O Irão deixa de usar dólares

Será que está preparado para uns milhares de toneladas de democracia?

God bless the Dollar

dolar

Acabei de ler o seguinte num blog dedicado à propaganda liberal:

“[…] o dólar é um caso de sucesso. Reflexo disso é o facto de ser usada voluntariamente por cidadãos, empresas e países fora dos EUA. Estes escolhem usar o dólar para as suas transaçõees comerciais e contratos, não por serem coagidos a fazê-lo, mas por reconhecerem na moeda as qualidades necessárias para tal.”

O dólar, como qualquer moeda, é usado de forma voluntaria por quem dele faz uso. O facto dos Acordos de Bretton Woods terem obrigado cada subscritor a adoptar uma política monetária que mantivesse a taxa da câmbio da sua divisa dentro de um determinado valor indexado ao dólar nada tem a ver com esta tendência. Da mesma forma, a assinatura deste acordo, firmado na recta final da Segunda Guerra Mundial, com os europeus de calças na mão e os americanos a instalarem-se na cadeira do imperador, é apenas outro detalhe sem grande relevância.

In Dollar we trust!

Krugman insiste!

Que a Grécia pode muito bem estar à beira de sair do euro e, por arrastamento, Portugal. Claro que é um Prémio Nobel da economia e há que estar atento, mas não sei se é uma evidência ou se é um desejo. O problema maior seria a curto prazo para a Grécia, a sair ,seria como ficar a flutuar em mar aberto enquanto o grande navio se afastava. Era uma questão de tempo para entrar numa situação de empobrecimento progressivo, e não se vê o que traria de bom à UE ter aqui à porta um mendigo a arranjar-lhe todo o tipo de problemas.

O arrombo no barco (UE) seria catrastófico, pelo que daria de sinais de má conduta e de falta de solidariedade dentro da união, a credibilidade apagava-se e o arrastamento de outros países seria inevitável. Era o principio do fim!

Cavaco Silva já veio dizer que conhece muito bem Krugman e que só por razões de “estar fora do euro” é que o leva a colocar hipóteses que ele, Cavaco, sabe que não acontecem. Estudou muito bem o Euro e a criação da Zona Euro, tem livros publicados sobre o assunto, e não há razões para ter medo. Cavaco disse, está dito!

E , eu por mim, sempre acrescento que os americanos nunca viram com bons olhos a criação da Zona Euro, por ter aparecido uma moeda capaz de fazer frente ao seu dólar , senhor absoluto e moeda de reserva global !

US – têm a máquina de imprimir os dólares

Esta é que é a grande vantagem dos nossos amigos americanos, como a sua moeda é a moeda de reserva, dão à manivela e produzem as notas necessárias. O problema é que este movimento tão simples de dar à manivela é determinado por problemas internos da nação americana e não por problemas e preocupações mundiais.

Como a dívida dos US é em dólares e são eles que os imprimem quando e quanto querem, sempre será capaz de pagar as suas dívidas, a única questão é saber se os dólares com que pagam valem o mesmo de quando a China emprestou o dinheiro.

Por isso já há movimentações para a criação de um novo sistema de reserva global. A China, a França e muitos outros países apoiaram a ideia, mas tem que ter a prioridade máxima e não está a ter. O que mudou mesmo, com a globalização, é que os bancos americanos chegaram à conclusão que o melhor sítio para colocar o aforro não é nos US, a liquidez com que o mercado foi inundado não se traduziu em crédito para a economia, empresas e famílias americanas e isso trava o crescimento da economia.

Claro que os US não querem nem ouvir falar na criação de uma nova moeda global enquanto tiverem de pedir emprestado, todos os anos, um bilião de dólares, não querem perder esta pechincha enquanto houver pessoas dispostas a comprar os seus títulos da dívida pública.

É que para pagar basta dar à manivela!

E se a Alemanha sair do Euro ?

E voltar para o seu Marco alemão, forte, consistente e não ter que andar a segurar países que não fazem o trabalho de casa?

As sondagens dão acima de 70% dos Alemães a quererem sair do euro a que há a somar-lhe os USA que nunca viram, nem vêm, com bons olhos uma moeda forte a disputar-lhe a primazia de moeda mundial e a valer mais que o seu dólar.

Os avultados montantes de moeda que estão a ser injectados na economia podem originar daqui a uns anos uma hiperinflação que acaba com o resto das economias e das finanças dos países mais endividados. Nessa altura a Alemanha paga novamente a factura?

Há, evidentemente, problemas imensos que se colocarão no caso de acontecer o regresso às moedas nacionais, o maior dos quais, será a desvalorização dos activos que estão cotados em euros. E a própria Alemanha deixa de ter um mercado de 400 milhões de pessoas para a sua super balança comercial, embora, nada que não consiga equilibrar a exportar para países emergentes e com economias a crescer.

Infelizmente, se em termos de economia todos estão avisados, em termos políticos, que foram as verdadeiras razões que levaram os pais da UE a ver longe, as incertezas e a violência que sempre caracterizaram o centro da Europa, podem estar de volta.

O aprofundamento da coesão política da Europa exige, que os actuais 1% do PIB, como contribuição para o Orçamento da Europa, suba para perto dos 7% ! Não vejo a Alemanha a largar mão de uma tão grande fatia do seu Orçamento e do seu poder !

Isto de porreiro não tem nada, pá!