O Super Bock Super Rock e o egoísmo imbecil travestido de liberdade

Julho de 2011. Desci o país em direcção ao Meco, na única edição do Super Bock Super Rock em que acampei na Herdade do Cabeço da Flauta, ainda no tempo em que o rock não se esgotava no nome. Por lá passaram Artic Monkeys, Tame Impala a dar os primeiros passos, The Legendary Tiger Man, Arcade Fire, The Strokes e um gigante chamado Slash, entre outras coisas boas como Portishead, Rodrigo Leão ou Sven Väth. Um senhor cartaz.

Foram três dias bem passados, quase perfeitos, não fosse um pequeno detalhe: a viagem para o Meco. A viagem não. A viagem fez-se bem. Refiro-me àqueles 10km finais, que separam Fernão Ferro do recinto do festival, e que demoraram umas quatro horas a fazer. Ou mais, mas fiquemo-nos pelas quatro horas.

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Rácios

Fizeram-no nas nossas barbas e nós, passivos internautas, resignamo-nos, que remédio: em Novembro de 2021, o Youtube removeu a contagem pública de dislikes de todos os seus vídeos. O botão continuou disponível, o número de likes continua a ser exibido, mas o rácio like/dislike já não está exposto.

A razão para tão bizarra e impopular decisão? Nobre, claro está, ou não se tratasse esta de uma corporação alinhada com o eixo do qual vemos emanar nada senão probidade. Alega a presidente, a Sra. Susan Wojcicki, que detetaram ondas de dislikes que prejudicavam imenso os pequenos e novos criadores de conteúdos (A Sra. Wojcicki é conhecida, aliás, pelas suas posições em defesa da liberdade dos seus criadores de conteúdos de crescerem independentemente das suas posições políticas e sociais. Mas a isso iremos noutro dia.)
 
Não é preciso chamarem o Poirot para descortinar o verdadeiro motivo desta mudança: o rácio like/dislike era tão hilariantemente negativo em relação a tudo o que se relacionava com o Partido Democrata, Joe Biden e o “combate à pandemia” que começou a tornar-se um glitch na Matrix difícil de ignorar. Os sapientes líderes do “mundo livre” sabem melhor do que ninguém a importância que tem a opinião das massas na moldagem das posições individuais. Usaram isso para todos os pontos da sua agenda criminosa. E as narrativas, para serem mantidas, têm de apresentar a ilusão do consenso à sua volta, precisam de ser blindadas com o escudo da inegabilidade, para que qualquer contestação possa ser descartada como loucura.
 
Eis o guião que temos todos de seguir para que os hamsters continuem, entretidos e sem sobressaltos, a correr na sua roda: Joe Biden foi o presidente mais votado da história dos Estados Unidos da América, logrando mais votos do que Barack Obama e Donald Trump, incríveis fenómenos de popularidade que arrastam legiões massivas de fanáticos seguidores. Ora, se esta premissa já custa aceitar com base no mero contraste entre o carisma de uns e a decrepitude oca do outro, é com certeza mais difícil acreditar quando toda a actividade online do Partido Democrata, ou de Joe Biden em particular, estava eivada de feedback negativo por toda a internet. E não o feedback artificial, incutido, afagador de egos anti-fascistas, propagado por celebridades do bem e propalado pela imprensa em letras garrafais e bombardeamento incessante dos talking points das linhas unidimensionais de pensamento virtuoso; mas sim o feedback do internauta comum, pobre, amante de memes, ignorado por uma cúpula cujos nobres se desligaram tanto da humanidade – quer física, quer espiritualmente – que agora têm dificuldades em sequer agir normalmente como seres humanos, quanto mais falar para eles.

Este feedback negativo estende-se, naturalmente, ao “combate à pandemia”, a maior experiência psicológica em massa da história da nossa incauta humanidade. Até hoje, continuamos a fingir que acreditamos nos preceitos mágicos da seita covidérica com medo da censura social que acarreta qualquer posição contrária (ao qual se juntou, naturalmente, a aversão à admissão do erro). Essa ideia de unanimidade – que os portugueses, tão bem amestrados, adoptaram como bons meninos que são – não foi igual em todo o lado: enquanto os covideiros se masturbavam com as suas fotos, uma grande parte da sociedade americana desde cedo se prontificou a denunciar os crimes hediondos do farsante e despótico Dr. Faucci. No processo de beatificação do salvador da nação, ousaram fazer um filme da Disney de adulação divina e o resultado foi o esperado: apesar das tentativas desesperadas de ocultar a chacota do povo – leiam a nota feita pelo IMDB – este é, sobre qualquer perspectiva, um dos filmes mais odiados de sempre, sem precisar sequer de ser visto. É descarada e abjeta propaganda e a internet, sem desiludir, correspondeu condignamente cuspindo-a fora.

 
A agenda globalista avança a todo o vapor porque é carregada por uma unanimidade mitológica, inexistente, mas artificialmente construída por uma brilhante estratégia, que orbita em redor da disputa social para ver quem tem melhor coração e quem se preocupa mais com as pobres minorias ucranianas não-binárias vítimas de racismo climático. As causas virtuosas – ambiente, rituais covideiros, Ucrânia… – são os escudos perfeitos a qualquer acusação de vileza. A olho nu se vê que todas estas causas são, claro está, burlescos teatros canastrões. Contudo, estar contra o pedantismo nojento destes fidalgos e contra as suas ditatoriais, opressivas e distópicas soluções é estar contra as próprias causas. Ousar questionar a perversidade indisfarçada desta oligarquia psicótica é colocar em causa o futuro da humidade.
 
Como poderia então a elite globalista, alicerçada no falso consenso que as suas marionetes asseguram existir e que tem nestas corporações como o Youtube os cordelinhos com que manuseia os nossos cérebros-fantoche, passar a ideia de que os líderes seleccionados a dedo e as suas ideias não são completamente populares? O risco era demasiado grande. Num mundo em polvorosa, a indignação começa numa acendalha e espalha-se em incêndios descontrolados de rebelião.
 
“Removam-se os dislikes“. A ordem foi dada no Capitólio.
 
Sem eles, volta a reinar a sua unanimidade; sem eles, Biden e Faucci são venerados. E tu, se não queres ser fascista, venerarás também. E sempre que um acesso súbito de consciência te fizer discordar dos seus preceitos perversos e falaciosos, o sistema estará aqui para te mostrar que estás errado, que a maioria discorda de ti e, pior, que a tua posição é perigosa, subversiva, jacobina, uma ameaça à ordem pública e, como tal, justifica-se o seu silenciamento, e o teu. Embalado pelos comprimidos de Soma, adormecerás esfomeado, despersonalizado e oco, um corpo moribundo que usará das suas derradeiras forças para acenar uma última vez a bandeira assassina da unanimidade virtuosa.

Carta de amor à Bárbara Bandeira

À Leonor, amor da minha vida

Olá Bárbara.
Pensei muito em declarar-me. E apesar de teres Holanda no nome, acabei por escolher o dia da França, 14 de Julho, para fazê-lo.
A verdade é que te amo.
Ouvi falar de ti pela primeira vez num programa da RTP, o “Cosido à Mão”, em que participaste como convidada.
Valha a verdade que não despertaste grande interesse na Leonor, por isso em mim também não.
Os meses passaram e em meados de 2019 voltei a ouvir falar de ti como cabeça de cartaz das festas de S. Bento das Peras. Apesar de morar em Rio Tinto, não fui. A Leonor nada sabia de ti, por isso eu também não.
Parece que chegaste muito atrasada ao concerto. Ainda hoje, a D. Cátia da minha rua diz mal de ti por causa desse atraso. A D. Cátia é a mãe do Serginho, um amigo da Leonor.
Foi poucos dias depois que o nome Bárbara Bandeira passou a ser uma presença assídua cá em casa.
Era tarde e Inês era morta. Ainda hoje a Leonor, então com 10 anos, lamenta não te ter conhecido alguns dias antes, por isso eu também lamento.
Mas não tivemos de esperar muito tempo. [Read more…]

Os One *Diretion e os *Artic Monkeys

Exactamente. Acabado o reinado dos One Diretion, os Artic Monkeys são os candidatos naturais à sucessão.

Pois é.

Don’t believe the hype.