe, também existem tribos. Só que estas se movimentam em campos muito mais lodosos, no sentido de perigo. Daí, a necessidade da união se exercer de outras formas.
É um equilíbrio altamente instável que, quando rompido, conduz ao terrorismo dentro e fora da região.
A Europa já esqueceu as consequências do que se passou no Iraque, na Líbia e do que vai acontecer com a Síria?
Já nos esquecemos das guerras tribais europeias? Pois já e creio mesmo que uma grande parte das pessoas as desconhece. E por isso fala-se do alto cátedra em democracia.
Tal como nos esquecemos, ou se calhar desconhecemos, todo o percurso que a Europa fez nos últimos 3 mil anos, para ter hoje “doutorados” em democracia.
Deixar tudo como está?
Claro que não, mas é importante que quem tem o poder de poder mover as coisas, se lembre das diferenças e as respeite. A mudança começa no respeito, ainda que se não entenda. A solução passa pela formação das pessoas, pela aprendizagem e sobretudo muita paciência.
Não tivessem aqueles países a riqueza que têm e gostaria de ver se havia alguém preocupado com a democracia a instalar.