Trump pairando sobre os céus de Londres

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Ao contrário do que muita gente por aqui acha, Trump não é propriamente destituído de inteligência prática e sabe exactamente onde quer chegar.

Trump quer redesenhar a política mundial, nem mais nem menos, e pô-la ao serviço da “America great again” e das grandes corporações privadas, fazendo tábua rasa de organizações humanitárias e/ou garantísticas, género ONU ou UNESCO, e blocos transnacionais como a CE, as quais, na sua concepção, só atrapalham.

A recente cimeira da NATO mostra que Trump pode facilmente ameaçar torpedear uma organização que, além das questões estratégicas, não sirva os interesses da indústria americana e o seu ascendente geoestratégico, neste caso a do armamento.

O mesmo se passa hoje, na visita a Inglaterra. Começou por ameaçar – se não fizerem como “sugiro”, faço o acordo com o vosso ” inimigo”, a CE – e prosseguiu com simpatias do tipo – a vossa primeira-ministra não me ouve – ou – eu sei quem é que dava um bom primeiro-ministro para vocês.

Trump, o homem de negócios, traz para a política entre nações um discurso que prescinde da linguagem e das pinças diplomáticas, arriscando a terra-queimada ou dar o dito pelo não dito, sem problemas de coerência.

Volto ao início: Trump não é destituído de inteligência prática e está habituado a ganhar. Na última semana acumulou vitórias musculadas, resultantes de esticar a corda sem medo que esta se parta.

É perigoso também por isso.

Comments

  1. Minorar ou desvalorizar o inimigo é o primeiro passo para lhe servir a vitória.

  2. Paulo Marques says:

    A inteligência ser prática é uma concepção um pouco relativa – tal como a eurolândia, é uma vitória de Pirro que economica, social e democraticamente não têm por onde sobreviver. A propaganda vai bater de frente com a primeira crise que tenha pela frente e soçobrar com qualquer crise que lhe apareça pela frente.

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