O expoente máximo da ordem económica mundial canibalista* em que vivemos, drogada no lucro e na competitividade, é … o patrão e accionista maioritário da Amazon, Jeff Bezos. Esse monstruoso poço de egoísmo e cinismo, que não faz segredo de querer substituir os seus empregados por robots – e que como tais já os trata – recebeu em 2014 o título de “pior patrão do mundo” da Confederação Sindical Internacional. As empresas que se subjugam ao seu Marketplace são igualmente esmifradas e, se têm sucesso, arriscam-se a que lhes seja roubado o negócio pela própria Amazon. No início de Novembro, Bezos foi nomeado o homem mais rico do mundo pela revista norte-americana “Forbes” e pela plataforma de notícias “Bloomberg”.
Perversamente, a pandemia do coronavírus beneficia a empresa de Bezos como poucas outras. De acordo com o índice Bloomberg Billionaires, desde o início do ano os activos do chefe da Amazon aumentaram em 23,6 mil milhões, para 138 mil milhões de dólares. Nenhuma outra pessoa na lista da Bloomberg dos 100 mais ricos do mundo aumentou tanto os seus bens desde o início do ano, como Bezos. Já em plena crise, a Amazon contratou 100.000 novos funcionários nos EUA – e agora anunciou mais 75.000 posições.
Mas, em consonância com o seu implacável instinto predador, a protecção da saúde e segurança dos trabalhadores durante a crise do coronavírus é desprezível para Bezos. Nos EUA, três empregados que denunciaram falta de qualquer material de protecção foram de seguida despedidos por “repetidas violações das orientações internas”. E na terça-feira passada, um tribunal francês decidiu que a Amazon não tinha cumprido devidamente as suas obrigações de protecção nos seus centros logísticos em França, tendo determinado que durante um mês a empresa só pode vender bens essenciais, enquanto elabora novas medidas de segurança.
20 anos após a entrada na bolsa, a Amazon tem um valor total de 457 mil milhões de dólares. Obviamente, Bezos aproveita também as manigâncias fiscais a que os governos fecham os olhos, pagando assim impostos minimalistas. Em 2017, a Comissária responsável pela concorrência, Margrethe Vestager, declarou em conferência de imprensa em Bruxelas, que, entre 2006 e 2014, a Amazon não tinha pago impostos sobre três quartos dos seus lucros na Europa, devendo 250 milhões de euros ao estado luxemburguês – coisa de que este último se mostrou inocentemente surpreendido (ou não fora um dos paraísos fiscais europeus).
Segundo os cálculos da Comissão Europeia, a taxa efectiva de imposto que pagam as grandes empresas tecnológicas é de, em média, 9,5% – enquanto a generalidade das empresas paga em média 23%. Mas a Europa continua a dar-se ao luxo do faz que faz, mas não faz, quanto ao imposto sobre os gigantes tecnológicos (GAFA) e deixou a França, que acabou por avançar sozinha, exposta às ameaças de aumento de taxas alfandegárias de Trump. Muito altos são os interesses a impedir que a cobrança de tal imposto venha dar uma ajuda ao financiamento desta crise que ainda tanto vai doer.
*(na expressão do sociólogo suiço Jean Ziegler)
A única resposta às Amazons, Apples e Googles da vida é óbvia: nacionalizar. São demasiado grandes, poderosas e unaccountable para o bem da sociedade e do planeta.
Nem é uma questão apenas tecnológica; todas as empresas acima de, digamos, mil milhões, devem ser parcialmente públicas.
Dirão os direitalhas: os governos são mais perigosos, abusam do seu poder, da privacidade das pessoas, e não são eficientes nem inovadores, depois as empresas vão ao charco, etc.
Sim, os governos podem também ser perigosos, mas – mesmo nesta partidocracia a chamam democracia – dependem do voto popular e há mecanismos mínimos de controlo.
Os grandes mamões privados não têm qualquer compromisso com o bem comum ou controlo democrático. E se falharem, melhor ainda: antes muitas pequenas empresas que meia dúzia de gigantes. Tudo que se torna demasiado grande é nocivo.
A Amazon será talvez o mamão mais ganancioso e perigoso de todas, devido ao sociopata Bezos. Era parti-la em mil bocadinhos. Mas nunca esqueçamos a responsabilidade da carneirada que lá compra e que encolhe os ombros. Depois admira-se.
“não têm qualquer compromisso com o bem comum ou controlo democrático” lembrou-me logo a CP Comboios de Portugal.
Exemplos (maus) é só escolher. Público e privado.
Relativamente á Amazon posso comprar noutro lugar.
Se quiser ir de Lisboa ao Porto de comboio, a historia já é outra.
Pode, desde que quem haja o mesmo producto noutro lado.
Tal como pode (podia) ir de Lisboa ao Porto de carro, Uber, táxi ou até avião.
Não há como os esquerdalhos para dizerem besteiras com altivez e orgulho!
Não temer o ridículo é dote essencial à espécie.
Pois está provado!
O que eu dizia noutro lado! Os tipos não temem nem por um bocadinho V. Exa.! E tanto que V. Exa. se tem esforçado !
…como diria o “outro”…..”TÁ TUDE FEDIDE”….!!!
“Mas nunca esqueçamos a responsabilidade da carneirada que lá compra e que encolhe os ombros. Depois admira-se.”
Propositadamente, deixei de fora esse aspecto no post, mas é isso mesmo. Como tantas outras coisas tãão práticas de que as pessoas não querem abdicar, mesmo que para isso se estejam a render aos abutres. Nenhum de nós consegue evitá-lo totalmente, mas reduzir ao mínimo, é o mínimo que podemos e devemos fazer.
« a responsabilidade da carneirada que lá compra»
Quem escolhe melhor serviço/preço ameaça ser rebelde ao jugo de imbecilidades que a esquerdalhada lhes quer armar, fugindo assim ao rebamho que esses idiotas querem pastorear do alto da suas pesporrências pseudo-filóficas.
Os números não enganam, quando se trata de definir a carneirada.
…ou o fracasso dos candidatos a pastores.
Esse “melhor serviço/preço” inclui os produtos falsificados, pirateados, entre outros sem qualquer controlo de qualidade? Só para a gente saber.
Só para saber que és um indigente mental.
https://www.reuters.com/article/us-usa-trade-amazon-com/amazons-foreign-websites-named-in-u-s-piracy-and-counterfeiting-report-idUSKBN22B2N1?il=0
Bem, é a casa branca, quem sabe. Mas não é novo:
https://www.theatlantic.com/technology/archive/2018/04/amazon-may-have-a-counterfeit-problem/558482/
Só para saberes que és um ignorante.
Deixem os nazis aqui a falarem sozinhos.
Bezos quer colonizar a Lua e sonhar que está em Maui, sem terremotos nem tsunamis, enquanto a suas empresas continuam a serem predadoras dos recursos do planeta.
Durante 2 meses de confinamento Bezos arrecadou mais 28 mil milhões de dolares. Um predador filho dp com sorriso hipocrita.
Faltou falar acerca do amor que os Bezos do Mundo tem para com a imigração em massa, diversidade, tolerancia, feminismo, etc…engraçado como nunca falam disto.
Claro, os imigrantes não fazem greve…
Quando os governos se mostram impotentes para enfrentarem estas grandes multinacionais, como resolver esta situação? Quando a própria UE se abstém de atuar para não ter que enfrentar países seus que servem de paraísos fiscais, o que pode fazer o pobre contribuinte que tem que alimentar esta cambada, com os seus impostos? Apenas protestar sabendo ,de antemão, que de nada lhe serve para alterar a situação. Este mundo não é nosso, mas sim, deles.
Impotentes?! A “Democracia Liberal Ocidental” e o seu teatro esquerda-vs-direita SERVEM as grandes multi-nacionais. A maior parte dos actores políticos ou são fantoches comprados ou chantageados e uma boa parte dos chantageados são pedófilos…o nosso PM é um exemplo.
A idiotice com tempo de antena.
Pois não admira!
É produzida por um idiota com antenas e tempo…
Sr. Pedro Vaz. O Sr. tem solução para alterar a situação?
Jean Marie Le-Pen já anda a pregar a solução desde os anos 70…
Que é?
Pois tá bem!
Não me diga que a “solução” é uma crucificação em massa!
“Jean Marie Le-Pen já anda a pregar a solução desde os anos 70”
Nunca me enganaste neonazi !