Há umas quantas coisas de que me orgulho. Sou português, portuense, portista, liberal e gosto bastante de salmão. Sou sincero, nunca senti muito orgulho em ser branco, porque nunca pensei nisso sequer. No máximo, posso dizer que me orgulho de ser europeu.
No sábado, realizou-se, por toda a Europa, o protesto contra o racismo. Tudo isto começou pelo assassinato bárbaro numa cena de abuso policial, nos EUA. Tudo isto originou uma enorme revolta e que se baseou em chavões como “privilégio branco”. Lamento informar os mais ativos nesta luta, mas esse tal privilégio branco não existe. E também lamento informar que não existe racismo estrutural em países como Portugal ou os EUA.
Para existir racismo estrutural, seria necessário estar determinado pela lei que existem raças superiores. Mas não há. Claro que racismo existe, mas não é estrutural. Tal como continuam a existir assaltos, porque há pessoas que não respeitam a propriedade do outro, existe racismo, porque existem pessoas que acham que existem raças superiores, e essas pessoas tanto podem ser juízes como canalizadores. Estar a dizer que certas pessoas apenas são prejudicadas, no seu ponto de vista, pela sua raça, é tão racista como discriminar alguém negativamente pela sua raça. O racismo nunca acabará por decreto e andarmos aqui a insinuar que existe racismo sempre que um negro é prejudicado por um branco é ter em conta a cor de pele. Não podemos dizer que só existe uma raça humana e, no minuto a seguir, dizer que vidas negras importam. O tal racismo do anti-racismo.
Privilégio branco, dizem eles. Talvez, se o povo europeu não tivesse evoluído tanto, estivéssemos hoje a falar de privilégio mouro, visto que também foi um povo que escravizou. Na sociedade atual, instalou-se um pensamento perigoso em que se culpam aqueles que julgamos mais avançados pelos atrasos dos outros. Quem assume que o povo europeu é mais avançado que qualquer outro não são os europeus, mas sim aqueles que constantemente colocam nos seus ombros as culpas de todos os problemas que acontecem a minorias étnicas. Por momentos parece que não existem negros incompetentes, apenas negros prejudicados pelo “privilégio branco”. Isto é tirar das mãos de uma pessoa a responsabilidade de lidar com a sua própria vida. Este passar a mão branca no rosto da raça negra com um sentimento de compaixão é do mais baixo e racista que se pode fazer. Privilégio branco não existe, porque como todas as outras pessoas, as pessoas pertencentes à raça branca tiveram de trabalhar para alcançar os seus maiores objetivos. Faria muito mais sentido falar em privilégios de outros grupos em certos países, países que realmente têm um sistema discriminatório. Não faz sentido falar assim da Europa, muito menos de Portugal. Onde estão os críticos quando países africanos como Moçambique sofrem nas mãos do Estado Islâmico? Onde estão os críticos quando existe na África do Sul um enorme número de assassinatos a pessoas brancas?
Continuar a usar argumentos baseados na raça, no género ou em qualquer credo, é continuar a desresponsabilizar o indivíduo pelas suas ações.
A luta contra o racismo não se deve focar em ressentimentos passados e complexos de inferioridade, mas sim na capacidade do indivíduo.
“Sou sincero, nunca senti muito orgulho em ser branco, porque nunca pensei nisso sequer. ”
É esse o privilégio, não ser obrigado a pensar. Tão simples como isso.
Mas não sabia que o Estado Islâmico era com quem nos devíamos comparar, há teorias para tudo.
Ficção :
https://medium.com/@OfcrACab/confessions-of-a-former-bastard-cop-bb14d17bc759
Diz-se que ganhou um prémio… mas já se sabe que os jornalistas são todos anarcas.
https://acervo.publico.pt/racismo-a-portuguesa
« Onde estão os críticos quando existe na África do Sul um enorme número de assassinatos a pessoas brancas? »
Nem daqui a 50 anos o número de brancos assassinados na África do Sul chegará a 1/3 do número de negros assassinados por brancos, nos 50 anos anteriores.
Mas ainda assim há diferenças. Os brancos assassinados por negros na África do Sul, são vítimas da criminalidade violenta que por ali grassa, mesmo com laivos de racismo. Os negros assassinados por brancos nos cinquenta anos anteriores, já nem recuo à guerra dos Bohers, foram vítimas do apartheid. Ou seja, mortos por serem negros e defenderem na sua terra, onde eram de forma esmagadora, maioritários, a igualdade entre humanos. O tal racismo estrutural. Isso por si só faz toda diferença.
No caso português não há racismo estrutural se considerarmos o nosso ordenamento jurídico constitucional. Mas se entrarmos no chamado senso comum, algo que não está escrito, mas é visível no comportamento das pessoas, não todas, mas de uma parte significativa, ele existe. Também não está escrito que os cães podem defecar na rua, mas o normal nesta terra é encontrarmos dezenas de caganitas de cão, nos passeios e passadiços, da nossas cidades e vilas.
Se me quiser dizer que é abusivo atribuir só à direita comportamentos racistas, eu aí já sou capaz de concordar.
Ainda me lembro de chamarem « escurinho » ao negociador do FMI, no tempo da Troika, e de chamarem a Passos Coelho, “Africanista de Massamá”, por este ser casado com uma mulher negra, ainda que tendo alguns traços de mestiçagem. Como também é recorrente chamarem “monhé” ao actual PM.
Como é óbvio, existe racismo em Portugal. E ele existe mais por nossa própria culpa, do que por culpa deles. Só devíamos deixar entrar o número de emigrantes, de preferência afro descendentes das nossas antigas colónias, que pudéssemos de facto albergar em condições de dignidade e segurança, ajudando-os na sua integração e responsabilização face à oportunidade que lhes está ser facultada, tanto no emprego, como na assistência social.
O que nós queremos é ter mão de obra clandestina, barata, sem regras, sem descontos para a segurança social, por exemplo, nas empreitadas de obras públicas e particulares, é o que mais se vê. Na agricultura, idem. Não é por acaso que o número de acidentes de trabalho com estrangeiros ou afro descendentes, em Portugal, é substancialmente superior ao dos cidadãos nacionais de origem europeia.
Imigrantes. Uma vez que somos nós a recebê-los.
Pois tá bem, Sô Figueiredo!
Citemos: “Na sociedade atual, instalou-se um pensamento perigoso em que se culpam aqueles que julgamos mais avançados pelos atrasos dos outros”.
Ora bem, para não complicar muito, nem misturarmos problemas raciais e culturais, façamos um pequenissimo exercício de “flash-back”:
Tempo: início (e meados!) do século passado (e não 300, 400, ou mil anos atrás).
Local: Ilhas Britânicas ( e não Ásia ou África, povoadas por “povos esquisitos”)
Por que razão a Inglaterra “avançou” tanto e a Irlanda, que é logo ali ao lado ficou tão “atrasada” a ponto de uma larga parte da população ter sido obrigada a emigrar em condições desumanas para não morrer á fome?
Seriam os irlandeses “brancos incompetentes” que arranjaram como supostos privilégios alheios?
Para a semana vem a segunda questão:
O que aconteceu á indústria têxtil e a outras manufaturas da Índia durante a colonização Britânica?
Falta uma palavra importante na frase, que vai em maiúsculas: “Seriam os irlandeses “brancos incompetentes” que arranjaram como DESCULPA supostos privilégios alheios?