Crónica de uma decisão anunciada

PÚBLICO, 16 de Julho de 2022

Lendo este artigo percebe-se que há um forte lobbying para se fazer o aeroporto no Montijo, apesar de ser uma escolha pior – a pior – e que não resolve os problemas, segundo o que afirma Carlos Matias Ramos.

A quem interessa esta má solução? Para além da Vinci, claro. Ao País não será. E porque é que o ministro sem coluna vertebral se lançou nesta cruzada?

Estaremos daqui a dez anos no habitual rol de processos judiciais com o Ministério Público a investigar porque é que alguém – pessoas com nome, como o ministro gelatina – escolheu determinada opção? Obviamente que sim, porque é que haveria de ser diferente desta vez?

Outra coisa fantástica neste país é andar-se 50 anos em estudos para a frente e para trás (belo negócio para os estudiosos) para depois a decisão ser tomada por uma pessoa – uma!, passando por cima da extensa documentação produzida ao longo de décadas.

A solução do ministro tem, porém, um grande mérito. Para quê construir um aeroporto quando se podem construir dois? Só me espanta que, no país da Santíssima Trindade, ainda não tenha aparecido uma alma a defender a solução Ota + Alcochete + Montijo.

Comments

  1. Ana Moreno says:

    Na mouche!

  2. Victor Nogueira says:

    Poderia acrescescentar-se Rio Frio. Mas, pensando bem e falando a sério, Passos Coelho & Relvas foram uns incompreendidos, pois com aguda visão abrangente e futurista queriam a melhor solução: construir aeródromos pelo Pais inteiro, assim, “hangariando”, satisfazendo todas as capelinhas.

  3. JgMenos says:

    Tudo na proporção devida a uma classe política de treteiros que não sabem o que seja o valor do tempo no custo e na utilização de recursos, empreendendo ou produzindo.

  4. Paulo Marques says:

    Só leio tudólogos, quem é que esse senhor pensa que é?
    Obrigado pela partilha; vou ter que ler outra vez quando for buscar a lupa, mas são pormenores.

  5. Carlos Magro says:

    Interesssa a quem paga de imediato para que o aeroporto apareça.