Fabricated news

Há mais um epíteto a juntar à definição de fake news. Já aqui tinha sido referido que boatos, assassínios de carácter e campanhas negras são sinónimos de um certo tipo de peças com presença na comunicação social. São, frequentemente, ataques ad hominem, com objectivo de desacreditar alguém, matar o mensageiro ou, simplesmente, condicionar alguma acção.

A acrescentar a esta lista, a desonestidade intelectual consiste na propositada deturpação de argumentos com o objectivo de se fazer valer um ponto de vista. Chamar-lhe fake news não seria exacto, pois em causa não está uma notícia, apesar de esta expressão já ter evoluído para adjectivar tudo o que não se aprecie no mundo jornalístico. Esta forma de manipulação consiste em ignorar outros lados do tema, descontextualizar ou fabricar dados, ou não aplicar o mesmo padrão a situações comparáveis.

Atente-se, por exemplo, no editorial de Manuel Carvalho, hoje no Público.

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Escolas: Rigor máximo para quem não cumpre as regras

O Jorge manda o professor de História à merda? O Nuno avisa a professora de Ciências de que sabe onde é que ela mora? A Fátima atira com a cadeira que por um centímetro não acerta na professora de Matemática? E nunca nada acontece?
Muito grave. Actualizou já não tem c. A acta ata tem de ir para trás. Por isso e por causa da formatação – ali aquele espaço duplo, não se vê tão bem que está a mais!
E é isto. Rigor máximo nas escolas… para quem não cumpre as regras das actas atas.
O resto? Bem-vindos ao paraíso!

Miguel Sousa Tavares, o criador de fake news

Antigamente, dizia-se boato, desinformação ou mentira, conforme o emissor ou o emissário; agora, em pleno trumpismo, parece que é fake news. Seja.

Miguel Sousa Tavares (MST), que olha para as redes sociais e para os blogues como a Inquisição olhava para os judeus, escreveu, a propósito da greve dos professores e no último Expresso, o seguinte:

(…) nenhum professor trabalha mais de 35 horas: teoricamente, têm 22 horas de horário ‘lectivo’ (mas só alguns e algumas vezes) e 13 horas ocupadas em coisas de definição ampla, como ‘reuniões’, ‘preparação de aulas’ e ‘formação’

Outra coisa que MST odeia: professores. Está no seu direito. O facto de ser cronista num semanário – segundo dizem – de referência e de ter sido jornalista deveria levá-lo a investigar e a provar aquilo que afirma. Por exemplo:

1 – como é que sabe que nenhum professor trabalha mais de 35 horas? Ou menos? Ou só 35? Como é que sabe?

2 – se alguns têm 22 horas lectivas, quantos são e porquê?

3 – os que têm 22 horas lectivas só têm essas horas “algumas vezes”? E nas outras vezes, quantas horas terão?

4 – um homem tão frontal como MST terá usado um eufemismo? A expressão “definição ampla” quererá dizer “mentira”? Os professores não passarão tempo a reunir, a preparar aulas ou a receber formação ou outras actividades de “definição ampla” como ‘corrigir testes’? MST será daqueles que faz aspas com as mãos, abrindo muito os olhos para explicar que está a ser irónico? E como provará, então, que os professores estão a mentir? [Read more…]