As retenções/reprovações/chumbos constituem um tema que, ciclicamente, regressa às parangonas dos jornais, à boleia de estudos. As críticas incluem sempre despesas astronómicas e referem-se sempre ao facto de que os alunos não melhoram com a reprovação.
Desta vez, até há uma diferença suficientemente abissal para que possa haver títulos sensacionalistas: um aluno retido/reprovado/chumbado custa 6 000 euros; ensinar a estudar implica um gasto de apenas 87 euros. O simplismo noticioso e político deixa clara, portanto, a ideia de que um aluno que chumba é um aluno que não foi ensinado a estudar.
Respigo, da reportagem do Público, dois excertos, vá lá, delirantes:
Ensinar a estudar, dando feedback aos alunos sobre o seu desempenho em relação aos objectivos de aprendizagem estabelecidos, é a medida que tem um efeito mais positivo.
Uma pessoa lê e pergunta-se como é que não há ninguém nas escolas que perceba isto. Nas escolas, ninguém ensina a estudar e ninguém informa os alunos (ou dá feedback, pronto) acerca do seu desempenho? Se sim, é vergonhoso! Ou então, estamos a falar, mais uma vez, do habitual fenómeno da “invenção da pólvora”.
Para a presidente do CNE, que considera a retenção uma medida “cara e inútil”, há um “facilitismo” associado ao acto de chumbar. De facto, “dá mais trabalho se formos ver onde estão as dificuldades, que outras maneiras existem de organizar as escolas e a aprendizagem”, comenta. “Reduzir as retenções obriga-nos a repensar a maneira de intervir.”
O comentário de Maria Emília Brederode dos Santos faz parte das falácias do costume: chumbar é consequência do facilitismo dos professores. Infelizmente, a presidente do CNE, à semelhança dos muitos nefelibatas da Educação, não tem sustentação para fazer esta afirmação ou a contrária, mas esta é mais simples. No fundo, esta gente lê umas estatísticas estrangeiras e, longe da realidade das escolas, manda uns bitaites, atribuindo as culpas de uma questão social complexa aos professores e às escolas.
Em nenhum momento, estes alegados estudos se debruçam sobre os vários problemas que perturbam a actividade dos professores e das escolas, em prejuízo das aprendizagens dos alunos. Nada disso: basta dizer que as reprovações ficam muito caras e que se devem às insuficiências ou ao facilitismo de quem está no terreno.
Sem prejuízo das críticas feitas aos professores e às escolas, seria bom que o Conselho Nacional de Educação tivesse em conta que há vários anos, com realce para os últimos treze,
- retiraram tempo de trabalho aos professores;
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diminuíram o crédito de horas das escolas para apoio aos alunos e outras actividades;
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aumentaram o número de alunos por turma;
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despediram milhares de professores e mantêm os quadros fechados;
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mantiveram o ritmo de alterações curriculares, administrativas e outras que fazem com que o sistema viva em constante desequilíbrio;
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baixaram salários a uma grande maioria de portugueses, pais e professores incluídos (incluindo, até, imagine-se, os professores que também são pais);
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cortaram apoios sociais;
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etc.
E o eventualmente elevado número de retenções é da responsabilidade exclusiva das escolas e dos professores? O comentário mais meigo de que me lembro inclui actividades como lamber sabão!
Pois dou-lhe razão e acrescento:
Um grunho, filho de grunho, dificilmente se interessa pelo feedcback do seu estado de conhecimentos.
É no ambiente da formação profissional que há que esperar poder vir a acrescer formação que qualifique os chumbados para o regresso voluntário ao ensino académico, não a dar-lhes doses sucessivas do que rejeitam.
A cena de dar passagem a grunhos só para os aproximarem da saída da escola é das actividades criminosas que o ensino público obrigatório engendrou, para não se confrontar com a impossibilidade de qualificar quem a isso se recusa ou se demonstra incapaz.
Atenção! Atenção! O Menos está imparável! Acaba de acrescentar mais um título ao seu inefável percurso! Qual? DGT! Dono dos Grunhos Todos!
Como? Consta que foi eleito em Assembleia Geral dos ditos!
Está explicado o seu estado de conhecimento. Viva a guerra de classes.
Se me permite, JgMenos, nem todos podem falar de tudo.
Lá por ter sido sócio de uma agência funerária isso não lhe dá propriamente autoridade para falar de chumbos.
Também fiquei deveras sensibilizado com a expressão “um grunho, filho de grunhos”. É um verdadeiro grito de revolta! Principalmente porque a sociedade ainda não digere bem a condição de filho de humanos do mesmo sexo!
Creio que foi corajoso da sua parte ter vindo a terreiro falar da sua própria experiência e clamar por formação profissional, já que estará farto da vida horrível que tem levado. Ouvi dizer que, para a semana, vai abrir um curso de pixeleiro. Pode obter informações na Rua de Santa Catarina junto ao posto daquele pedinte que anda atrás dos casais espanhóis. Parece que, agora, é formador no dito curso.
Ó menos, até quando concorda comigo está enganado. A escola existe para ajudar toda a gente, incluindo os grunhos como o menos. O texto não é uma defesa das reprovações, é uma crítica a quem pensa que isto é simples e que se pode resolver sem meios e sem recursos. Até os seus filhos merecem ser ajudados, para que não sejam iguais ao pai.
Volto a escrever o que o repugnante padreca de nome Cruz, escreveu:
“Um grunho, filho de grunho, dificilmente se interessa pelo feedcback do seu estado de conhecimentos.”
Mais palavras para quê ?
Maldito corvo. És do pior que algum vez escreveu aqui neste blog
Deves ser Jesuita
Já agora, ó abaixoapadralhada: o que será o… “feedcback”? Será que poderemos traduzir por “alimentamascostas”? Este Menos, quando se põe a falar coisas como o… Inglês…
Todos podem ser salvos!
Num gosta do setôr – deem-lhe outro!
Chateia-o a turma – passemos ao ensino individual!
Num gosta da matéria – curriculum adapatado!
Há dúbidas? Falem com o Nabais.
Melhor, melhor, seria a restauração da pena de morte, mas só nas escolas. 20 euros chegavam para uma data deles! E se aproveitassem aquelas que os “ladrões” de Tancos deixaram a mais ainda mais barato ficava!
O problema é que não há vontade política suficiente. Os esquerdalhos, então, não têm nenhuma!
Ó Berço de Ouro, isso foi nas escolas onde andou…
6 000 euros é preço de Black Friday.
No ano passado custava 7 500…
Sim, mas, no ano passado, estavam a contar com a recuperação total do tempo de congelamento da carreira. Esta gente é muito rigorosa!
Última hora! Soube de fonte segura!
O tipo que contabilizou o preço do chumbo, chumbou à cadeira de…Contabilidade!