Tudo naquela jogada fora invulgar. A persistência do jogador-estrela que correu como um jovem em início de carreira para evitar que a bola saísse pela linha de fundo; a inteligência com que deu seguimento ao lance e se movimentou na área como um predador; a eficiência, feita de uma soberba capacidade atlética e artística, com que foi buscar a bola a alturas inverosímeis e, num elegante mas implacável bailado aéreo, a rematou para o fundo da baliza do perplexo Buffon. [Read more…]
O momento
Eu e as árvores
[António Manuel Ribeiro]
Hoje um vizinho decidiu terminar com a vida florescente de um pinheiro com uns bons 15 metros de altura. Quando cheguei vi o estandarte, a moto-serra começou a debitar ruído desesperado e os ramos começaram a cair, seguros por cordas que um operário, empoleirado no alto do tronco, faz descer para a relva. É uma decisão.
Comecei a estudar ecologia pelas páginas do vespertino A Capital, anos ’70, onde um senhor jornalista, de nome Afonso Cautela, nos avisava do mal que andávamos a fazer ao planeta e por junto ao bem-estar humano – esse bem-estar não coincide de todo com a política de terra queimada de alguns: matar tudo, cortar tudo.
Mas obrigaria, se houvesse inteligência para tanto, a extirpar a ganância e a arrogância, factores da queda humana continuada. A bem de alguns PIBs, claro, que enchem de regozijo qualquer ministro das Finanças – isolado na sua cátedra, deixa passar o que não lhe diz respeito. É um especialista, logo sabe cada vez mais sobre cada vez menos, para mal colectivo. A propaganda faz o resto.
[Read more…]
Circo a mais, pão a menos
[Santana Castilho]
A 22 e 23 de Março, sob organização conjunta da OCDE, do nosso ministério da Educação e da Internacional da Educação, reuniram-se em Lisboa governantes e sindicalistas de cerca de 30 países. A cimeira (assim foi apodado o encontro) quis apurar o que fazer para que os professores se sintam bem no trabalho. Como se tal não estivesse, há muito, sobejamente identificado.
A propósito do acontecimento, Tiago Brandão Rodrigues afirmou ser “a ocasião para levar mais longe o nosso empenhamento com os co-autores das nossas políticas de educação, os professores”. Como se os professores fossem autores de políticas de que discordam e não simples executores, obviamente coagidos.
Num comunicado recentemente tornado público, professores socialistas exprimiram perplexidade perante o comportamento do Governo no actual contencioso com os sindicatos, comportamento esse que, afirmaram, não teve em conta “a necessidade do PS recompor as relações do Governo com os professores portugueses, depois de anos de ataque” aos mesmos. Estes professores referiram que o Governo não honrou o compromisso assinado em 18 de Novembro de 2017 e lembraram a resolução nº1/2018, aprovada na AR pelo PS, BE, PCP e PEV, que lhe recomendou a contabilização de todo o tempo de serviço. Mas o patusco Tiago não ouviu. [Read more…]
Comentários Recentes