Renato Seabra e Cavaco Silva, a mesma luta, o mesmo combate

A revelação de que Renato Seabra, o jovem prostituto acusado de assassinar Carlos Castro, era o mandatário para a juventude de Cavaco Silva no concelho de Cantanhede, é sem dúvida mais uma calúnia. Comunistas, lóbi gay, conspiração, calúnia, calúnia, calúnia.

Não pode ser de outra forma. Não que o candidato presidencial vá verificar a idoneidade moral de todos os seus mandatários concelhios, que diabo, o país tem muitos, mas seria impensável o “namorado” de Carlos Castro aceitar aparecer na campanha presidencial ao lado do seu ídolo político.

É tudo mentira. Isto, o BPN, a SLN, o processo disciplinar, a casa de férias, tudo coisas que nunca aconteceram, tudo manobras comunistas tentando difamar um homem que não precisou de nascer duas vezes para ser quem é.

Entretanto podemos desde já adiantar em rigoroso exclusivo que Cavaco Silva só se pronunciará sobre esta calúnia depois das eleições. Nem com um saca-rolhas lhe tiram uma palavrinha da boca antes disso.

Tudo acontece a Cantanhede

Primeiro, foi o Renatinho, acusado de torturar o amante durante uma hora, furar os dois olhos com um saca-rolhas, matá-lo com um computador portátil e, no final, cortar os órgãos gentiais com o mesmo saca-rolhas com que havia eliminado os olhos.
Agora, um assalto a uma loja de venda de ouro usado, que foi notícia na capa do JN de hoje. Aí se vê, na foto, os dois meliantes (adoro esta palavra) em fuga, enquanto dois pacatos cidadãos não se mexem e um terceiro, algo anafado, finge que quer correr atrás deles. A Igreja Católica local bem reza missas a favor disto ou daquilo, mas não parece ser suficiente.
Coitadas das gentes de Cantanhede. Já não lhes bastava terem sido governadas durante tantos anos pelo sr. Jorge Catarino, «esse broche»…

E se o moço for culpado?

Não, claro que não. Claro que não tenho a certeza de que foi Renato Seabra que assassinou Carlos Castro. Não estava lá. O que sabemos acerca de uma eventual confissão terá sido soprado aos jornalistas pela polícia. E a polícia de Nova Iorque, como toda a gente sabe desde A Balada de Hill Street, não é de fiar. Ainda se o interrogador tivesse sido o Frank Furillo… Assim, nunca se sabe quais as reais intenções dos polícias.

O comportamento alegadamente suspeito do jovem pretendente a manequim, o sangue na roupa, a alegada tentativa de suicídio são tudo coisas que se podem explicar ou, não podendo ser clarificadas, podem sair da fértil imaginação de detectives com muito tempo livre ou dos poderosos adversários do ex-concorrente de programas televisivos. Uiii, que segredos não terá ele a revelar?

Não, não sei se Renato Seabra é ou não o assassino. Não estava lá. Não sei eu nem sequer as boas pessoas que, pelos vistos, sairam à rua na sua terra. Para, alegadamente, se solidarizarem com um eventual homicida. Se tiverem razão e o moço for inocente, podem cantar vitória. Se for culpado, quero vê-los a promover uma sessão de homenagem a Jack, o Estripador, Charles Manson, Ted Bundy ou o Estripador de Lisboa.