Boa Vista, Leiria

«Em Boa Vista, Leiria, um homem salva uma ovelha das chamas, transportando-a às costas durante o incêndio que ali lavra».

Liberais ou cheerleaders do “lá fora é que é bom”?

Ultimamente, tem havido posições da IL que se tornam difíceis de explicar para um liberal como eu. Acreditando que cada liberal deve defender a menor minoria de todas, o indivíduo, custa-me ver liberais a defender grupos ou instituições, criando aqui uma ideia fantasiosa de bons contra maus. Sempre que se coloca esta divisão corremos vários riscos: pressionar quem nos ouve, toldar a nossa visão perante o que é mais fácil e não ver algumas coisas que deveriam ser óbvias. Prefiro uma opinião controversa de alguém que tenta perceber o outro lado do que ouvir algo totalmente alinhado com aquilo que é seguro defender. Há dois campos em que a IL me desiludiu um pouco como liberal: posições em relação à invasão russa à Ucrânia e aos LGBT.

Desde que a Guerra começou, a IL tomou um lado claro: a Ucrânia. E bem. É claro que há um invasor e um invadido. Mas à boleia começou uma defesa cega dos mesmos que rebentaram, por exemplo, com Belgrado. Que espalham a democracia à lei da bomba pelos mais variados pontos do planeta: a NATO. A IL chegou ao ponto de defender que pertencer à NATO é pertencer ao mundo livre. Eu já fiz tweets meio parvos, mas normalmente eram sobre foras-de-jogo e a Dua Lipa, não era a chamar “mundo livre” aos genocidas de curdos, o Estado Turco, aos opressores da liberdade sexual, a Polónia, ou até a Portugal de 1949. Pior do que isto foi ver a IL a festejar o facto da Finlândia ter sido convidada a entrar na NATO, porque temos de ser contra autocratas e ditadores em toda a linha. Esqueceram-se de que a Finlândia teve de ceder à Turquia, aos conhecidos genocidas do povo curdo, para poderem ser aceites. Aceitar que seja normal o Estado Turco fazer exigências para alguém ser aceite é como meter o Sócrates a dar aulas de gestão pessoal ou o Ferro Rodrigues a dar aulas de educação sexual. A IL sabe que é um jogo seguro ficar sempre ao lado da NATO, porque esta tem bom nome. É uma típica jogada de centrista que só não quer ver o seu nome na lama e não arrisca verdadeiramente romper com os limites do pensamento. As pessoas, como não ouvem falar, aceitam facilmente um genocídio, enquanto mandam paletes para outro povo massacrado. Estes países acusarem-se uns aos outros é o mesmo que um violador virar-se para um assassino e dizer “Não cuspas para o chão, que é chato”.

A mesma estratégia usada para a questão da Guerra, pensada mais na reação dos outros do que baseada nos próprios valores, é também a mesma para as questões LGBT. Que fique claro: por defender a liberdade sexual de qualquer indivíduo sou contra estas marchas e estes associativismos, não sendo contra a liberdade de associação, pois cada indivíduo escolhe como pretende defender o que acredita. Como liberal, defendo a 100% a liberdade de cada um marchar por aquilo que quiser. Como liberal, nunca iria a uma marcha dessas, nem que me pagassem. A Iniciativa Liberal não se pode abster e ser contra medidas que os LGBT, como trupe que se autoproclama dona das “minorias” sexuais, e querer ir a uma marcha destas. É o mesmo que ir a uma festa para a qual não sou convidado. A marcha LGBT, os grupos LGBT, todos esses movimentos não são livres de ideologia, nunca o foram. Ter uma identidade sexual diferente de heterossexual cisgénero não é sinónimo de defender estas grupetas instrumentalizadas pela esquerda. Felizmente, sei que não sou nenhum heterossexual doido que acha estas coisas e conheço bastantes pessoas homossexuais que não se revêem nessas práticas. As críticas da esquerda à presença da IL na marcha são mais do que legítimas. Afinal, o pride nunca serviu para defender a liberdade, mas sim grupos.
Quem defende a liberdade sexual não se associa a movimentos que se sentem donos da identidade pessoal de outros, quase num negócio perverso entre lealdade e proteção. Um pouco ao estilo da máfia.

Parece-me que a IL começou a deixar os valores liberais por eles mesmos para defender aquilo que parece liberal, como se o mundo fosse linear como num livro de História do 4º ano. Defende-se aquilo que se ouve nas redes e nas notícias, aquilo que se acha que nos vão chatear menos, não pensando que por vezes há valores liberais colocados em causa. Ser liberal está longe de ser apenas apoiar sempre a UE, a NATO e todas as grandes organizações. Não querer ultrapassar um caminho que pode ser longo é o mesmo que pisar um jardim bonito para chegar mais rápido ao destino. Mais tarde ou mais cedo, as consequências virão. E Portugal em nada ganhará ao tentar conquistar os votos daqueles que nunca colocarão a cruz num partido liberal.

E que direitos serão esses, Ritinha?

Rita Matias: “Há direitos que os homens têm que eu não quero”

Rankings das escolas: 21 públicas nos primeiros 25 lugares

O post original já tem alguns anos, mas por continuar muito actual, justifica-se a repetição.
A nossa Comunicação Social acéfala teima em repetir ano após ano um conjunto de dados que nada diz sobre o ensino em Portugal – como comparar uma escola pública gratuita e universal com outra que selecciona os seus alunos?
Assim, como quem de direito não faz o seu trabalho, o Aventar decidiu elaborar o seu próprio «ranking» das escolas secundárias.
Partindo das Classificações de Exame em cada escola, decidimos acrescentar uma variável sócio-económica e uma outra relacionada com o número de alunos que cada escola levou a exame. Estas variáveis destinam-se a corrigir as assimetrias regionais e económicas que se verificam no nosso país e a dimensão de cada estabelecimento de ensino.
Essas duas variáveis traduzem-se da seguinte forma no nosso «ranking»:

– bonificação de 20 pontos (em 200) para as escolas públicas dos distritos do interior do país;
– bonificação de 10 pontos (em 200) para as escolas públicas dos distritos do litoral do país (excepto Lisboa e Porto)
– bonificação de 10 pontos (em 200) para as escolas privadas do interior do país;
– bonificação de 5 pontos (em 200) por cada 100 exames realizados para todas as escolas.

Tendo em conta estes valores, obviamente subjectivos (mas tão subjectivos como a lista que a comunicação social anualmente publica), o «ranking» do Aventar é o seguinte:

1 – Escola Secundária Alves Martins (PUB, Viseu) – 215,69
2 – Escola Secundária Jaime Moniz (PUB, Madeira) – 196,37 [Read more…]

Croniqueta acerca do complexo Terças com Morrie/Pontes de Madison County

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Salvador Sobral

O Goucha e a mãe do Goucha, a Laurinda Alves, o Emplastro, o Paulinho, a Judite de Sousa e andamos nisto. Só falta o 13 de Maio. Na cova da Iria. É o complexo Terças com Morrie/Pontes de Madison County. Uma lamechice, uma pieguice e uma choradeira que estou que nem posso.