No país do “rir é o melhor remédio”

“Portugal não é um país para gente séria. Quem é sério está tramado.” “Detesto viver neste país faz de conta, de tansos, cobardes, ladrões, corruptos e sem lei. Portugal mais parece o Far West. Não sei se dá para rir ou chorar!? Somos um país de paródia, sem direito, sem razão, sem uniformidade, sem equidade, sem rigor, sem dignidade, sem imparcialidade”, frisa Joaquim Jorge.

Todos sabemos que rir é das coisas melhores da vida. De preferência à gargalhada, até às lágrimas.

Mas rir da tristeza

– das leis que não são para cumprir (ou só para alguns cumprirem) e dos alçapões das leis; da sangria aos cidadãos para assegurar lucros privados; da corrupção pequena e grande e da impunidade; da subserviência aos chefes e da prepotência dos chefes; da arrogância de funcionários que nos deveriam servir dignamente; do empurra-empurra de competências entre instituições, para se pouparem ao trabalho; das cunhas imprescindíveis para resolver o que deveriam ser direitos; da desorganização que nos faz perder tempo de vida; do sebo das amigalhices e negociatas por baixo dos panos (ou até por cima); do poder opaco de certas Ordens empresariais, profissionais, clubistas ou secretas; do “se não aproveitas és burro”; da comentadoria emproada e produtora de nevoeiros; da generalizada desresponsabilização pelo bem comum e pelo planeta; da sobranceria perante o empenhamento cívico em prol de causas públicas, onde ele existe, e da falta do mesmo; do desistir “porque não adianta nada”, do enfiar a cabeça na sua própria vidinha e interesses –

rir de tudo isto, não é mais do que cinismo. Cinismo e canalhice.

Sejamos melhores em 2019, se possível, sem deixarmos de rir. Chin chin.

Comments


  1. Portugal é mesmo como o descreve acima?
    Exclui-se a Ana Moreno, claro.

    • Ana Moreno says:

      Portugal não é só, mas é também como descrito acima; principalmente visto debaixo, que talvez não seja a perspectiva do AC, já que parece não ter dado por nada.
      E não me excluí de nada, que eu saiba, o verbo final está conjugado na primeira pessoa do plural.


  2. Que querem dum país que renasceu com a Inquisição de seguida com os Jesuítas e finalmente com os bufos da Pide coadjuvados com os da Legião, só pode ser uma terra como acima descreve…

  3. Paulo Marques says:

    No país? São as regras para países responsáveis. Já a seguir, há a versão europeia disto: https://www.bloomberg.com/opinion/articles/2018-12-19/the-fed-s-risky-plan-to-boost-unemployment , e nem sequer são socialistas a dar a opinião.

  4. Daniel says:

    País?!
    O autor fala por si e, se isto acontece tudo a um individuo, certamente que a culpa não pode ser só dos outros!…

  5. António Reis says:

    Bom retrato dos Portugais, há muito que sinto o mesmo, mas este povo, não se mexe!

  6. antonio Lourenço Antunes says:

    Se e assim tso mau emigrem…conversa de cafe depois de uns copos bem bebidos se fossem direitolas a dirigir o pais estava td bem…vao abaixo de braga