Dá asco ou não dá, ouvir uma entrevista da RTP tão vazia que bem espremida se resume a 3 ou 4 novos dados em quase 11 minutos? De Galamba já sabemos que procura falar sem revelar nada de verdadeiramente importante da área que gere. Os cidadãos, quanto menos perceberem e souberem do assunto, melhor. Repetir qual papagaio as mesmas superficialidades chega a ser doloroso, mas não o rala. Por três vezes pensei que a entrevista tinha voltado ao princípio.
Da jornalista, que dizer? Em que mundo viverá? Não havia uma perguntinha sobre o impacto ambiental da coisa? Nunca terá ouvido falar do impacto devastador na biodiversidade? Não havia uma perguntinha sobre protestos dos cidadãos? Não havia uma perguntinha sobre o fracking para obtenção do LNG que por ali vai adentrar? Não havia uma perguntinha sobre o tipo de contratos que vão ser feitos com a REN? Não havia uma perguntinha sobre os benefícios reais para o bem público?
Não há esperança. O reinado da ganância está de tal modo legitimado em PT, que a crise climática e a biodiversidade não passam de enteadas a enxotar. Interessa só e apenas o valor embusteiro do PIB e que se continue a consumir de modo a não haver amanhã.
Esta geração vai merecer o prémio histórico da Devastação. Mas até lá não lhes doa a eles a cabeça.
A palhaçada em que se tornou esta histeria coletiva sobre o fim do consumo do petróleo e do gás russo nos anos próximos, tornou-se perfeitamente patética. Tão patética que nem os jornalistas fogem a este registo disfuncional.
Primeiro a Europa nunca se preparou minimamente em matéria de autonomia energética, para este desfecho militar entre a Rússia de Putin e a Ucrânia de Zelenski. Pelo contrário. E o líder russo sabe disso. Se alguma vez estivessem preparados, nem sequer Putin se tinha aventurado numa invasão a um país vizinho, pois sabia que as consequências económicas devastadoras eram imediatas.
No meio desta confusão aparece este candidato a idiota da corte, a promover a venda da banha da cobra. Como se alguma vez esta ideia de fazer do Porto de Sines, uma espécie de centro distribuidor de gaz liquefeito, de grandes para pequenos navios, como se estivéssemos a transportar barris de vinho do Porto, no rio Douro, tivesse alguma vez pernas para andar, tornando este negócio rentável a longo prazo.
Qualquer leigo fica logo de pé atrás. Não nego que seja possível. Questiono-me é sobre os custos e a rentabilidade do negócio, principalmente para quem é consumidor final.
Por fim, como escreve e bem, a Ana, àquela ladainha de argumentos sem grande consistência técnico económica, ninguém pergunta coisas básicas:
Qual o impacto ambiental desta medida? É este o futuro de Sines. Uma espécie de entreposto marítimo de cargas e descargas de gaz para terceiros?
Porque ninguém me fala de energia atómica?
Dizem-me que os resíduos das centras nucleares francesas vão de borla para a Rússia que os utiliza em centrais atómicas de última geração que lhes sacam a par de montões de energia o grosso da malignidade em resíduos!
O activismo antinuclear ainda não sabe em que se reconverter?
O aterrorizado-mor a tentar vender o transporte de resíduos em camiões por milhares de quilómetros como livre de perigos num novo investimento dos estados? Curioso.
Pois “dizem-lhe”?
Mas que linda historinha nos conta o JgMenos! Afinal, lá na Rússia deve haver um rádioparaíso e a gente não sabia!
Outras fabulosas fábulas nucleares para ler antes de adormecer :
“Branca de Neve e os Sete Anões no Bosque dos Protões”;
“A Bela Radioativa”;
“O Neutrininho Vermelho”;
“O Pequeno Nuclear”;
“Rádiopunzell”.
Entretanto vá lendo esta, para se inspirar:
https://pt.euronews.com/2021/11/16/acao-da-greenpeace-em-franca-elevada-a-um-expoente-nuclear
Houve ao menos alguma pergunta sobre os outros milhares de subproductos vitais do gás, ou ainda não foi desta?
Ou o que é que isso interessa se vamos continuar a pagar o preço da energia disponível mais cara?
https://www.ft.com/content/f37d2a36-4609-4b3e-9795-064b6d459676
“Eficiência” eurocorna.
E afinal, 50 anos depois, onde acham que se deve fazer o novo Aeroporto de Lisboa?
Onde Bruxelas deixar construir linha, que já não há força para mais.