Boris Johnson meets Zack Galifianakis

Trata-se de um dos piores governantes da história do UK.

Um populista que mentiu descaradamente para conseguir o Brexit.

Um javardo que se emborrachava enquanto o mundo lidava com a pandemia e a rainha com a morte do marido.

Um palerma que está aí para provar que é possível ter a higher education de Eton, e saber citar longos trechos da Ilíada, sendo, em simultâneo, um profundo imbecil.

Mas uma coisa ninguém lhe tira: se o Zack Galifianakis deixar de representar, ninguém estará melhor posicionado que o Boris para ser o Alan do Hangover IV.

Brexit, in theatres

Isto não tem paralelo. Pelo menos na história recente de um reino que é uma potência cultural, económica, militar e, não menos importante, democrática. Não tem. O Brexit foi há dois dias, e os efeitos já se fazem sentir, muito antes do que era expectável, pelo menos para mim. E para muitos outros. E surpreende-me, com toda a sinceridade, a quantidade de negacionistas deste desastre em curso. A quantidade de pessoas que acredita, verdadeiramente, que a escassez de combustíveis e as filas para os postos de abastecimento são uma encenação. Que as prateleiras vazias em inúmeros supermercados são montagem. Que a falta de mão de obra em vários sectores é fake. Que os militares nas ruas a substituir camionistas é algo que nunca aconteceu. O Reino Unido não se vai dissolver, apesar das ameaças dos descendentes de William Wallace, nem se vai transformar num Estado falhado. O UK é too big to fail. Mas que isto é muito grave, e inimaginável há poucos anos, e um dos maiores embaraços da história deste país, é.

Chegou-se a este ponto. Ao ponto de ser necessário abater 120 mil porcos saudáveis, todos os 120 mil impróprios para consumo, porque faltam trabalhadores. Porque os imigrantes que foram demonizados durante a campanha negra do Brexit já não entram ou foram embora. E não há, entre os súbditos de sua majestade, quem queira ocupar as vagas abertas. Na volta anda tudo agarrado ao RSI lá do sítio. Deve ser isso.

Gostas de Socialismo? Vai para Venezuela!

Está demais, a Venezuela!

Países desenvolvidos não são para governo de marxistas…

Apesar dos britânicos estarem fartos das trapalhadas políticas dos conservadores, apesar do Brexit, apesar da impopularidade do político errante Boris Johnson, os eleitores do Reino Unido deram uma derrota colossal à esquerda radical, liderada pelo marxista Jeremy Corbin, provavelmente o pior resultado do labour desde a 2ª guerra mundial. Longe vão os tempos de Tony Blair, os militantes trabalhistas podem agora escolher continuar o caminho que os leva ao precipício, ou regressarem ao bom senso e voltarem a merecer a confiança da sociedade britânica.
Faço votos para que do outro lado do Atlântico, o partido democrático não caia na tentação de eleger Sanders ou Warren, oferecendo de bandeja mais 4 anos a Trump. Por muito graves que sejam os problemas no presente, não é com ideologias do passado, que serão resolvidos. No século XXI ninguém quer ser governado por socialistas de inspiração marxista, pelo menos nos países desenvolvidos.

Suspender a democracia por 6 meses

Manuela Ferreira Leite fez a proposta há uns anos. Boris Johnson conseguiu-o ontem. Tempos e razões diferentes mas com o mesmo princípio. Levar a cabo o que alguns imaginaram, independentemente da vontade dos restantes, sem oposição nem contraditório. Há uma palavra para isto. Depois das areias assentarem, como podem pedir novamente o voto, sabendo-se que este conta quando calha? O populismo não cresce nas hortas. Mas este estrume fortalece-lhe as raízes.

O Extravagante Boris Johnson

[J. A. Pimenta de França]*

Desconcertante, brilhante, despenteado, amoral

 

Conheço o Boris Johnson pessoalmente, fomos colegas de trabalho no início dos anos 90 quando estive colocado durante três anos na delegação da Lusa em Bruxelas. Ele era o correspondente do Daily Telegraph na capital belga.

Por dever de ofício encontrávamo-nos todos os dias em serviço, incluindo nas muitas viagens ao estrangeiro que os jornalistas encarregados de cobrir a UE e a NATO em Bruxelas são obrigados a fazer para acompanhar os trabalhos das instituições.

É um tipo muito inteligente, culto, simpático, embora arrogante (acho que é uma característica da “British upper class” a que pertence), com um notável sentido de humor, extremamente ambicioso mas, simultaneamente, extremamente desonesto.

Não era exactamente um jornalista, mas sim um político a fazer política através do jornalismo. Mente sem remorsos, torce a verdade de forma que ela se enquadre no que lhe der jeito no momento. Inventava notícias com a maior das facilidades, sempre para pôr em causa as instituições europeias.

Nas suas notícias e crónicas no Daily Telegraph, Boris Johnson apresentava uma narrativa sobre a União Europeia na qual as medidas de Bruxelas só tinham duas leituras: umas eram exigências tresloucadas de burocratas excessivamente bem pagos e desligados da realidade obcecados com a normalização de tudo, desde o tamanho das bananas às placas de matrícula dos automóveis, desligados da realidade; as outras, que não se enquadravam nesta primeira descrição, eram medidas sinistras destinadas a tornar a União Europeia num super-estado policial anulando todas as especificidades nacionais. [Read more…]

I want to BREXIT

Os europeus fogem da Europa sem saber para onde

Abandonados pelo poder na União Europeia, os cidadãos compreenderam que a sua voz e vontade deixaram de encontrar nos partidos dominantes do sistema qualquer eco ou respaldo na tomada de decisões para a sua construção, sentindo-se defraudados nos nobilíssimos ideais que lhes venderam sobre uma “Europa dos Cidadãos”. De costas voltadas para os cidadãos, os políticos do Partido Popular e do Partido Socialista Europeus, aplicam há quase duas décadas os ditames da alta-finança internacional sem nome nem rosto, impondo políticas de empobrecimento da classe média e dos mais desprotegidos, seja em nome da manutenção de uma moeda forte, seja em nome da dívida soberana, seja em nome do que entenderem dizer.

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A verdade é que a Europa deixou de interessar aos investimentos da alta-finança desde que escancararam as portas à livre circulação global do capital, [Read more…]

Trump pairando sobre os céus de Londres

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Ao contrário do que muita gente por aqui acha, Trump não é propriamente destituído de inteligência prática e sabe exactamente onde quer chegar.

Trump quer redesenhar a política mundial, nem mais nem menos, e pô-la ao serviço da “America great again” e das grandes corporações privadas, fazendo tábua rasa de organizações humanitárias e/ou garantísticas, género ONU ou UNESCO, e blocos transnacionais como a CE, as quais, na sua concepção, só atrapalham.

A recente cimeira da NATO mostra que Trump pode facilmente ameaçar torpedear uma organização que, além das questões estratégicas, não sirva os interesses da indústria americana e o seu ascendente geoestratégico, neste caso a do armamento.

O mesmo se passa hoje, na visita a Inglaterra. [Read more…]

Pulhas Analytica

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Robert Mercer, proprietário da Cambridge Analytica, é um dos homens mais ricos do mundo. E como grande parte dos bilionários norte-americanos, Mercer é um batoteiro, que pratica o tipo de batota que a grunharia liberal-fascista venera, porque a grunharia liberal-fascista vive precisamente da batota, seja manipulando os mercados e a economia através dos seus fundos abutres, seja através da evasão fiscal em massa, seja com recurso à injecção de milhões de dinheiro sujo para distorcer a percepção pública sobre os mais variados temas. Uma cambada de parasitas e filhos da puta. O mundo estaria infinitamente melhor sem eles. [Read more…]

Animais nos restaurantes?

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Anda por aí muita discussão por causa de animais nos restaurantes, vivos, entenda-se.
Nos pubs de Inglaterra, a discussão é de outro teor. Cheers…!

Metam Gibraltar por ele acima

the-sun-gibraltar-up-yoursInstiga o The Sun no seu sempre polido desperdício de árvores.

Gibraltar é nossa

A patética declaração de Boris Johnson, ministro dos negócios estrangeiros de sua majestade, sobre Gibraltar, dá o tom em que decorre esta tragicomédia. Agitando as louras melenas e fazendo aquele ar que inspiraria, decerto, o grande Jim Henson a produzir o correspondente “muppet”, proclamou um sonoro “Gibraltar é nossa (…) e a decisão sobre o seu futuro cabe ao governo e ao povo Britânico”.

Está bem, ó Boris, será assim. Mas que é um cómico remate no habitual estilo imperial inglês, lá isso é. Lembra-me, já lá vão muitos anos, aquele etilizado compatriota penicheiro que, no rescaldo da nossa descolonização, declarava, naquele tom pomposo que só o bom tintol confere: “levem lá o que quiserem, mas as Berlengas são nossas! Mai’ nada!”.

BBB day

Hoje foi o dia bye, bye Britain. E a seguir, não estará a caminho o bye, bye United Kingdom?

governo britânico rejeitou a proposta da Escócia para o segundo referendo da independência [tradução automática], mas falta saber o que é que os escoceses agora pensam sobre o assunto. Aproveitando a boleia escocesa, o Plaid Cymru e o Sinn Fein (partidos independentistas do País de Gales e da Irlanda do Norte, respectivamente) estão a pressionar [tradução automática] o governo britânico quanto à questão das respectivas independências.

60 anos depois, temos uma Europa mais fragmentada, apesar da União. O Brexit é só uma particularização da divisão na Europa, bem patente nas teses das duas velocidades, por exemplo. Dizem que os ratos são os primeiros a abandonar o navio. Mas também se diz de quem a sabe toda que é rato.

Send ‘em over!

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Mandem médicos, mandem enfermeiros, mandem professores. Aqui não se trabalha de borla ou a troco de pratos de lentilhas.

É mesmo para acabar.

“Com a retirada de Obama e a entrada em cena do Luís XIV da Quinta Avenida, o mundo entra noutra fase. Podemos chamar-lhe incerteza mas incerteza é o que menos existe” – Clara Ferreira Alves, Expresso, 21 de Janeiro de 2017.

Quando acabei de ler o artigo desta semana de Clara Ferreira Alves na revista do Expresso fiquei a pensar que nunca como nos últimos tempos concordei tanto com aquilo que ela escreve. Sempre gostei de ler os seus artigos e ainda mais quando discordo das suas opiniões. Mas este seu texto, com o título “É para Acabar”, é do melhor que tenho lido nos últimos anos. Está ali tudo, devidamente retratado e colocado no seu real contexto:

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A maior prova, se tal seria necessário, foram os resultados das eleições nos Estados Unidos. A imprensa a fazer campanha contra Trump e o resultado foi ao contrário. O mesmo se diga no que toca ao Brexit. Retomando o texto de Clara Ferreira Alves:

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Estou plenamente convencido que assim será. Um a um, eleição a eleição os “Trump” mais ou menos letrados por esse mundo fora, a começar pelas próximas eleições em França, vão vencer com o voto popular. Porque o povo está farto. Completamente farto e prefere o “quanto pior, melhor”. As elites merecem que assim seja, para desgraça de todos. Voltando ao artigo de Clara Ferreira Alves:

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Subscrevo tudo isto que a Clara Ferreira Alves escreveu. Para mal dos nossos pecados, estou convencido que assim será. É mesmo para acabar…

O leão desdentado

Theresa May – a antiga moderada hesitante quanto ao Brexit – atirou-se que nem uma leoa à União Europeia, honrando a heráldica da velha Albion. Mas o leão da Albion está desdentado e a fúria da primeira-ministra britânica é mais fruto de uma agressividade nascida da frustração que um sinal de força e firmeza.

Em resumo, o que a zangada senhora disse foi: queremos sair da UE, queremos manter todas as vantagens e dispensar todas as obrigações e desvantagens, ou nos dão o que queremos ou a vingança – quiçá traduzida num mega-paraíso fiscal – será terrível; mandem-nos os vossos quadros mais qualificados que os outros nos encarregamos nós de devolver. [Read more…]

Os Dias de Gatwick

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Johnny English

Aqui na ilha, tudo na mesma.
Trabalhamos quatro dias seguidos, depois mais três dos supostos quatro de folga. Depois mais quatro, e por aí fora. Já não nos lembramos de ter dois dias seguidos de folga…
Os comboios andam sempre atrasados ou nem andam por falta de pessoal e conflitos laborais insanados.
Amanhã o dia começa um pouco antes de brotar a luz, às 03h45. O habitual.
Hoje um americano deixou uma libra de gorjeta. É de estranhar porque os americanos ficam sempre muito indignados por terem que pagar os serviços como qualquer mortal.
Os franceses, os espanhóis, os italianos, os espanhófilos e outros tentam falar inglês.
O café no geral é mau ou péssimo. Resta o Dijo, o café luso da Station Road.

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O Verão Inglês

english_summer_brightonpassa-se com os olhos na Europa.

Retrocesso e radicalização: o alarmante destino de Theresa May

New British Prime Minister Theresa May speaks to the media outside her official residence,10 Downing Street in London, Wednesday July 13, 2016. David Cameron stepped down Wednesday after six years as prime minister. (AP Photo/Kirsty Wigglesworth)

A chegada da eurocéptica Theresa May ao poder no Reino Unido não está a ser particularmente animadora. Poucos dias após se mudar para o nº10 de Downing Street, a nova primeira-ministra inglesa já conseguiu a proeza de promover uma onda de retrocessos de proporções consideráveis. Margaret Thatcher iria adorar.

Para a pasta do Ambiente, May convidou Andrea Leadsom, a Ministra da Energia de David Cameron que recentemente questionou a veracidade do problema das alterações climáticas, flagelo que ainda esta semana regressou à ordem do dia, após a divulgação de um relatório encomendado pelo executivo Cameron que avisa para a necessidade do país se preparar para cheias, vagas de calor e escassez de alimentos provocadas precisamente pelas alterações climáticas. Leadsom é também uma apoiante da caça à raposa, do abate da floresta e do regresso em força do carvão, caminho que o seu antecessor tentou reverter.  [Read more…]

Crónicas do Rochedo VII – Europa

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Chovem pedras na vidraria

Estava aqui a olhar para esta vista e a pensar que ando a falhar ao treinos do Aventar. E a distância não é desculpa bastante. Entretanto um aventador casou e resmas de outros fizeram anos. E por estes dias o mundo, pelo menos aquele que nos é mais próximo, mudou e muito.

Em terras de Sua Majestade o povo falou. Escolheu seguir outro caminho. Tenho lido e ouvido muitas opiniões sobre este referendo. Que votaram sem saber bem o quê (tenho que tal até pode ser verdade no caso de uma pequena maioria mas não façam do povo estúpido), que a culpa é de Bruxelas e dos seus burocratas (lá ajudar, ajudou), e eu sei lá que mais culpados e razões encontraram. Uma coisa tenho como certa: independentemente do resultado, aplaudo o facto de terem feito um referendo. Assim ninguém vai ao engano.

O resultado só veio confirmar a enorme, gigantesca crise europeia. E não estou a falar de economia. Estou a falar de valores, de civilização. Em praticamente todos os países europeus cresce o extremismo. Tanto o de direita como o de esquerda. Fico espantado ao ver que até em Inglaterra se verifica uma clivagem perigosa entre gerações. Os mais novos dizem que foram os mais velhos que escolheram o caminho da saída. Os mais velhos afirmam que o problema é o desconhecimento e a falta de experiência dos mais novos. Vi, li e ouvi discursos inflamados de uns e outros, o mesmo género de palavreado que ouvi em Portugal sobre as reformas e a crise, a dívida e o futuro para as novas gerações. Cá como lá, uma divisão geracional destrutiva e estúpida. Estamos a assistir a um espectáculo dantesco: chovem pedras entre telhados de vidro.

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Bilhete do Canadá – Heil Schäuble!

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Quem nasceu para escorpião, morde sempre, envenena sempre, porque é essa a sua natureza. É o caso do Ministro das Finanças da Alemanha, o Sr. Schäuble, que gostou de humilhar a Grécia e se prepara agora para humilhar Portugal e Espanha. Porque é isso que transparece das suas ameaças, rosnadas, e depois desmentidas de forma ridícula.

Contra a natureza das pessoas que nascem más e nada aprendem com a História, temos obrigação de as afastar de lugares onde podem fazer mal a milhões de pessoas. E se for caso disso, esmagar o escorpião com a bota. Sem apelo nem agravo.

Para já, estou grata à Inglaterra. É a segunda vez na minha vida que ela me defende de certa gente que domina a Alemanha.
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Não, os ingleses não foram aos magotes pesquisar no Google o que é a UE

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Na sexta-feira, estava o abanão do Brexit ainda fresco quando o Washington Post escrevia que “muitos britânicos poderão nem saber em que é que votaram”, num artigo com um título desdenhoso afirmando “Os britânicos estão a pesquisar freneticamente  sobre o que é a UE, horas depois de votarem pela saída“.

No entanto, a notícia espalhada pelo Washington Post, e amplamente disseminada, é falsa. Este jornal baseou-se num tweet gerado pela ferramenta Google Trends, a qual analisa em tempo real o que é que as pessoas estão a pesquisar. [Read more…]

Eurocídio

Não consigo acompanhar os meus amigos que conseguem ver na actual situação da União Europeia, após o brexit, uma oportunidade para uma virtuosa reforma da organização. Pelo contrário. Todos os sinais indicam o caminho oposto. A preparação de sanções contra Portugal e Espanha – depois das eleições…- são apenas mais um sintoma. As ameaças a todos os países que hesitem na obediência, as reuniões restritas à clique dominante, as interpretações abusivas e distorcidas, quer do comportamento dos britânicos, quer da resistência democrática noutros países, tudo conduz ao mesmo fim. Os mandantes alegam que querem curar a UE. Parece mais que querem fazer-lhe eutanásia. Isto já não é só uma crise aguda do capitalismo. Também é, claro. Mas há aqui uma sombra, talvez de crueldade social, quiçá de sociopatia ou, quem sabe, uma vertigem de pura estupidez que, como estabeleceu Einstein, pode tender para infinita em condições determinadas.

Bilhete do Canada – Depois queixem-se

Desde que estourou a bomba do Brexit tem havido duas preocupações por parte da nomenklatura de Bruxelas: enquanto Merkel afirma que não há pressa nas negociações de saída da Inglaterra, que não é preciso ser desagradável nesta rampa final, outros sublinham que até o processo estar terminado não cessam os deveres e os direitos de quem decidiu sair.

Cameron, que pôs o pé na argola e trata agora de limpar-se o melhor possível, respondeu à letra, em sede própria, no parlamento,  com aplauso geral: quem trata do timing somos nós, porque cá em casa mandamos nós.  E com isto deu a entender que percebeu a jogada da chanceler: fazer de conta, levar tudo em pianinho para que fique tudo na mesma.

Juncker é que, na primeira sessão depois do desastre, perdeu as estribeiras: invectivou a delegação britânica, foi desabrido. Farange não se ficou, passou rodas de inúteis a todos, acusando-os de nunca terem feito nada na vida, de não terem proporcionado um único posto de trabalho.

Se puxam mais por ele e acompanhantes, arriscam-se a que o Farange, que como os malucos diz tudo, conte ali pelo claro o caldinho da estrondosa fuga ao fisco que Juncker ajudou a medrar no Luxemburgo quando foi governante.  E mais coisas.  Mesmo muito mais coisas.

Ponham-se a puxar por eles e depois digam que têm pouca sorte na vida. Vai linda a peixeirada, vai.

O RU está em vias de sair

O que faz a “europa”? – Uma reunião a seis membros, pois claro. O resto é paisagem.

Cantora pop humilha Donald Trump

DT

Um idiota será sempre um idiota.

Carta do Canadá – Pega de Caras

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Que podemos fazer se estivermos dentro duma arena para onde largaram um touro? Ou fugimos ou o pegamos de caras.

Tal é o caso com a situação criada pela União Europeia, que levou ao referendo de Inglaterra. Porque, de facto, a UE anda, desde há dez anos, pelo menos, a esticar a corda da desigualdade de tratamentos, da política da ameaça e da punição, da imposição (quadrada) dos métodos económico-financeiros alemães que desaguaram no desemprego massivo, na falta de horizontes para a juventude, nos cortes cruéis dos direitos dos trabalhadores, do completo desleixo no que se refere à maneira como os governos seus apaniguados aproveitam alegremente da corrupção, do irrealismo duma moeda (o euro) que não se flexibilizou para facilitar o comércio livre, da falta de controlo de fronteiras e last but not least o espectáculo degradante que está a oferecer ao mundo com a questão dos refugiados. [Read more…]

Brexit – Um sopro de Liberdade…

Os dinamarqueses rejeitaram em referendo Maastricht, mas foram obrigados a repetir votação. Os irlandeses rejeitaram Lisboa e tiveram o mesmo destino. Pelo meio os franceses rejeitaram uma Constituição europeia e entre outras chapeladas até os irrelevantes portugueses nunca viram concretizada a promessa de realização de referendo. [Read more…]

BREXIT

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Entre outras, uma coisa é certa: a arrogância de Bruxelas foi castigada. Sem defender que isto foi bom – tanto menos pelas tendências subjacentes – também não deixo de achar que foi uma paulada para saberem que quando se anda a impor aos cidadãos europeus ditames a bel-prazer, mais cedo ou mais tarde se recebe a factura. Democracia, transparência e justiça social meus senhores, tinham-se esquecido dessas condições. Lembrem-se disso em relação ao CETA e TTIP, se não querem partir mais loiça.